Caçadores de fake news: podcast orienta crianças contra mentiras

Com humor, os personagens Isa, Pudim, Leo e Débora conduzem entrevistas para entender o que são fake news e o que fazer para combatê-las

Da redação Publicado em 22.02.2021
Foto de uma criança olhando através de uma lupa
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Resumo

Dedicados a descobrir como as fake news surgem e rapidamente se espalham, uma turminha entrevista especialistas no assunto. O resultado é o podcast “Caçadores de fake news”.

Além de muita informação (verdadeira!), “Caçadores de fake news” prepara crianças e jovens a identificar e combater notícias falsas, tudo com leveza e humor.

Com o desafio de criar um podcast sobre fake news para um trabalho escolar, os personagens Isa, Pudim, Leo e Débora se unem para entrevistar jornalistas, educadores e formadores de opinião. O objetivo é entender o que são as fake news, como elas surgem e como se espalham tão depressa, os perigos que causam e como combatê-las. Para coletar informações para o programa, eles entram em contato com suas fontes por telefone, mensagens de WhatsApp, plataformas de reunião e mesmo presencialmente.

Uma mistura entre ficção e realidade, o podcast conta com cinco episódios de 20 minutos cada, que poderão ser trabalhados com alunos do Ensino Fundamental e Médio. No site, educadores encontram sugestões pedagógicas, o perfil dos entrevistados, links importantes e até um glossário.

Baseada no livro “Esquadrão curioso – caçadores de fake news”, do jornalista e escritor Marcelo Duarte, lançado em 2018, a série está disponível nas principais plataformas de streaming (Spotify, Deezer, Google Podcast, Apple Podcast, entre outros). Os personagens são dublados por atores profissionais: Isa (Mariana Elisabetsky, de Mudança de Hábito, O Mágico de Oz e Grease); Pudim (Arthur Berges, de Um violinista no telhado, Rent e Chaplin – O musical); Débora (Luciana Ramanzini, de Natureza Morta e Bento Batuca); Leo e o narrador (Hugo Picchi, de Cocoricó e Irmão do Jorel).

“É urgente e necessário falar de educação midiática e, agora, mais do que nunca, precisamos que nossos jovens aprendam a importância de uma notícia bem apurada. Estamos vivendo um momento crítico, as pessoas precisam confiar e acreditar na imprensa profissional”, diz Marcelo, responsável pelo roteiro do podcast.

Dados e curiosidades já apresentados pelo podcast ‘Caçadores de fake news’

O Brasil é um dos países em que mais se propagam notícias falsas, revela a jornalista Januária Cristina Alves, pesquisadora de histórias de tradução oral, no primeiro episódio do podcast. “Apenas em 2019, o Brasil teve cerca de 9 bilhões de cliques em notícias falsas.” Segundo pesquisa de mercado do Instituto Ipsos, somos o número um entre os povos que caem em fake news.

Uma fake news tem 70% mais chance de ser compartilhada do que uma informação verdadeira, segundo o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).

Gilmar Lopes, criador do site e-Farsas contou que, em 2002, o site publicava um fato desmentido por semana. Atualmente, de cinco a seis matérias são desmentidas por dia, e a equipe não consegue dar conta do grande volume de notícias falsas que se espalham pela internet.

Confira quem são os jornalistas convidados:

Januária Cristina Alves: jornalista, educomunicadora e pesquisadora de histórias de tradição oral. É autora do livro “Como não ser enganado pelas fake news”, em parceria com Flávia Aidar.
Gilmar Lopes: é analista de sistemas e checador de fatos. Foi um dos pioneiros na apuração de fake news na internet – antes mesmo de o termo ter sido inventado. Criou o site e-Farsas em 2002.
Cristina Tardáguila: fundadora da Agência Lupa, uma das principais agências de checagem de fatos do país. Atualmente, é diretora adjunta da IFCN (International Fact-Checking Network), sediada na Flórida, EUA. É coautora do livro “Você foi enganado – mentiras, exageros e contradições dos últimos presidentes do Brasil”, de 2018, com Chico Otávio.
Edgard Matsuki: jornalista e editor do site de checagem de fatos Boatos.org, que ele criou em 2013.
Patrícia Campos: uma das mais importantes e premiadas jornalistas brasileiras da atualidade. Foi vítima de campanhas de difamação na internet por causa de reportagens investigativas que publicou. Escreveu o livro “A máquina do ódio”, em que revela como as redes sociais vêm sendo manipuladas por políticos inescrupulosos.
Filipe Vilicic: jornalista e profundo conhecedor dos mecanismos que regulam as redes sociais. Escreveu os livros “O clique de um bilhão de dólares”, em que conta a história do brasileiro que criou o Instagram, e “O clube dos youtubers”, sobre os milionários nascidos dentro da plataforma de vídeos.
Rodrigo Ratier: jornalista, professor e pesquisador sobre fake news na Faculdade Cásper Líbero, de São Paulo.
Esther Wojcicki: uma das mais respeitadas e premiadas educadoras dos Estados Unidos. É professora de jornalismo e fundadora do Centro de Mídias e Artes da Palo Alto High School, na Califórnia, especialista no ensino híbrido e uso de tecnologia na educação. É autora do livro “Moonshots na educação – ensino híbrido e aprendizagem colaborativa na sala de aula” (Panda Books).
Fernando Esteves: editor do site “Polígrafo”, pioneiro na checagem de fatos em Portugal.
Cláudio Michelizza: editor do site italiano “Bufale”. Bufale é uma gíria para notícia mentirosa, sem fundamento.
Madelyn Webb: pesquisadora investigativa do site de checagem de fatos First Draft.

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