Lactantes ganham prioridade para se vacinar contra a covid-19

Após pressão da sociedade civil, Congresso estende a prioridade às mulheres que estão amamentando para todo o país; apenas 9 estados garantiam a vacina ao grupo

Da redação Publicado em 08.07.2021
Uma mulher usando máscara amamenta seu bebê
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Resumo

Pela possibilidade de transmitir anticorpos através da amamentação aos bebês, lactantes são incluídas no grupo prioritário da vacinação contra a covid-19 em todo o país.

Até agora, lactantes não tiveram acesso uniformizado à vacinação no território nacional. Segundo mapeamento da Gênero e Número, elas só tinham vacinação assegurada, independentemente da idade, em nove estados, ainda que a decisão final fosse dos municípios, considerando-se idade de filhos e filhas, e a comorbidade das mães.

Mas acaba de ser aprovado na Câmara de Deputados nesta quinta-feira (8), em regime de urgência, o texto que coloca lactantes como parte do grupo prioritário, juntamente com gestantes e puérperas. Estes dois grupos já têm vacinação garantida por todos os estados, devido à alta taxa de letalidade de gestantes e puérperas no Brasil: 7,2%, mais que o dobro da atual taxa de letalidade do país, que é de 2,8%, segundo a Fiocruz.

Até 7 de julho, 115.589 puérperas haviam sido vacinadas com a primeira dose e 4.815 com ambas as doses em todo o país, segundo dados do painel de vacinação do Ministério da Saúde. Contudo, nem todas as puérperas são lactantes, pois há aquelas que não amamentam os filhos.

Embora não haja evidências de que lactantes sejam mais vulneráveis à covid-19, o principal argumento da vacinação dessas mulheres é a proteção 2×1, uma vez que anticorpos contra a covid-19 podem ser transmitidos através do leite materno, como apontam pesquisas. A proteção vacinal, portanto, se estenderia aos bebês, que não podem usar máscara e não podem se vacinar ainda. Outros argumentos incluem a redução das mortes maternas, o incentivo à amamentação prolongada e a proteção das lactantes que voltaram a trabalhar de modo presencial.

A mobilização pela inclusão das lactantes surgiu na sociedade civil, impulsionada, há pouco mais de um mês, pelo grupo Lactantes pela Vacina, criado na Bahia, com a participação de todos os estados, menos Roraima.

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