Como garantir os direitos das crianças no ambiente digital?

No livro “Direitos fundamentais da criança no ambiente digital”, Isabella Henriques apresenta caminhos de efetivação do artigo 227 na era da tecnologia

Eduarda Ramos Publicado em 17.04.2023
Foto de um adulto e um menino, ambos negros, sentados em frente a um computador
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Resumo

No livro “Direitos fundamentais da criança no ambiente digital”, a autora Isabella Henriques traz caminhos para a garantia dos direitos das crianças na era da tecnologia.

Como é ser criança na era da internet? A tecnologia respeita e promove o desenvolvimento pleno de todas as crianças? É possível garantir que elas sejam tratadas com prioridade absoluta no ambiente digital? No livro “Direitos fundamentais da criança no ambiente digital”, Isabella Henriques, advogada e diretora executiva do Instituto Alana, fala como proteger as crianças no ambiente digital – e não do ambiente digital, apresentando caminhos para que seus direitos sejam efetivados e como podemos superar os desafios que acompanham o desenvolvimento da tecnologia.

Além de apresentar o histórico dos direitos de crianças e adolescentes do Brasil e do mundo, a autora lista tópicos voltados ao uso de dados por plataformas, a responsabilidade do Estado na proteção das crianças, além de panoramas de regulação e compromissos autorregulatórios, em especial relacionados à inteligência artificial.

“As vozes, os anseios, os desejos e os sonhos das crianças não estão sendo considerados no ambiente digital.”

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“Direitos fundamentais da criança no ambiente digital”, Isabella Henriques (Revista dos Tribunais)

A obra trata dos direitos e desafios que o ambiente digital oferece para crianças e adolescentes. De que maneiras a tecnologia pode ser uma aliada quando o assunto é efetivar a prioridade absoluta desses grupos como indica o artigo 227 da Constituição Federal?

De quais perigos devemos proteger as crianças no ambiente digital?

“O ambiente digital tem relegado às crianças a invisibilidade que as acompanha ao longo da história. Se não, tem acolhido-as na qualidade de meras consumidoras, com finalidade puramente comercial, em uma sociedade de consumo que ensina a consumir desde o berço”, comenta Henriques. Conteúdos inadequados, cyberbullying, pessoas mal intencionadas, exposição de informações pessoais, publicidade infantil e coleta de dados por grandes empresas são alguns dos desafios aos quais crianças e adolescentes estão expostos nas plataformas digitais e que pedem atenção.

O livro, que nasce da dissertação de doutorado da autora, lembra o leitor de que é necessário ir além de uma visão adultocêntrica da vida e do mundo, para que sejam consideradas a multiplicidade e a interseccionalidade dos contextos de cada criança – sobretudo o tecnológico, em que as plataformas são pensadas sem levar em conta as peculiaridades da infância e da adolescência.

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