Obras mostram as diversas representações da Orixá, celebrada em 2 de fevereiro e em 31 de dezembro por umbandistas e candomblecistas
Seja em 2 de fevereiro ou em 31 de dezembro, a celebração de Iemanjá embala festejos, oferendas e ancestralidade. O Lunetas selecionou livros para conversar sobre essa divindade com as crianças.
Há aproximadamente um século, pescadores baianos que buscavam maior fartura em suas redes acabaram por “criar” uma celebração anual: 2 de fevereiro ficou marcado como dia de Iemanjá. Devotos prestam homenagens e preparam oferendas com espelhos, perfumes, conchas e flores à mãe da vida que protege os pescadores pelas águas salgadas. Considerada o espelho do mundo, Iemanjá também costuma ser celebrada em 31 de dezembro.
Na literatura, livros sobre Iemanjá transitam entre as diversas representações que a rainha do mar possui no imaginário popular. Para celebrar o 2 de fevereiro e inspirar conhecimento e respeito sobre Iemanjá, o Lunetas selecionou seis livros infantis que falam sobre essa divindade.
“Alodê, Odofiaba
Minha-mãe, Mãe-d’água
Odoyá!
Qual é seu dia
Nossa Senhora?
É dia dois de fevereiro
Quando na beira da praia
Eu vou me abençoar”‘Iemanjá Rainha do Mar’ (Maria Bethânia)
“Dizem que ela tem sete nomes, mas é uma só, à qual se chega por sete caminhos.” “Yemanjá” faz parte da coleção “Histórias de Okú Láilái”, que recupera narrativas ancestrais perdidas ao longo dos anos. Com o dom de interpretar os sinais do divino, Yemanjá tem a compreensão de todas as coisas: ela conhece os caminhos do segredo, porque é dela que todos os caminhos partem. O livro traz narrativas diversas da Orixá e mostra diversas formas como a entidade é representada em cultos.
Cobrindo-se e descobrindo-se com espuma do mar, a Iemanjá de Edsoleda é envolta em poemas e prosas. Entre representações como sereia, com espelhos ou conchas, a entidade navega entre mares e rios para contar suas histórias entre os diversos cultos que a cercam.
“O que existe do lado de lá, bem depois da linha branca, onde o céu encontra o mar?” Com versos e xilogravuras, acompanhamos a trajetória de Marina pelo oceano. Quem rege essa viagem de Marina é Iemanjá, convergindo fraquezas e forças da Orixá com o desejo de liberdade da menina.
“Janaína” é uma representação sincrética de Iemanjá, que transita por diversas culturas, tradições e imaginários. O livro recria relatos orais do “povo de santo” de Angola, permitindo a aproximação de um Brasil ainda pouco conhecido, embalado por narrativas de origem afro-banto.
É 31 de dezembro e Camila está ansiosa para a celebração do ano novo. Entre os preparativos dos festejos realizados em sua ilha, se questiona: “Onde está você, Iemanjá?”. E assim começa uma aventura em um pequeno barco, em busca de descobrir o paradeiro da rainha do mar.
Entre os contos que apresentam às crianças 12 entidades da mitologia iorubá, a história “Iemanjá e o poder da criação do mundo” mostra como a princesa que morava sozinha no céu passou a habitar os mares, para que não se sentisse mais só. O que ela não imaginava era que um simples gesto poderia dar origem a todos os seres protetores da natureza e povoar o planeta Terra.
* As descrições sobre cada livro foram elaboradas a partir de material disponibilizado pelas próprias editoras.
Do iorubá “Iyê Omó Ejá” (mãe, cujos filhos são peixes), Iemanjá ou Yemoja é uma orixá cultuada na umbanda e no candomblé. Devido ao sincretismo religioso, nomes como Dona Janaína, Sereia, Princesa de Aiocá ou Inaê batizam a divindade nos diversos cultos realizados no país.