Materiais educativos para falar de crise climática com crianças

Em dúvida sobre como falar de mudanças climáticas em sala de aula? Conheça ideias que podem te ajudar nesta missão e ainda engajar os alunos na ação ambiental

Da redação Publicado em 03.11.2021
Na foto, dois meninos olham para uma árvore em miniatura, mostrada por uma professora. A imagem possui uma intervenção de moldura na cor rosa.
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Resumo

Selecionamos uma série de materiais que podem apoiar educadores na hora de trabalhar nas escolas o tema das mudanças climáticas e seus impactos.

A educação ambiental deverá estar no centro do ensino escolar até 2025. A solicitação foi feita pela Unesco após analisar, por meio do estudo “Aprender pelo nosso planeta”, os programas educativos e os currículos escolares de cerca de 50 países e constatar que mais da metade não faz qualquer referência às alterações climáticas e apenas 19% fala sobre biodiversidade.

O último relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), comitê composto por centenas de cientistas do mundo inteiro com a missão de avaliar periodicamente as mudanças do clima, mostra que o mundo provavelmente atingirá ou excederá 1,5 °C de aquecimento nas próximas duas décadas – mais cedo do que em avaliações anteriores. Somente um pacto global com cortes ambiciosos nas emissões de CO2 permitirá manter o aumento da temperatura em 1,5°C, o limite que os cientistas dizem ser necessário para prevenir os piores impactos climáticos. Também estão previstos a elevação do nível dos mares e maior ocorrência de eventos extremos, como secas, inundações e incêndios florestais, por exemplo. Para reverter esse quadro, são necessárias transformações em setores como o de energia, alimentação e transportes.

Os materiais educativos a seguir ajudam a compreender a emergência climática que atravessamos, a perda da biodiversidade e demais desafios relacionados a um desenvolvimento sustentável ao relacionar a teoria com a realidade do aluno.

Conheça 8 materiais educativos sobre crise climática que podem ser grandes aliados em sala de aula:

  • 1  Mudanças climáticas e a sociedade

Desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP (Universidade de São Paulo), o site educativo “Mudanças climáticas e a sociedade” apresenta, para crianças e adolescentes, um panorama geral sobre o funcionamento do sistema terrestre, o que é o clima e os impactos da ação humana no meio ambiente. A proposta é fornecer conhecimento confiável e de qualidade, com base em pesquisas científicas, mas apostando em uma linguagem acessível e didática, acerca das questões ambientais e urgentes que o planeta enfrenta, bem como expandir a consciência coletiva, para que estudantes de todos os níveis da educação sejam capazes de atuar pelas questões ambientais. Os textos são acompanhados de ilustrações, mapas e gráficos. Como material adicional, estão disponíveis um ebook gratuito, que compila as principais informações, e um quiz, para testar os conhecimentos e fixar o aprendizado sobre clima no Brasil.

  • 2  Movimento circular

A plataforma Movimento circular, idealizada pela Atina Educação, é um espaço para informar sobre a economia circular – uma nova forma de pensar o lixo como recurso – e  refletir a respeito da nossa relação com temas como sustentabilidade, mobilizando cada um a entender seu papel nessa cadeia e estimular a criação de novos processos que dependam menos de recursos naturais e não renováveis. De forma didática, intuitiva e interdisciplinar, conteúdos interativos, acompanhados de links e materiais extras, explicam qual o impacto que a economia pode ter em determinado setor e quais são os benefícios de oferecer alternativas mais sustentáveis para o planeta. A plataforma também oferece sequências didáticas montadas por uma equipe pedagógica para serem usadas em corporações e salas de aula, em diversas etapas de ensino, com conteúdo teórico e metodologias ativas organizadas a partir dos conceitos explorar, investigar, solucionar e compartilhar. Todas elas informam a etapa de ensino contemplada, tempo previsto, componentes curriculares, materiais necessários e quais competências da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são contemplados. Para engajar ainda mais os alunos, em 2020 foi lançado o Desafio Circular, cujo objetivo era criar projetos dentro do conceito de economia circular que fizessem sentido para sua comunidade. O projeto-piloto foi realizado com as ETECs (Escolas Técnicas Estaduais) do Centro Paula Souza, em São Paulo.

  • 3  Por que gênero e clima?

Lançado recentemente pelo Grupo de Trabalho em Gênero e Clima do Observatório do Clima, o infográfico “Por que gênero e clima?” reúne diversas fontes sobre o tema a partir de uma linguagem simples e acessível, com textos curtos e ilustrações. A ideia é que o infográfico se desdobre em outros materiais, como desenhos para colorir, por exemplo, de modo que possam ser utilizados por educadores com alunos de todas as idades.

  • 4  Tem um monstro na minha cozinha

Produzida pelo Greenpeace com narração do ator Wagner Moura, a animação “Tem um monstro na minha cozinha” conta a experiência de um menino que, ao ter sua cozinha invadida, descobre como a indústria da pecuária está, literalmente, devorando nossas florestas. A partir daí, ele repensa uma de suas escolhas: o consumo de carne.

  • 5  Coleção meu ambiente: mudanças climáticas

Com a ajuda de Miguel e sua turma, o aluno é convidado a se aproximar da natureza e explorar o tema das mudanças climáticas. Neste sétimo volume da coleção “Meu ambiente”, da Fundação Grupo O Boticário, o clima é o tema central de atividades e brincadeiras. Para facilitar a compreensão do conteúdo, há os recursos “O que é, o que é?”, uma sinalização para se consultar o significado da palavra destacada no dicionário no final do livro; e “Você sabia?”, que apresenta, na própria página, informações complementares e contextualizações sobre o tema.

  • 6  Nova Escola

Neste material do site Nova Escola, há sugestões de como trabalhar as mudanças climáticas de forma interdisciplinar. Em Ciências, pode-se investigar como são obtidos os dados e como são feitas as pesquisas científicas; avaliar causas e consequências da crise do clima para os seres vivos e compreender como são interdependentes; e estudar as condições necessárias para que haja vida, a conservação do calor e o ciclo do carbono. Em Geografia, é possível trabalhar as relações diplomáticas entre os países e o papel da agricultura para o PIB; estudar as matrizes energéticas disponíveis e as vantagens e desvantagens de cada uma delas; e abordar as responsabilidades de indivíduos, empresas e entes federativos e diferenciar o que é causado por aquecimento global e o que tem a ver com a gestão. Já em Matemática, questões de massa, volume e área, assim como porcentagem e interpretação de gráficos podem pautar estudos sobre o derretimento de geleiras e aumento da temperatura. Após coletarem dados, os alunos podem organizá-los, interpretando e construindo gráficos com base nessas informações.

  • 7  Mudança climática na sala de aula

Este curso da Unesco sobre educação em mudança climática e desenvolvimento sustentável (EMCDS) é voltado à capacitação de professores secundários de diversas áreas (fundamental II e ensino médio), a fim de introduzir os temas em todo o currículo, e ajudar os alunos a tomarem consciência e compreenderem a crise do clima e os possíveis futuros com eventos climáticos extremos. Para isso, explora as abordagens de aprendizagem participativa exigidas pela educação para o desenvolvimento sustentável, e indica caminhos para levar o aprendizado para fora da sala de aula e para dentro da comunidade.

  • 8  Preparando-se para o clima

Neste guia escolar sobre ação climática, desenvolvido pela Unesco, o professor é orientado a criar uma sociedade mais saudável, mais justa e ambientalmente mais sustentável; capacitar crianças e jovens a fazer o mesmo; e tornar a escola mais amiga do clima. As diretrizes e exemplos foram baseados em uma pesquisa sobre projetos de ação climática em 55 escolas de 12 países, participantes do Projeto da Rede de Escolas Associadas à Unesco (ASPnet), além de se basear em exemplos e pesquisas publicados em revistas e jornais, livros, diretrizes nacionais e internacionais, quadros e sites do programa.

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