10 filmes sobre diversidade para ver com as crianças na TodesPlay

Com proposta de ampliar representatividade negra e cultural nas telas, plataforma TodesPlay inspira pequenos espectadores e suas famílias

Camila Santana Publicado em 18.01.2024
A imagem mostra um desenho de duas crianças sorrindo, uma de frente para a outra. A criança do lado esquerdo é negra e tem um cabelo crespo, de tom mais claro que sua pele. A criança do lado direito é morena, tem cabelos lisos até o ombro e está usando um óculos azul de lentes redondas.
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Resumo

A plataforma de vídeos sob demanda TodesPlay disponibiliza, a preços populares, programas infantis plurais para meninos e meninas. Os conteúdos provocam o reconhecimento das crianças a partir das telas e têm como proposta educar e entreter toda a família.

Com o objetivo de ampliar a representatividade nas telas, a Associação de Profissionais do Audiovisual Negro (APAN) lançou, em 2020, a plataforma de vídeos sob demanda TodesPlay. Além de produções realizadas por pessoas negras, indígenas, mulheres e LGBTQI+, o streaming conta com a seção “Eres do mundo”, voltada especialmente para o público infantil. Nela, é possível acessar mais de 20 títulos, entre séries e curtas-metragens, que trazem meninos e meninas negras como protagonistas.

“As crianças negras não se veem nas produções comerciais infantis nacionais. Esse apagamento contribui para sua baixa autoestima e para um desinteresse em sua própria imagem e protagonismo”, diz a gestora de desenvolvimento de negócios da TodesPlay, Thais Scabio.

Entre os conteúdos mais assistidos na plataforma estão os programas infantis, que funcionam como ferramentas para debater temas importantes com o público. “Percebemos que muitos professores utilizam os filmes em sala de aula”, comenta Scabio. As produções instigam as crianças a pensar sobre o combate ao racismo e às diversas formas de preconceito, a diversidade territorial e religiosa, a importância da família e da comunidade, além da liberdade para ser e amar.

“Ter disponível conteúdos de qualidade com protagonismo negro tem uma importância para a formação da pessoa enquanto cidadã e para a sociedade no geral”, defende Thais Scabio.

Inspiração para as novas gerações

A gerente de conteúdo da TodesPlay, Ana Caroline Brito, explica que é fundamental que as crianças cresçam tendo boas referências sobre o que é ser negro no Brasil. Para exemplificar, ela conta a história de Murilo, 9, que decidiu desenhar e inventar sua própria história após assistir “Guerreiros da rua”. Emocionado com a repercussão, o diretor Erickson Marinho acabou transformando em vídeo os desenhos e as narrações de Murilo.

“Foi algo muito mágico e emocionante ver meu filho, um menino negro, se espelhando no diretor, que é um homem negro. Sei que posso contar com vocês [TodesPlay] para inspirar e espelhar cada vez mais os nossos pequenos”, relatou Simone Ferreira, mãe de Murilo, ao acompanhar a experiência do filho.

10 conteúdos imperdíveis do catálogo da TodesPlay para crianças

Veja abaixo a seleção de filmes e séries cheias de representatividade que o Lunetas separou!

  • “Bia desenha” (2019)
    A animação produzida em Pernambuco conta a história dos primos Bia e Raul, que moram na periferia de uma grande cidade. Os dois dividem o mesmo quintal, onde vivem fantasias por meio de seus desenhos e brincadeiras. A série estimula a comunicação em família e instiga a imaginação de meninos e meninas mais novos.
  • “Fábula de vó Ita” (2016)
    Nesse filme de fantasia, as histórias e conselhos da avó Ita se transformam em animação. Gisele tem um cabelo cheio de vida e personalidade, mas seus colegas da escola vivem debochando dele. Com muita sabedoria e delicadeza, a avó acolhe a netinha para lhe mostrar a beleza das diferenças e o valor de sua própria identidade. Dessa forma, o filme inspira um lar colorido e afetuoso onde o racismo não tem vez.
  • “O véu de Amani” (2019)
    Amani é uma garota paquistanesa que mora no Brasil. Ao mudar de casa, a menina muçulmana recebe um presente inesperado de sua amiga brasileira: um biquíni. A troca entre as duas garotas ensina sobre as diferentes culturas e religiões.
  • “Meu nome é Maalum” (2023)
    O filme premiado conta a história de Maalum, uma menina negra que enfrenta os desafios do racismo ao sair de um lar amoroso e afrocentrado. Na escola, quando zombam de seu nome, ela precisa buscar ajuda da família e de sua ancestralidade para encontrar formas de transformar a tristeza em orgulho. De forma delicada, o filme traz uma mensagem potente sobre a história afro-brasileira e a necessidade do fortalecimento de meninos e meninas negras.
  • “5 fitas” (2015)
    As aventuras de Pedro e Gabriel acontecem em Salvador durante a tradicional festa para Senhor do Bonfim, quando fiéis, turistas e foliões peregrinam até a famosa igreja para amarrar fitas e fazer pedidos. Os irmãos, que ouvem desde pequenos as histórias da avó, partem em uma jornada para fazer um pedido especial. De forma leve e divertida, o filme fala sobre religiosidade e a importância da família.
  • “Mytikah” – O livro dos heróis (2019)
    Essa série de animação nacional conta as aventuras de Manga e Leco através do livro mágico de Mytikah. Em episódios de apenas seis minutos, os protagonistas são apresentados a grandes personalidades brasileiras e suas trajetórias. Entre elas, Chiquinha Gonzaga, Machado de Assis e Milton Santos. Assim, as crianças têm a oportunidade conhecer a história do Brasil a partir de heróis e heroínas da vida real.
  • “Os guerreiros da rua” (2019)
    Em Recife, quatro amigos se juntam para criar e viver suas próprias aventuras pelas ruas da comunidade. Em um filme que mistura desenhos infantis e live action, as ideias ganham vida e estimulam a imaginação dos pequenos.
  • “Òpárá de Òsùn: quando tudo nasce” (2018)
    O curta-metragem conta a história de Òsùn, Orixá guardiã das águas doces e da fertilidade para algumas religiões de matriz africana. O cenário da história é o Rio São Francisco, conhecido pelos povos indígenas como “Opará” ou rio que corre para o mar. O apelido também remete a uma divindade ligada às águas para os povos iorubás. Sobretudo, a obra é uma ferramenta importante para combater o preconceito religioso e promover o contato com a ancestralidade.
  • “Ana” (2017)
    Ana, uma garotinha de 10 anos, não se reconhece como negra. Jeannette, por sua vez, é uma professora refugiada que veio do Congo e está com dificuldades de adaptação no Brasil. Vítimas de racismo, elas descobrem juntas um modo de transformar a si mesmas.
  • “Caixa d’água” (2013)
    O filme é um convite à brincadeira. Apesar de nadarem em uma caixa d’água, quatro crianças imaginam estar em uma piscina gigante. Quando uma delas, Waltinho, mergulha e desaparece, todas precisam se unir para resgatar o amigo. A obra posiciona a caixa d’água, o chuveiro, a casa e o mundo inteiro como terreno fértil para a imaginação.

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