A literatura mostra para as crianças como a favela não é apenas lugar de violência, mas territórios onde moram o afeto e muitas possibilidades
Falar sobre favela na literatura é falar sobre possibilidades e sonhos para as crianças que vivem ali e as que só conhecem esses espaços por notícias de violência. Conheça 10 livros selecionados por Lunetas para apresentar a favela para as crianças.
“Cada favelado é um universo em crise”, cantam os Racionais MCs em “Da ponte pra cá”, sobre como é existir nesses territórios e ser atravessado diariamente por desigualdades e violências, ficando exposto a situações de vulnerabilidade. Mas, para mostrar também as potencialidades das favelas, o Lunetas selecionou 10 livros que falam sobre favela e vivências faveladas além das dificuldades, apresentando às crianças histórias cheias de possibilidades, sonhos e afeto.
“Como é que essa gente tão boa
É vista como marginal
Eu acho que a sociedade
Tá enxergando mal”
(“Favela” – Arlindo Cruz)
Nesta história, três crianças acabam por criar um personagem muito interessante ao realizarem um trabalho da escola sobre um peixe e a criatividade do trio é capaz de despertar a colaboração das pessoas da comunidade em que vivem. Inspirado em cartoons, Cafuzo nos lembra sobre a importância da afetividade, aprendizagem, da arte de rua e muita diversão!
Papaco e Lilico são irmãos que vivem na favela do Muquiço, no Rio de Janeiro. Enquanto Lilico quer ser palhaço, Papaco quer ser trapezista e ver tudo de cabeça pra baixo. Como uma visita na Floresta do Camboatá, em Deodoro, pode fazer com que as crianças se aproximem de seus sonhos?
Que sonhos, vontades e vivências as crianças das favelas do Rio de Janeiro têm para compartilhar? As gêmeas Helena e Eduarda Ferreira, do canal Pretinhas Leitoras, trazem os escritos colaborativos de 100 crianças das favelas da Rocinha, Providência, Complexo do Chapadão, Alemão e Cezarão. É nas palavras que mora o sonho de um mundo mais justo e esperançoso para essas crianças.
A violência e a dificuldade econômica não impedem que Sergiana e Luciano, moradores da favela da Maré, no Rio de Janeiro, encontrem na criação artística uma saída para viver melhor. O livro convida a apreciar a magia do cotidiano e do potencial do sonho na vida de um jovem favelado.
Ouvir as crianças é urgente, mas quem garante desenvolvimento pleno e de qualidade para todos eles? Em uma narrativa delicada sobre perda inspirada no caso Ágatha Félix, Júnior nos lembra que, nas favelas, são várias as vozes clamando por paz, e que amparar as crianças é cultivar esperança apesar da violência que as cerca.
Sonhos, livros e metáforas embalam a narrativa de um garoto de camisa vermelha, que soltava pipas, jogava bola de gude e corria em campos esburacados de futebol. A leitura convida a descobrir como a literatura muda sua vida para sempre.
Benjamin de Oliveira, primeiro palhaço negro do Brasil, inspira a história de Mingau, um palhaço que trocou a alegria pela tristeza após o circo em que trabalhava fechar. Ao encontrar Ju, uma menina da favela esperta e cheia de sonhos, surgem entre os dois grandes ideias que transbordam superação e solidariedade.
Para você, o que significa a palavra “favela”? Pepeu se dá conta de que o modo como o mundo olha para a favela e o modo como ele viveu são bem diferentes. Lá, ele sonhou, sentiu medo e brincou, e acompanhamos a história a partir desse olhar carinhoso para momentos de sua vida no morro.
“Reservado, favelado e da cor do talvez” são os adjetivos que o autor dá para João Victor, um menino que aprendeu a desviar da violência com a imaginação. Até onde o busão de todo dia pode levá-lo?
O autor conta como um livro encontrado no lixo quando tinha 8 anos de idade mudou sua vida para sempre. Apesar da violência, do tráfico de drogas e da carência de recursos dos moradores das favelas, sua história inspira grandes transformações na vida dos pequenos por meio da leitura.
* As descrições sobre cada livro foram elaboradas a partir de material disponibilizado pelas próprias editoras
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