Como seria a escola pública ideal? Professores respondem!

Série de pesquisas realizadas com educadores trazem perspectivas sobre o futuro que os docentes desejam e suas ideias para construir a escola ideal

Da redação Publicado em 18.07.2022
Na imagem, um menino negro sorridente escreve em um caderno. Atrás dele, uma professora branca também sorri enquanto olha a criança.
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Resumo

No programa de pesquisas “O professor da escola pública brasileira: seus sonhos, desejos e projetos de vida”, professores de todos os cantos do Brasil compartilham suas perspectivas de futuro e ideias de como seria a escola ideal.

Você, educador de escola pública, já pensou sobre o que espera para o futuro? Se você tivesse poderes para reinventar as práticas no chão da escola, pensando nas demandas da sociedade atual, numa educação de qualidade e na escola ideal, como seriam as suas aulas e a escola? Esses questionamentos regem o programa de pesquisas “O professor da escola pública brasileira: seus sonhos, desejos e projetos de vida”, produzido pelo Instituto Iungo e pelo Núcleo de Novas Arquiteturas Pedagógicas, da Universidade de São Paulo (NAP/USP).

Com o objetivo de ouvir professores da educação básica pública a respeito de seus desejos, sonhos, necessidades e projetos de vida, para que o desenvolvimento profissional docente possa ser pensado de forma mais conectada aos educadores, o programa foi feito a partir de duas pesquisas: “O professor da escola pública brasileira: seus desejos e projetos de vida” e “A escola pública dos sonhos para os educadores brasileiros”. O projeto mapeou respostas de educadores de todo o Brasil, para colaborar na construção de uma escola ideal em que a educação de excelência, pautada na responsabilidade e no engajamento de toda a comunidade escolar, seja uma realidade.

Perspectivas de futuro

Coordenada por Valéria Arantes, professora livre-docente da Faculdade de Educação da USP (FEUSP) e diretora do Núcleo de Apoio à Pesquisa (NAP/USP), o estudo foi realizado em 2021, em um cenário de reformulação das aulas para o ensino remoto. Na amostragem de 2 mil professores, 83% têm a educação em lugar de destaque nos projetos de vida (1.669 entrevistados). Destes,

  • 100% expressaram a relevância do compromisso com a educação e a profissão docente;
  • 88% expressaram o desejo de busca pela excelência na educação;
  • 56% desejam a adoção de uma ética do cuidado e responsabilidade na vida e na profissão.

Para os educadores, ter a educação em lugar de destaque nos projetos de vida também significa desenvolver-se profissionalmente, seguir na carreira, impactar a vida de estudantes e comunidades, buscar a qualidade e a excelência na educação, cuidar e responsabilizar-se pela família. 

“Meu projeto de vida é ser um professor excelente. Penso que é minha responsabilidade o desenvolvimento dos meus alunos e que essa é uma profissão muito séria” – Depoimento anônimo

Como seria a escola ideal?

Coordenada por Ulisses Araújo, professor titular sênior da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP e coordenador Científico do NAP/USP, a amostragem da segunda pesquisa contou com 1.500 professores, em que a escola dos sonhos é diferente e inovadora para 97% deles. Dos 1.456 professores que idealizam uma escola diferente, três tópicos completam as respostas:

  • 89% expressaram ideias relacionadas à forma de organização da escola e metodologias de ensino e aprendizagem, por meio de metodologias ativas, interativas e inovadoras, tecnologia em softwares educacionais e infraestrutura e funcionamento da escola e sala de aula.
  • 53% desejam relações mais democráticas e inclusivas na escola, e dela com as famílias, comunidade e Estado. Como atingir isso? Por meio de relações democráticas e inclusivas na escola e na sala de aula, relações valorizadas com a sociedade e o Estado e mediação feita pelos educadores em sala de aula.
  • 42% demonstraram em suas respostas o desejo por mudanças curriculares e de conteúdo. Currículos de cidadania, interdisciplinares e flexíveis, voltados às demandas da família, da comunidade e do trabalho e à formação docente foram algumas das respostas espontâneas dos educadores.

“Não ficaríamos restritos ao espaço da sala de aula. Poderíamos percorrer os espaços da escola conversando sobre assuntos atinentes ao currículo, articulando-os à prática do cotidiano. Aprender para viver melhor com o ambiente, a sociedade, consigo mesmo e seus pares” – Depoimento anônimo

* Com informações de Porvir

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