Os projetos voltamos ao meio ambiente apresentados a seguir foram desenvolvidos por alunos de escolas públicas brasileiras e foram selecionados na premiação do Desafio Criativos da Escola. Ela reconhece iniciativas transformadoras protagonizadas por crianças e adolescentes de todo o país.
Muitas atividades foram interrompidas durante a pandemia. Mas alunos e educadores informam o que tem sido feito e quais são os próximos passos rumo a um futuro em que o ser humano possa coabitar o planeta com outras espécies de forma sustentável.
Projetos de meio ambiente e o protagonismo jovem
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1. Plantando o futuro (Atalanta/SC)
O plano promove a participação e o protagonismo de crianças e adolescentes em uma série de ações em prol do clima, da preservação das florestas e da educação ambiental. O grupo surgiu em 2016, e conta com o apoio da Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), realizando rodas de conversas e atividades educativas para mostrar a crianças e adolescentes como liderar o movimento de transformações que o planeta precisa.
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2. Tríplice Coroa (Imperatriz/MA)
Os estudantes do Colégio Militar Tiradentes 2 perceberam que o Rio Tocantins, utilizado como importante meio de comunicação e transporte, estava sendo afetado pelo acúmulo de lixo em seu leito. Isso porque a própria população ribeirinha não tem suporte adequado para a gestão correta de resíduos. Por isso, eles desenvolveram um aplicativo. Para trazer informações e instruções às pessoas da região sobre formas de reciclagem e compostagem.
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3. Miguel Verde (Cabo Frio/RJ)
A proposta é transformar o espaço escolar com a criação de um laboratório ao ar livre. Com jardins de restinga, sementeiras para germinação de plantas nativas, viveiro e composteira utilizando resíduos orgânicos da cozinha.
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4. Reutilizar para conservar (Barreirinha/AM)
Após identificar o descarte incorreto de resíduos por frequentadores do distrito de Freguesia – o que contribui para a poluição de ruas, praias e rios -, os estudantes da Escola Antônio Belchior começaram uma ação de conscientização sobre conservação e gestão correta de resíduos. Utilizando placas e maquetes a partir de materiais didáticos reutilizados. Também vêm sendo realizadas ações com a comunidade, coleta de lixo na praia e capinação. E os pais devem ir à escola dar oficinas para os alunos, seguindo orientações sobre o meio ambiente.
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5. EMA Gerency (Barbalha/CE)
Estudantes da Escola Estadual de Educação Profissional Otília Correia Saraiva estão produzindo um aplicativo para enviar aos usuários informações sobre gastos de água e energia elétrica em tempo real. Bem como dicas de consumo sustentável de recursos. Os alunos estão pesquisando os equipamentos necessários para a implementação do projeto a preços justos, enquanto adiantam as telas e o desenvolvimento do app.
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6. IECQ: interação etnobotânica na comunidade Quilombola de Conceição das Crioulas (Salgueiro/PE)
A partir de estudo etnobotânico, investigando o cultivo e uso de plantas medicinais de uma comunidade quilombola, jovens da Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) Aura Sampaio Parente Muniz criaram um aplicativo. Com o intuito de repassar os saberes da medicina popular para as novas gerações por meio de um jogo educativo em formato de quiz. Partindo dos dados levantados junto aos moradores, o grupo estudou os nomes e as propriedades das plantas.
Depois, organizou um livreto e um blog que serviu de base para a criação do jogo. A iniciativa multidisciplinar – ciências biológicas, antropologia e tecnologia – fortaleceu a cultura da comunidade quilombola e permitiu que pessoas de fora pudessem ter contato com esse conhecimento ancestral. Agora, o grupo quer popularizar o aplicativo e torná-lo mais acessível, levando a cultura popular e a sabedoria a respeito das plantas medicinais para todo o mundo.
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7. Reciclando práticas (Juazeiro do Norte/CE)
Estudantes do Colégio da Polícia Militar Ce. Hervano Macedo Júnior promovem ações educativas de coleta seletiva de óleo, pilhas e eletrônicos, destinando-os ao lugar de descarte correto e auxiliando o trabalho dos catadores.
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8. Amazônia, um laboratório natural (Barreirinha/AM)
O projeto visa utilizar áreas da floresta amazônica como laboratório e sala de aula a partir de atividades multidisciplinares fora do ambiente escolar. Enquanto não puderam ir à floresta e ao rio, durante a pandemia do coronavírus, o projeto paralelo “Biologia de quintal” mostrou que os alunos têm muito a aprender em seus próprios quintais.
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9. Escola e comunidade: vida e futuro (Vila Rica/MT)
Na Agrovila Santo Antônio do Beleza, uma escola foi construída com os poucos recursos dos próprios moradores. Para viabilizar o projeto, os estudantes de uma escola em um assentamento produziram um documentário com seus celulares, para registrar e divulgar as práticas escolares e os modos de vida no campo, contando suas dificuldades para comparecerem às aulas e as dinâmicas cotidianas da comunidade. O vídeo também revela a preocupação com o desmatamento e os esforços dos alunos para proteger a mata nativa. Depois dessa produção, o poder público iniciou a construção de uma escola de alvenaria para a turma.
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10. Biofertilizante líquido natural: a agricultura ao alcance das mãos (Cascavel/CE)
Estudantes da Escola de Ensino Fundamental de Boa Águia criaram um biofertilizante como alternativa ao uso de agrotóxicos a ser utilizado na Comunidade Rural da Boa Água. O chorume, produto resultante da compostagem, além de substituir os agrotóxicos, também dispensa o uso de água e adubo nas plantações. Ainda permite que as plantas cresçam mais rápido e mais fortes. A alternativa é mais econômica e sustentável, e as plantações se tornam mais saudáveis para serem consumidas.
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11. Ecofossa: o uso da fibra do coco na construção de fossas ecológicas – (Beberibe/CE)
Ao saberem que 90% da água de uma reserva ecológica no litoral do Ceará estava contaminada, estudantes da Escola Estadual de Educação Profissional Pedro de Queiroz Lima criaram uma maneira de fornecer água potável com baixo custo. A partir do uso da fibra do coco na construção de fossas ecológicas, uma alternativa às fossas sépticas convencionais feitas de brita.
Após diversos testes e de um estudo realizado junto à Universidade Federal do Ceará, descobriu-se que a fibra de coco, um material filtrante abundante na região litorânea, reduz em 40% o custo das fossas (o investimento médio para construir uma ecofossa é de R$ 400). E quantidade de resíduos sólidos com a reutilização do coco, antes descartado em lixões a céu aberto. Além de impedir que os dejetos entrem em contato com o solo, a fossa permite plantações e a construção de poços.
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12. Córrego Guará (Brasília/DF)
Após participarem de uma gincana escolar, estudantes do Centro de Ensino Médio Júlia Kubitschek se uniram para limpar o Córrego Guará. Esse é um caminho d’água que corta uma comunidade no Distrito Federal e deságua em um dos principais afluentes do lago Paranoá (usado no abastecimento de água de Brasília, de forma emergencial, caso ocorra uma crise hídrica). Foram coletadas duas toneladas de detritos. Também criaram um viveiro para recuperar as margens desmatadas do riacho, plantaram 1.200 mudas no zoológico e apresentaram uma peça de teatro.
Como parte da pesquisa, os jovens conversaram com um morador antigo, para saber como o córrego era sem as doenças, o lixo, as casas irregulares, o desmatamento da mata ciliar e o despejo de esgoto clandestino.
A audiência pública em que alunos e moradores denunciaram os impactos socioambientais causados pela má preservação do riacho resultou na elaboração do Projeto de Lei 1.974/16. Ele visa recuperar o local e proteger o peixe pirá-brasília, encontrado somente lá e com risco de extinção. Junto de líderes comunitários, os estudantes formaram a Comissão de Defesa do Meio Ambiente (Condema), e criaram uma trilha que passa pelo córrego e por pontos históricos de Candangolândia. Bairro onde surgiu a cidade de Brasília, para conscientizar sobre a importância da preservação da região.
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13. Ecomuseu (Pacoti/CE)
Ao percorrerem várias trilhas pelo território, alunos da Escola Menezes Pimentel descobriram que a maioria da população desconhecia a história e não sabia falar sobre as riquezas naturais da região. Para levar a cultura local aos moradores de Pacoti, o grupo criou o primeiro Ecomuseu da cidade. Uma forma de preservar a memória e registrar espécies da fauna e da flora locais. É o primeiro museu construído a partir de plástico reciclado do país.
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Criativos da Escola
Movimento que encoraja crianças e jovens a transformarem suas realidades, reconhecendo-os como protagonistas de suas próprias histórias de mudança. Programa do Instituto Alana, a iniciativa faz parte do Design for Change, movimento global presente em 65 países, inspirando mais de 2,2 milhões de crianças e jovens ao redor do mundo.