11 livros infantis para encantar as crianças pela natureza

Dicas de leitura para estimular nas crianças o gosto pelo brincar livre e a relação com o mundo natural, longe dos jogos eletrônicos

Da redação Publicado em 29.09.2016 Atualizado em 05.01.2023
Livros infantis sobre natureza: ilustração de animais pendurados em troncos de árvore.
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Resumo

Brincar na natureza melhora a concentração e reduz problemas de aprendizagem. Confira essas dicas de livros para encantar as crianças pela aventura ao ar livre.

Já ouviu falar de “transtorno de déficit de natureza”? É assim que o pesquisador norte-americano Richard Louv define, no livro “A Última Criança na Natureza”, o que muitas crianças de hoje em dia estão vivendo, confinadas em microapartamentos e com pouco tempo dedicado ao brincar livre.

O autor ressalta que muitos problemas comuns de aprendizagem, como dificuldade de concentração, hiperatividade e déficit de atenção, estão diretamente ligados ao pouco tempo que os pequenos passam em contato com a natureza. Isso sem falar dos problemas mais graves, como obesidade infantil.

Pensando nisso, o Lunetas preparou uma lista com dicas de leituras para estimular nas crianças o gosto pelo brincar livre e a relação com o mundo natural, longe dos jogos eletrônicos, computador e tablet.

Confira livros infantis sobre a natureza

Capa do livro "Reinações de Narizinho", de Monteiro Lobato, com ilustração do rosto de uma menina de lado.
“Reinações de Narizinho”, Monteiro Lobato (Biblioteca Azul)

Que é um clássico de Monteiro Lobato, quase todo mundo sabe. Mas nem sempre paramos pra pensar no quanto essa narrativa cheia de aventuras ao ar livre estimula o livre brincar. O escritor traz elementos conhecidos pelas crianças – paisagem, vegetação, animais e folclore – para recriar um mundo que só pode existir na imaginação. Sensorial e descritivo, é um livro para estimular os pequenos a viver um pouquinho mais parecido com os heróis da história, Pedrinho, Narizinho e a boneca falante Emília, em meio a jabuticabas e formigas-ruivas do sítio do Picapau Amarelo.

Capa do livro "Onde vivem os monstros", de Maurice Sendak, com ilustração de um boi sentado embaixo de uma árvore, à margem está um barco a navegar.
“Onde vivem os monstros”, Maurice Sendak (Cosac Naify)

O clássico infantil de Maurice Sendak atravessa os tempos sem se restringir a uma faixa etária predeterminada, encantando crianças e adultos na mesma proporção. A história de Max, que foge de casa depois de se desentender com sua mãe, se tornou uma metáfora do reencontro com o selvagem e a vida que existe para além dos limites do nosso quarto. “Onde vivem os monstros” é uma ode ao natural, tanto no mundo externo quanto dentro de nós, já que sempre podemos libertar nossos monstros e enfrentar nossas próprias florestas misteriosas.

Capa do livro "Antes depois", de Matthias Aregui e Anne-Margot Ramstein, com ilustração de elementos da fauna e flora, como uma noz, uma lagarta, uma galinha, uma árvore, uma borboleta e um ovo.
“Antes depois”, Matthias Aregui e  Anne-Margot Ramstein  (WMF Martins Fontes)

Livros que são verdadeiras obras de arte: este é certamente um deles. Matthias Aregui e Anne Margot Ramstein apresentam às crianças os ciclos naturais, onde o tempo de cada coisa interfere nas estações do ano, no brotar de um fruto e até na cor de uma flor. Com páginas duplas, em que a primeira representa o “Antes” e a segunda o “Depois”, tem noite que vira dia, semente que vira árvore, abóbora que vira carruagem. Com algo tão simples quanto mostrar uma geleira logo após uma floresta, o livro faz pensar em ancestralidade e estimula nas crianças o respeito pela natureza.

Capa do livro “Brasileirinhos no pantanal”, de Lalau e Laurabeatriz, com ilustração de uma capivara, que está dentro d'água, que tem uma borboleta apoiada no nariz.
“Brasileirinhos no pantanal”, Lalau e Laurabeatriz (Companhia das Letrinhas)

Jaguarundi, muçurana, lagarto-jacaré e piau-três-pintas: o que esses bichos têm em comum? Todos pertencem ao pantanal e estão presentes em “Brasileirinhos do Pantanal”, livro com poemas de Lalau e ilustrações de Laurabeatriz. Entre informações da fauna pantaneira e aquarelas coloridas, a poesia dá ainda mais vida a tesouros brasileiros, muitos deles correndo risco de vida devido às queimadas e intervenções humanas.

Capa do livro "Terra de Cabinha", de Gabriela Romeu, com ilustração de um menino que leva um cavalo pela guia, uma menina em cima de uma árvore e uma menina que lê um livro.
“Terra de Cabinha”, Gabriela Romeu (Peirópolis)

O livro da jornalista e pesquisadora Gabriela Romeu traz um inventário das infâncias do sertão do Cariri cearense. Além de mostrar como os meninos de lá brincam com muitos recursos, soltos na imaginação e na brincadeira livre, sugere uma série de ideias de brincadeiras típicas da região, apresentadas pelas próprias crianças que participaram da confecção do livro – elas contam o que é uma por uma e ensinam como brincar. O menino Jacaré, por exemplo, mora na Vila Lobo e brinca de “Estrelinha nova sela”, “Unha de gavião” e “Amassa tomate”. O projeto gráfico é um deleite à parte, com fotos de Samuel Macedo e ilustrações de Sandra Jávera. Dá vontade de sair brincando por aí.

Capa do livro "Papai esteve na floresta", de Gusti, com ilustração de quatro crianças, a primeira está com uma folha de bananeira na mão, que cobre a cabeça de todas.
“Papai esteve na floresta”, Gusti (SM)

“Um dia, papai me contou que tinha estado em uma floresta que é mãe de todas as florestas, com árvores tão altas e grossas que para abraçar uma precisaríamos juntar todas as crianças da classe e, ainda assim, não conseguiríamos”. Quem narra essa história é o menino Theo, impressionado pelas aventuras do pai, que se embrenhou na floresta amazônica equatoriana para estudar uma ave muito rara chamada harpia. Assim, ele conhece pela imaginação as histórias de aranhas gigante, rãs cantoras e vagalumes, e entende que a floresta é a casa de milhares de seres vivos que, como ela, morrem e renascem. Uma lição sobre respeito à natureza e humildade diante do desconhecido.

Capa do livro "Uma história guarani", de Alicia Baladan, com ilustração de uma flor escura, que ao centro tem uma pessoa deitada sob as pétalas.
“Uma história guarani”, Alicia Baladan (Edições SM)

Para indígenas guarani, a aranha é o animal mais sagrado do mundo. Quando um bebê nasce, a mãe o protege dos insetos com uma delicada teia de aranha, que, segundo a sua crença, podem curar até feridas. Este livro, escrito e ilustrado pela uruguaia Alicia Baladan, conta a história de um jovem guarani que resolve sair em busca do precioso fio para presentear a namorada, mas se depara com os mistérios implacáveis da floresta. Trata-se de uma história mitológica e repleta de simbologias e metáforas no texto e na imagem. Belíssimo do ponto de vista gráfico, o livro faz pensar sobre a insignificância do ser humano diante da natureza.

Capa do livro "Dia de Sol", de Renato Moriconi, com ilustração de flores desenhadas com traço simples.
“Dia de Sol”, Renato Moriconi (Jujuba)

Do escritor e ilustrador Renato Moriconi, o livro faz uma narrativa visual sobre os ciclos naturais que recomeçam a cada dia. Um sol que aparece e desaparece. Esconde-se nas flores, equilibra-se na linha do horizonte, brinca de pega-pega e depois vai dormir. A partir dessa história que pode ser a narrativa perfeita do cotidiano de todos nós, o livro estimula nos pequenos a noção de que tudo é processo, percurso e tempo de espera. Quando as coisas escurecem, é preciso ter paciência até o próximo amanhecer.

Capa do livro “Erumavez... umapessoaqueouviamuitobem”, de Carlos Kater, com ilustração de animais em uma floresta.
“Erumavez… umapessoaqueouviamuitobem”, Carlos Kater (MK Cultura)

Escrita pelo músico e educador musical Carlos Kater, a história conta a aventura da Pessoaqueouviamuitobem numa mata rica em cantos de animais e sons da natureza, e nos propõe jogos de escuta, percepção, memória e reconhecimento, ampliando os territórios da escuta e da produção musical. Esta segunda edição digital, em formato PDF e bilíngue (português-inglês), conta com ilustrações originais da artista plástica Tatiana Clauzet. São duas novas versões: a literária, com a história ilustrada e o audiolivro; e a versão do educador, que traz ainda material de apoio, fontes de referência e CD com 52 faixas com atividades e jogos sonoro-musicais.

Capa do livro “Quatro histórias de amor para pequenos leitores”, de Cléo Busatto, com ilustração de um menino que segura uma bandeira branca e tem outras pessoas ao seu redor.
“Quatro histórias de amor para pequenos leitores”, Cléo Busatto (CLB Produções)

Com texto de Cléo Busatto e ilustrações de Mateus Rios, quatro narrativas distintas formam uma história única. Com bichos, natureza e pessoas, a obra busca falar de amor longe da perspectiva romântica, em que amar o mundo ao nosso redor faz com que as coisas tenham sentido e nossas trajetórias sejam mais afetuosas. Sem nomear seus personagens, que ganham substantivos como “menino”, “menina” ou “cachorro”, as crianças têm a chance de imaginarem seus próprios mundinhos e os associarem com suas realidades.

Capa do livro “Natureza fora da caixinha”, de Bete P. Rodrigues e Juliana Gatti Pereira Rodrigues, com ilustração de três crianças que estão em meio às flores e se apoiam no título do livro.
“Natureza fora da caixinha”, Bete P. Rodrigues e Juliana Gatti Pereira Rodrigues (Literare Books International)

Como uma mãe que apresenta aos filhos sua caixinha de memórias da infância, as autoras pretendem apresentar aos leitores os elementos da natureza. Com uma linguagem informativa, a obra apresenta a biodiversidade para o universo das crianças. A partir de uma série de atividades lúdicas e úteis, os leitores aprendem, trocam, perguntam, conversa e aprendem mais sobre o meio ambiente. Dessa forma, valores como respeito e empatia são trabalhados por meio das histórias e da dinâmica com a natureza.

*As descrições sobre cada livro foram elaboradas a partir de material disponibilizado pelas próprias editoras.

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