Saúde mental infantil: não é fase nem besteira

Saiba como observar, entender e respeitar o sofrimento das crianças dando a ele o devido valor

Criar e Crescer Publicado em 10.09.2020
Saúde mental infantil: a silhueta de mãe e filha aparece contra a luz. Elas estão de costas e caminham lado a lado, de mãos dadas.
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Resumo

Neste vídeo produzido pelo canal Criar e Crescer, a psicóloga e psicanalista Carol Lopes explica como validar os sentimentos das crianças e aconselha procurar ajuda profissional, se necessário.

Desde 2015, a campanha brasileira Setembro Amarelo acontece neste mês por causa do dia de hoje, 10/9, o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio. Se entendemos que muitas das questões que enfrentamos quando adultos possuem suas raízes em fatores não resolvidos durante a infância, validamos ​a importância de se observar com cuidado a saúde mental infantil, sem negligenciar o sofrimento psíquico das crianças nem romantizar essa fase da vida. 

Claudia Mascarenhas, Diretora Clínica do Instituto Viva Infância, destaca a importância de proteger e cuidar de uma criança em sua integralidade “não apenas para evitar sequelas futuras, mas para evitar um sofrimento presente.”

Além da questão do suicídio, da qual precisamos falar de forma responsável e acolhedora (mesmo porque as crianças têm contato com ela sobretudo pelas redes sociais e precisam se proteger), existem muitas outras fontes de sofrimento que podem afetar as crianças e sujeitá-las a uma dor em proporções além do comum. Ou seja, é natural que a gente sofra, inclusive os pequenos; o que não está certo é quando a situação foge do controle e implica em uma rotina desequilibrada e não funcional. 

É preciso cuidar da saúde mental infantil

A psicóloga e psicanalista Carol Lopes, em vídeo produzido pelo canal Criar e Crescer,  destaca alguns sinais e situações a que os adultos devem prestar atenção no dia a dia para entender o que está por trás dessas questões, cuidar para que a criança não adoeça e garantir as condições básicas para que possam se desenvolver em adultos saudáveis. Segundo a especialista, é comum nomear os comportamentos infantis negativos como birra, desatenção, preguiça, mal criação. 

Embora a criança não tenha recursos suficientes para comunicar o que sente pela fala, isso não significa que ela não tenha sentimentos ruins, como os adultos. Então, ela vai apresentar a dor de uma maneira indireta, ou seja, mudando atitudes no dia a dia. Por isso, os adultos responsáveis precisam estar atentos e observar se coisas normais de cada fase não ganham um peso maior, alerta Carol.

Como ajudar as crianças?

Algumas dicas envolvem perceber se a criança, por exemplo: está sendo agressiva, agita-se exacerbadamente, demonstra irritabilidade, apresenta perturbação de sono com vários despertares noturnos, para de comer ou come excessivamente, não quer mais brincar, tem medo, passa a mentir, chora fácil ou apresenta bloqueios sociais. 

“É preciso sair do senso comum para ver o que de fato está acontecendo”

Outra recomendação é conversar com a criança, perguntar o que ela está sentindo para tentar entender o que ela precisa. Caso a situação fuja da capacidade de entendimento, se há dúvida ou não se sabe o que está acontecendo, é preciso buscar ajuda profissional, diz Carol.

A seguir você pode assistir ao vídeo completo “Saúde mental infantil: entender e respeitar a dor e o sofrimento das crianças”:

O Centro de Valorização da Vida (CVV) presta apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, pelo telefone 188, e-mail e chat 24 horas todos os dias.

No site Mapa Saúde Mental, você também encontra opções de acolhimento e atendimento psicológico, gratuito ou voluntário, on-line ou presencial, em todo o Brasil.

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