‘Brincar livre: de dentro pra fora’ mostra o brincar na pandemia

Lançado pelo Território do Brincar, média-metragem mostra como 24 famílias de São Paulo adaptaram as formas de brincar devido ao isolamento social

Eduarda Ramos Publicado em 08.07.2022
Imagem de uma criança branca, de costas, soltando bolhas de sabão. A imagem possui intervenções de rabiscos coloridos.
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Resumo

No média-metragem “Brincar livre: de dentro pra fora”, 24 famílias compartilham suas experiências relacionadas ao brincar, dentro e fora de casa, durante a pandemia de coronavírus.

A pandemia de coronavírus chegou como um furacão para muitas famílias, que repentinamente se viram isoladas em casa com suas crianças – algumas em grandes residências, outras em pequenos cômodos ou aldeias indígenas. Apesar de classe social, raça, gênero e outros demarcadores tornarem a existência diferente para cada pessoa, o brincar é uma atividade universal, sem nenhum pré-requisito para acontecer. No média-metragem “Brincar livre: de dentro pra fora”, Renata Meirelles e David Reeks mostram como o brincar aconteceu para 24 famílias de São Paulo, entrevistadas por seis meses, durante a pandemia em períodos pré e pós-flexibilização das medidas restritivas. O filme mostra a transição do brincar de dentro de casa para a volta ao convívio social, ao espaço público e à escola.

São Paulo é uma cidade com distribuição desigual de áreas verdes e adequadas para que as crianças possam brincar em segurança. Da bicicleta ao escorrega, terra, blocos de madeira, bolinhas de gude e gira-giras são alguns dos elementos que fazem o brincar acontecer do norte a sul, de leste a oeste, aliados ao maior bem das infâncias: a criatividade. Para Raquel Franzim, diretora de educação e cultura da infância no Instituto Alana, o “brincar é um dos maiores fatores de promoção da saúde integral das crianças. Com a pandemia e seus efeitos severos na vida das crianças, ele se mostrou ainda mais fundamental, tanto quanto atividades essenciais como se alimentar, dormir e aprender”, conta, em nota.

Como é o brincar das crianças?

“A dança e o canto estiveram presentes em vários relatos de crianças que, desde o começo da pandemia, dançavam e cantavam bastante, numa expressão que ‘põe pra fora’ uma conversa muito bonita com o brincar em si”, relata Renata Meirelles. O fato do canto e da dança não serem atividades consideradas “brincadeiras” por si só levantou debates sobre o que deve ser colocado nessa “aba” do brincar, garantindo que seja amplo, múltiplo e faça sentido para uma infância feliz. 

Se a questão do uso de telas se intensificou durante o isolamento, não poder brincar como antes atualizou o desafio. “Enquanto as crianças menores entraram pro mundo das telas com muito mais força do que antes da pandemia, o corpo das mais velhas não parava na frente das telas da televisão, celular ou computador”, explica a diretora. Isso porque a energia acumulada não estava sendo gasta da maneira adequada, além das alterações nos corpos e perdas do traquejo social. “Ver mães reclamando para que os filhos parassem, sentassem e assistissem alguma tela foi bastante revelador pra gente. Houve também um grande lamento de pais, mães e avós sobre sentirem culpa por não estarem disponíveis para as crianças”, finaliza. Em um momento de maior flexibilização das medidas restritivas, o brincar livre foi um dos responsáveis em possibilitar um desenvolvimento integral e espontâneo das crianças. 

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Divulgação

Imagem de "Brincar livre: de dentro pra fora"

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* “Brincar livre: de dentro pra fora” é um filme produzido pelo Território do Brincar. O filme foi lançado no Festival LED (Luz na Educação) hoje (8).

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