Relatório do FMI mostra que os jovens terão renda 9% menor em decorrência das escolas fechadas; recuperação das aprendizagens é imprescindível.
Segundo relatório do FMI, o fechamento das escolas causado pela pandemia deve impactar financeiramente o futuro da atual geração de crianças e jovens. O Fórum Econômico Mundial e o Unicef defendem três linhas de ação cruciais para recuperação das aprendizagens.
A geração atual de crianças e adolescentes será uma das mais afetadas financeiramente em função do fechamento de escolas na pandemia, sobretudo filhos e filhas de famílias mais vulneráveis. Caso o déficit educacional não seja tratado, estima-se que o rendimento médio desta geração de estudantes possa diminuir em 9,1% ao longo da vida. Trata-se de uma das maiores perdas de renda entre as grandes economias globais, deixando o Brasil na terceira pior posição entre os países do G20, atrás apenas da Indonésia.
As informações estão presentes no relatório “Healing the Pandemic’s Economic Scars Demands Prompt Action” (“Curar as sequelas econômicas da pandemia exige ações imediatas”), publicado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), em 17 de maio. Ainda de acordo com o órgão, a geração atual de estudantes será responsável por cerca de 40% da população economicamente ativa do G20 durante décadas.
Para a educadora Camila Karino, a recuperação da aprendizagem obrigatoriamente deve passar pela mudança das escolas: elas precisam se transformar para atender às demandas educacionais do século 21. Segundo o relatório “The State of the Global Education Crisis: A Path to Recovery” (“O estado da crise global de educação: um caminho para a recuperação”), produzido pelo Fórum Econômico Mundial e Unicef, os especialistas defendem três linhas de ação cruciais: consolidação do currículo, extensão do tempo de instrução e melhoria da eficiência da aprendizagem.
A recomendação é que os educadores priorizem as habilidades essenciais que os alunos perderam ou deixaram de adquirir no período de aulas a distância, além de considerar níveis heterogêneos de aprendizado em uma mesma sala de aula.
Ampliar o dia letivo, modificando o calendário acadêmico. No contexto brasileiro, o desafio é maior por equilibrar essa orientação com as novas obrigações que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e os itinerários formativos do Ensino Médio. É importante que as medidas não sobrecarreguem os estudantes, tanto mental quanto fisicamente.
O Fórum Econômico Mundial aponta a importância de apoiar os professores na aplicação de pedagogia estruturada e instrução direcionada e políticas públicas com bons investimentos voltados à educação básica. No Brasil, o desafio de melhorar a eficiência da aprendizagem é uma constante, visto que o currículo da educação básica está mudando gradualmente devido à BNCC e maior uso de tecnologias.
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