Movimento #TáNaHoraDaEscola debate a volta às aulas presenciais

Instituições ligadas à infância, juventude e educação se unem para garantir o direito dos estudantes do país

Da redação Publicado em 13.08.2021
imagem de uma menina negra de cabelos crespos em uma sala de aula, sentada à frente da carteira, usando máscara de proteção contra covid
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Resumo

Crianças e adolescentes ficaram afastados fisicamente da escola durante a pandemia. Com o avanço da vacinação dos profissionais da educação, instituições se unem para debater a volta às aulas presenciais, com segurança.

Apesar do cenário ainda preocupante e sem desconsiderar os muitos desafios que existem, instituições voltadas à infância, juventude e educação concordam sobre os prejuízos causados pelo longo período fora das escolas durante a pandemia da covid-19. O movimento #TáNaHoraDaEscola traz informações confiáveis e relevantes sobre a retomada das atividades presenciais de maneira segura para crianças, adolescentes e profissionais de educação, buscando organizar uma ampla mobilização nacional em torno da reabertura das escolas.

O Brasil é um dos países que mais tempo manteve fechados os espaços físicos das escolas e, por outro lado, é o segundo que mais perdeu vidas pela covid-19 em todo o mundo. Após mais de um ano e meio de pandemia, países testaram formatos efetivos de retomada das aulas presenciais, com os protocolos sanitários e adaptação da infraestrutura, puderam receber os alunos com segurança de volta à escola.

Apesar dos esforços dos profissionais da educação, que enviaram atividades para fazer em casa e apoiaram as famílias, o impacto dessa circunstância prolongada vai desde os prejuízos no desenvolvimento das crianças, aumento da vulnerabilidade alimentar e de segurança dos alunos, até o crescimento das taxas de abandono escolar. Tais fatores incrementam o déficit educacional, ampliando as desigualdades entre os estudantes de instituições de ensino públicas e privadas, entre alunos negros e brancos, e entre regiões e municípios do país.

A partir do recorte em raça/cor e gênero, o estudo do Geledés – Instituto da Mulher Negra, “Direito à educação em tempos de pandemia“, revela que 100% dos meninos brancos tiveram acesso a material didático pedagógico durante a pandemia contra apenas 60,9% das meninas negras. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD-COVID-19, também realizada em 2020, mostraram que estudantes negros e indígenas sem atividade escolar são o triplo de estudantes brancos: 4,3 milhões de crianças e adolescentes negros e indígenas da rede pública e 1,5 milhão de adolescentes brancas, respectivamente.

O complexo desafio brasileiro de retorno ao convívio escolar exige o envolvimento de todos os agentes desse sistema: familiares, alunos, professores, escolas e governos em suas múltiplas esferas. O avanço da vacinação – inclusive entre os profissionais da educação – e o início de um novo semestre letivo colocam o debate neste novo momento.

* A mobilização #TáNaHoraDaEscola conta com diversas organizações apoiadoras, que assinam um manifesto e buscam amplificar o debate sobre a retomada das aulas presenciais, com os devidos protocolos de segurança, no segundo semestre de 2021. Participam da campanha: Fundação Lemann, Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, Fundação Roberto Marinho, Instituto Alana, Instituto Natura, Itaú Social e Todos Pela Educação. Novos apoiadores estão convidados a se juntar! Entre em contato pelo e-mail tanahoradaescola@fmcsv.org.br.

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