4 livros que unem comida à memória afetiva das crianças

O Lunetas selecionou livros com receitas, informações e curiosidades que têm a comida como ingrediente principal

Renata Rossi Publicado em 20.03.2023
Colagem de pais e filhos interagindo na cozinha, com alimentos e com livros, elementos que constroem a memória afetiva durante a infância. Em segundo plano, a imagem está em preto e branco, com destaque para a foto colorida de um pai com uma menina no colo
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Resumo

De tradições orais a livros informativos, apresentamos quatro obras que têm a comida como tema ou ponto de partida. É um convite para ocupar a cozinha, degustar receitas com as crianças e entender mais sobre a relação da alimentação com a cultura de diversos povos.

Cheirinho de pão no forno que preenche o ambiente, uma receita preparada em datas especiais e cheia de segredos que a tornam única… Cada um tem “aquela” receita da infância que vai compor sua memória afetiva.

Essa relação entre comida e afeto vai variar de acordo com os ingredientes e costumes de cada país, pois a alimentação é um traço cultural que diz muito a respeito de um povo.

Você sabia que…

Na Etiópia, um dos hábitos alimentares é partilhar as refeições. Lá, eles têm uma prática chamada gursha, em que as pessoas mergulham o injera, um pão típico, nos guisados e levam à boca uns dos outros como expressão de carinho e amizade. Essa cena pode ser até comum por aqui quando pensamos nas crianças, mas lá essa prática é realizada entre os adultos.

Leia também: “Pê-efinho”: em livro, Rita Lobo dá dicas de comida de bebê

Se as memórias afetivas relacionadas à comida começam na infância, que tal separar um caderno para registrar as receitas e testar com os pequenos? Pode ser, inclusive, o início de uma tradição familiar. Anota aí a seleção de livros que tem a comida como tema ou ponto de partida que o Lunetas preparou e conta pra gente quais são os hábitos e histórias da sua família relacionados à comida!

Conheça 4 livros que unem comida à memória afetiva:

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“Posso provar? Histórias sobre comidas deliciosas”, de Aleksandra Mizielinska, Daniel Mizielinski e Natalia Baranowska (WMF Martins Fontes)

Originalmente publicado na Polônia, “Posso provar?” propõe um mergulho na gastronomia de 26 países espalhados pelos cinco continentes. Além de informações e curiosidades, o livro traz também receitas: um convite para que as famílias ocupem suas cozinhas e preparem pratos que talvez nunca tenham ouvido falar. Completa a obra uma linha do tempo, desde a domesticação do arroz na Ásia, no ano de 11.500 a.C. aos dias atuais, com astronautas comendo quinoa no espaço. Dos mesmos autores de “Mapas”, é um livrão em todos os sentidos – grande em tamanho e rico em conteúdo -, daquelas obras que se tornarão memória de infância e podem render boas experiências na cozinha.

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“A cozinha curiosa das fábulas: 14 histórias com receitas”, de Katia Canton (Companhia das Letrinhas)

Neste livro, além de os pequenos leitores terem contato com narrativas de variados autores e nacionalidades, incluindo Leonardo da Vinci, são apresentados a receitas que levam algum ingrediente que tem relação com a história. Ao pesquisar fábulas e contos de fadas, Katia Canton descobriu o quanto a comida faz parte dessas narrativas breves em que geralmente animais têm sentimentos e costumam deixar uma moral ou exemplo de conduta… e foi assim que nasceu a ideia deste livro.

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“Feijoada”, de Sonia Rosa e Rosinha Campos (Pallas)

Você sabe como surgiu a feijoada, prato típico brasileiro? Nessa narrativa rimada, Sonia Rosa desfaz o mito de que a iguaria era feita com sobras que os portugueses não comiam. Ela resgata a mistura de culturas que deu origem à iguaria, que leva feijão cozido com carnes curadas e embutidos, e é servida com arroz, couve, farofa e laranja. Junto de outros títulos que abordam a cultura do continente africano, o livro faz parte da coleção “Lembranças africanas”.

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“Pão, pão, pão”, de Marina Pittier, Ionit Zilberman, Estêvão Marques (Melhoramentos)

Era uma vez um rei que queria preencher inteiramente seu castelo, sem deixar nenhum espacinho vazio. Ele recompensaria muito bem quem conseguisse fazer isso. Depois de várias tentativas infrutíferas, finalmente chegou João, o padeiro, com a proposta de encher o castelo com cheirinho de pão. A história é inspirada em contos tradicionais dos quatro cantos do mundo e, como parte da coleção “Histórias que cantam”, vem acompanhada de um CD da canção que faz parte da narrativa.

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