Idealizado pela ACT Promoção da Saúde, o material mostra como marcas de ultraprocessados se inserem no ambiente escolar
Publicação da ACT Promoção de Saúde expõe como marcas de produtos ultraprocessados tentam se inserir no ambiente escolar.
Diversas crianças passam a maior parte do dia nas escolas e é onde fazem suas refeições – muitas vezes, a única do dia. Diante da insegurança alimentar intensificada pela pandemia de coronavírus, promover uma alimentação saudável e cuidar da saúde dentro das escolas é imperativo. Com o desmonte do PNAE e aumento do consumo de ultraprocessados em escolas, comer comida de verdade pode se tornar cada vez mais difícil.
Por isso, a ACT Promoção da Saúde lançou a cartilha “Proteção da escola contra a interferência das indústrias de alimentos”, que expõe estratégias de indústrias alimentícias em inserirem produtos prejudiciais à saúde dentro do ambiente escolar, passando por gincanas, oferta de material e formação de professores e distribuição de brindes, por exemplo. O material sugere três tópicos principais para ação: incentivo, apoio e proteção da alimentação adequada e saudável.
“Campeonato esportivo de uma marca de achocolatado cheio de açúcar? Espetáculo cultural promovido por rede de fast food? Desafio da reciclagem promovido por fabricante de suco em pó? É marketing!”, conta, em nota, a nutricionista Kelly Alves, especialista em saúde pública e uma das autoras da cartilha. O material também mostra como as ações são retratadas na mídia, passando por abordagens como uma simples notícia ou mostrando os números da ação como um case de marketing.
“As táticas utilizadas pelas indústrias para entrar nas escolas parecem atender demandas concretas das escolas, quando, na verdade, têm objetivo comercial”
Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados em escolas e no cotidiano (como refrigerantes, embutidos, salgadinhos e biscoitos recheados) é altamente recomendado pelo Guia alimentar para a população brasileira (Ministério da Saúde). Segundo a publicação, “as formas de produção, distribuição, comercialização e consumo [de ultraprocessados] afetam de modo desfavorável a cultura, a vida social e o meio ambiente”, prejudicando uma alimentação saudável e de qualidade não apenas para as crianças, mas para todos que são expostos ao consumo excessivo destes produtos.
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