Conheça o ‘Canindé’, um jogo de cartas antirracista

Inspirado na obra de Carolina Maria de Jesus, o jogo homenageia a conquista de mulheres negras e brasileiras da história

Da redação Publicado em 08.08.2022
A foto mostra uma menina negra de cabelos crespos sorrindo e apresentando, em primeiro plano, uma carta do jogo Canindé, com um desenho de Djamila Ribeiro.
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Resumo

Um jogo de cartas cooperativo e antirracista, desenvolvido por jovens negras do Rio de Janeiro. Este é o “Canindé - o poder das cartas”, que apresenta conquistas de mulheres negras e dados sobre o racismo no Brasil.

Um jogo para refletir sobre o racismo e dar visibilidade às conquistas da população negra. Este é o objetivo de “Canindé – o poder do papel”, que apresenta e homenageia mulheres brasileiras da literatura, comunicação, ciência, artes e do esporte. Nomes como Daiane dos Santos, Djamila Ribeiro e Zezé Motta – muitas delas pioneiras em suas áreas de atuação – ilustram 79 cartas desenvolvidas por jovens negras do Rio de Janeiro.

“Pensamos na realidade do dia a dia, na nossa realidade, na realidade de mães solo, na solidão da mulher negra e o quanto tudo isso nos afeta. Queremos ver o jogo ‘Canindé’ chegando nas escolas, para movimentar a galera e trazer consciência”, afirmaram as desenvolvedoras no evento de lançamento do jogo, no final de julho.

Uma curiosidade é que o nome foi inspirado no livro autobiográfico “Quarto do Despejo”, de Carolina Maria de Jesus, que relata sua vida na década de 1950 como mãe, catadora de papel e moradora da favela Canindé, em São Paulo.

O jogo instiga disputa, mas também conscientização e apoio, por isso se encaixa na linha dos games cooperativos, que propõe uma dinâmica de resolução de desafios com a participação de todos e todas. Além disso, possui cinco cartas personalizáveis, que podem ser ilustradas pelos próprios jogadores, com mulheres que inspiram seu cotidiano.

Além das homenagens, as cartas também trazem “vilões da sociedade”, com dados, por exemplo, sobre como o racismo se espelha no número de profissionais negras em diversas áreas, em cargos de liderança, na política e seus respectivos salários em comparação a profissionais brancos.

De acordo com a organização Cinema Nosso, toda a renda apurada pela venda do jogo será revertida para o desenvolvimento de projetos da instituição sociocultural, que possibilita a formação audiovisual e de novas tecnologias para crianças, adolescentes e jovens periféricos. Para comprar o jogo, clique aqui ou acesse o site oficial.

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