Lydia Hortélio estará em bate-papo gratuito na Ciranda de Filmes

Música, infância e memórias vão se entrelaçar neste encontro afetuoso com a educadora e pesquisadora baiana Lydia Hortélio

Da redação Publicado em 15.05.2019

Quem está de olho no Lunetas, já sabe: vem aí a 5ª edição da Ciranda de Filmes, encontro gratuito que acontece no Espaço Itaú de Cinema da Augusta, na região central de São Paulo. Entre os dias 23 e 26 de maio, este que é o único evento exclusivamente voltado ao cinema sobre cultura da infância oferece também, além dos filmes, uma série de atividades práticas e teóricas para quem é apaixonado pelo universo das infâncias, da educação e da música – que é o mote desta edição.

Um dos grandes destaques da programação deste ano é a presença de Lydia Hortélio, uma das maiores mestras da cultura da infância no Brasil. A educadora e pesquisadora vai conduzir a “palestra cantada” – ou “brincada”, como define o próprio evento – “Música da cultura da infância“. O encontro gratuito acontece no dia 23 de maio (quinta-feira), às 18h. Não é necessário fazer inscrição prévia, mas como os ingressos serão distribuídos a partir das 17h, é recomendável chegar antes para garantir lugar.

Lydia Hortélio tem formação em música: piano, educação musical e etnomusicologia, com estudos no Brasil, na Alemanha, em Portugal e na Suíça. Trabalha com pesquisa e documentação das manifestações musicais da zona rural do município de Serrinha, sertão da Bahia, onde passou sua infância, e com a cultura da criança no Brasil.

Em uma celebração da música e da transmissão oral de histórias, a autora irá resgatar suas memórias de infância e adolescência na Bahia. Criada em Serrinha, no interior do Estado baiano, Lydia passou anos de sua vida registrando em um caderno as cantigas que faziam parte das lembranças de sua tia, Alice Hortélio da Silva. O caderno foi o germe de um projeto grandioso: o de contar a história da sua cidade natal por meio das músicas que as crianças entoavam. O resultado está no disco “Ô bela Alice”, lançado em 2004. Mais de cem anos depois daquelas cantigas povoarem o imaginário das crianças de Serrinha, a pesquisa continua com Céu, terra, 51, cada vez sai um, que traz canções de hoje, século XXI, das crianças das redondezas.

É essa experiência que a pesquisadora vai dividir com público, em um encontro aberto a todas e todos, e movido pelo desejo de provocar conversas sobre a potência da musicalidade, da cultura e da ancestralidade não só para a infância, mas para o legado humano que queremos deixar. Lydia fala sobre a defasagem no modelo de aprendizagem que ainda hoje se segue na educação das crianças.

“Menino de hoje não aguenta mais ficar sentado um atrás do outro a manhã inteira, e uma professora falando uma coisa que ela mesma não acredita. A gente lê no fenômeno escola a situação da humanidade”

“Chegaram com a voz. Esse milagre, essas membranazinhas que a gente tem aqui que, flexionadas pela vontade, pela sensibilidade, pela inteligência e pelo entorno, outras culturas no entorno, responde com uma música. Se não fosse para cantar, já estava nascendo sem as cordas vocais. O boi muge, o passarinho pia, a gente pia se quiser, muge se quiser, relincha se quiser, mas canta todos os cantos se quiser”, conta Lydia, no filme “Tarja Branca”.

Clique aqui para confirmar sua presença na 5ª Ciranda de Filmes, convidar os amigos e acompanhar as novidades da programação.

Saiba mais sobre a Ciranda de Filmes:

Comunicar erro
Comentários 1 Comentários Mostrar comentários
REPORTAGENS RELACIONADAS