Fim da pandemia? 65% das crianças estão com vacinas incompletas 

A covid-19 não é mais uma emergência global, mas baixa cobertura vacinal das crianças no Brasil preocupa autoridades

Da redação Publicado em 08.05.2023
Foto de um menino recebendo um curativo no braço por uma enfermeira. A matéria traz dados atualizados da vacina contra covid-19 entre as crianças para questionar o fim da pandemia
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Resumo

Após três anos, a Organização Mundial da Saúde declarou o fim da covid-19 como emergência de saúde global. Embora a notícia seja animadora, autoridades alertam que isso não significa o fim do coronavírus e destacam a baixa cobertura vacinal entre as crianças.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o fim da covid-19 como uma emergência em saúde pública de importância internacional, na última sexta-feira (5). Mas isso não significa o fim da pandemia, uma vez que a doença causada pelo novo coronavírus segue com o status. Com a presença do vírus altamente contaminável entre a população, “temos que tomar ações e melhorar todo o nosso sistema para podermos reduzir o impacto da covid-19 daqui para frente”, explicou a líder técnica da OMS, Maria Van Kerkhove. Ainda que a vacinação seja fator essencial para o controle dos casos mais graves da doença, apenas 1 em cada 3 crianças completaram o primeiro ciclo de imunização no Brasil.

Durante o anúncio do fim do caráter de emergência internacional, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou que “a covid-19 ainda pode ser uma ameaça, já que as mortes acontecem diariamente, ceifando uma vida a cada três minutos”. Nesses três anos, foram mais de 7 milhões de mortes e muitos reflexos na saúde física e mental da população.

Notícias falsas distanciaram as metas da imunização

No Brasil, embora as vacinas pediátricas estejam disponíveis nas unidades de saúde pública de todos os municípios, apenas 6,9% das crianças de seis meses a quatro anos tomaram as duas doses, de acordo com o Ministério da Saúde. Pesquisas apontaram que, dentre os principais motivos para esse atraso, as notícias falsas e o medo da reação da vacina foram os principais argumentos das famílias.

Desde dezembro de 2021, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária liberou a vacina da Pfizer para crianças de cinco a 11 anos no Brasil. Sete meses depois, a Coronavac foi autorizada para a faixa etária de três a cinco anos, e, desde setembro do ano passado, as doses da Pfizer para bebês de seis meses até crianças de quatro anos estão disponíveis.

No início da pandemia, a covid era considerada uma doença que não acometia de forma grave as crianças, mas, com o tempo e o surgimento das variantes, o vírus chegou a infectar milhões de crianças pelo mundo, causando mortes e sequelas como a covid longa, tosse contínua, falta de ar crônica, fadiga e dificuldade para realizar exercícios físicos. Foi a oitava causa mais comum de morte entre as crianças nos Estados Unidos e ainda está entre as dez no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 3,5 mil mortes de crianças foram registradas nos últimos três anos, sendo que as subnotificações podem elevar o número.

Em pronunciamento oficial sobre o fim da emergência global, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou que a vacinação contra a covid-19 é essencial para a saúde pública do país, já que a doença segue com as variantes, e internações e óbitos ainda ocorrem, principalmente entre as pessoas que não receberam todas as doses das vacinas.

Nestes três anos, o Lunetas acompanhou a pandemia de covid-19 com a produção de conteúdos especiais em Coronavírus: o mundo em suspensão e Coronavírus Ano II. À espera de dias melhores, para informar sobre a situação de gestantes e famílias afetadas pelo coronavírus, mas principalmente acolher as crianças que tiveram parte da fase mais significativa de suas vidas impactadas por uma pandemia mundial.

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