Crianças de Axé: a ancestralidade através do olhar infantil

Projeto multiplataforma é realizado por crianças de três quilombos baianos, onde o viver em comunidade é pautado por saberes ancestrais

Da redação Publicado em 17.08.2021
Na ilustração, quatro crianças negras seguram folhas da planta espada de São Jorge.
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Resumo

O projeto multiplataforma“Crianças de Axé” traz 17 crianças de diferentes quilombos que produzem narrativas para crianças pretas, com muita ancestralidade e magia.

Realizado em autoria coletiva, “Crianças de Axé” é um projeto multiplataforma dos quilombos Baixa da Linha em Cruz das Almas (cidade na região do Recôncavo Baiano) e D’oiti (Itacaré e Salvador). A iniciativa tem como objetivo fortalecer o compromisso comunitário e a salvaguarda da memória coletiva das comunidades por meio da leitura na primeira infância.

Entendendo a leitura para além da palavra escrita, a oralidade é o principal recurso didático do livro. Caminhos são construídos com palavras – cantadas e contadas – das pessoas mais velhas dos quilombos, com criações conjuntas com os mais novos. Um mundo de Orixás, Inkissis e Voduns é enaltecido em companhia de educadoras inseridas no cotidiano da comunidade, com muito axé e ancestralidade viva.

Disponível na plataforma Issuu, o livro tem acesso gratuito para todos os interessados. Além do livro, o projeto também mantém um canal no YouTube, onde a educadora Anna Luisa Oliveira conta histórias voltadas às crianças, suas famílias e educadores.

Para Zilda Souza, coordenadora do projeto, “as crianças no Candomblé simbolizam o renascimento. A certeza de que com elas temos a oportunidade de cultivarmos e preservarmos o modo de vida africano dando continuidade aos saberes ancestrais”.

Em uma obra que mescla orixás, elementos da natureza, super-heróis, magia e diversão, “Crianças de Axé” nasce do olhar infantil, onde novas possibilidades ao expor modos de vida diferentes são expostas, prezando por suas comunidades com base em valores ancestrais.

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