‘Por uma educação antirracista’: caminhos para incluir todo mundo

Famílias e especialistas compartilham visões de como a educação pode ser mais criativa, respeitosa, multicultural e em harmonia com a natureza

Da redação Publicado em 18.11.2021
Na foto, uma família lê um livro em conjunto. A imagem possui intervenções coloridas.
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Resumo

Por uma educação criativa, respeitosa, multicultural e em harmonia com a natureza, a série “Por uma educação antirracista” convida pessoas de todas as idades e cores a serem agentes ativos de mudança nas escolas e em nossas casas.

A série “Por uma educação antirracista” convida pessoas de todas as cores e idades a repensarem as práticas educacionais que conhecemos até hoje. Para muitas crianças negras, a escola é onde acontecem as primeiras experiências de racismo, além de acessarem os conteúdos a partir de um ponto de vista eurocêntrico e colonialista, em geral. Ao pensar em crianças indígenas, os pequenos que vivem em contextos urbanos têm mais chances de serem afastados de uma educação que valorize sua cultura originária. Favorecer o desenvolvimento de crianças antirracistas, conscientes de sua ancestralidade, história e cultura é o ponto de partida para a construção de um futuro equitativo e sem racismo.

Em cinco episódios de até oito minutos, a série traz perspectivas e caminhos para uma educação criativa, respeitosa, multicultural e em harmonia com a natureza, buscando engajar toda a aldeia que cuida de uma criança: escolas, famílias e comunidades. 

Ao unir artistas, ativistas e instituições de renome nas áreas da educação, direitos humanos e combate ao racismo, como Ailton Krenak, Nilma Lino Gomes e Petronilha Beatriz Gonçalves da Silva, a série apresenta diálogos entre famílias e especialistas que jogam luz nas práticas de diversos cantos do Brasil, a partir de histórias lúdicas e atividades pedagógicas antirracistas que podem ser implementadas nas escolas e em casa. 

“‘Por uma educação antirracista’ é uma oportunidade de remexer as estruturas. De maneira leve e afetiva, tomamos fôlego para um mergulho vertical”, diz a diretora Shirlene Paixão

Confira a seguir a sinopse de cada capítulo

  • 1. Representatividades e imaginários

No primeiro episódio da série, somos convidados a repensar sobre a construção de identidades na infância. Por que existem tão poucas princesas ou heróis negros, indígenas ou amarelos? Será que apenas crianças brancas são dignas de serem representadas? Por meio de uma educação afetiva, colocar as crianças próximas de exemplos que as inspirem é uma prática ligada diretamente à criação de autoestima e autoconfiança. Com participação da facilitadora Nathalia Grilo. 

  • 2. Referências e narrativas

O segundo episódio trata da importâcia da implementação de políticas de inclusão de professores, gestores e estudantes negros e indígenas, além de programas de liderança para gestores e a formação de um quadro docente e discente diverso. Aline Wirley e Igor Rickli, a família convidada do episódio, desenvolvem atividades que constituem a cultura indígena do povo Boe, observando noções de lógica, raciocínio e estratégia que esse saber ancestral oferece. Com participação da facilitadora Iozodara Branco.

  • 3. Ancestralidade e tecnologias

Arruda, alfazema, manjericão e guiné: além de ervas, essas plantas são capazes de promover reconexão com tradições africanas e indígenas. Usadas em banhos, chás e defumações, algumas compõem o universo da farmacêutica natural e também o universo alopático. A série convida a família de Samara Felippo para plantar algumas sementes, com o objetivo de apresentar um ponto de vista integrado entre natureza e humanidade. Valores ancestrais, respeito à natureza, ciência e tecnologia, são parte dos conhecimentos que perpassam essa atividade desenvolvida pelo facilitador Flávio Santos.

  • 4. Pertencimento e identidade

Promovendo uma educação que valorize anciões e ancestrais indígenas, o quarto capítulo traz dicas para implementar uma educação inclusiva e antirracista em conformidade com a pedagogia indígena. A família convidada é o casal Márcia Kambeba e José Carlos e o filho Carlos Augusto, de 12 anos, com participação da facilitadora pedagógica Elisângela Suruí e do especialista Daniel Munduruku

  • 5. Educação e comunidade

O último episódio fala sobre o histórico da educação no Brasil: com materiais feitos por brancos, não é incomum que estereótipos e noções racistas de povos racializados sejam naturalizadas ao longo dos anos pela sociedade. É um dever que a escola seja capaz de valorizar saberes de povos negros e indígenas, com uma mudança que se expanda em todas as áreas do conhecimento. Com participação de Fatou N’diaye e sua família.

*A série, idealizada pelo Instituto Alana e produzida pela Maria Farinha Filmes, está disponível no canal do canal do YouTube do GNT e da Maria Farinha Filmes. A estreia na TV Futura acontece em 20 de novembro, no dia da consciência negra.

**O lançamento da série contempla uma série de atividades que buscam impactar e mobilizar escolas, envolvendo artistas, educadores e influencers como agentes ativos de ação. Com material de apoio voltado a educadores e famílias, “Por uma educação antirracista” apresenta boas práticas para uma educação que respeite e valorize saberes afro-brasileiros e indígenas.

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