Porque brincar é um direito de todas as crianças, sem qualquer distinção
A pedagoga da Fundação Dorina Nowill para Cegos, Edni Fernandes Silva, lista 15 brincadeiras para estimular a diversão de crianças com deficiência visual ou de baixa visão. Afinal, toda criança tem o direito de brincar e vivenciar sua infância plena.
Durante todo o mês de abril, será trabalhado em todo o país o “Abril Marrom”, mês de sensibilização sobre a realidade de pessoas cegas ou com deficiência visual. A data é um esforço de diversas entidades médicas, centros hospitalares para minimizar os efeitos provocados pela perda da visão.
Quando o assunto é infância, é preciso considerar que práticas de inclusão passam por um entendimento pleno do contexto da criança com deficiência, mas não podem, em hipótese alguma, desconsiderar que a criança jamais deve ser esvaziada de sua principal característica: a ludicidade.
Por isso, levar em conta as limitações dessas crianças na hora de planejar as brincadeiras dos pequenos é fundamental. Por ocasião da Semana Mundial do Brincar de 2017, a Fundação Dorina Nowill listou algumas dicas simples mas cruciais para incluir crianças com necessidades específicas.
Uma das pedagogas da instituição, a profissional Edni Fernandes Silva, tem algumas dicas de como brincar e estimular a brincadeira com as crianças que têm deficiência visual, garantindo um melhor desenvolvimento dos pequenos.
Use toques e voz suaves ao se comunicar com a criança que tem deficiência visual, aproximando sua face do rosto dele para que ela possa percebê-lo e tocá-lo.
Auxilie a criança a conhecer o próprio corpo com toques enquanto nomeia cada parte tocada.
Incentive que a criança siga em direção ao som de brinquedos ou da sua voz. É interessante ter brinquedos que emitam sons, como chocalhos, bolas e pelúcias com guizos.
Brinque com a criança com deficiência visual e incentive que outras pessoas também brinquem e interajam com ela. Assim, ela se tornará mais sociável e receptiva, facilitando os relacionamentos interpessoais.
Imite os sons que seu bebê faz e crie estímulos para que ele possa imitá-lo. Isso auxiliará na comunicação.
Se o bebê ainda não senta, coloque-o de lado para manusear o brinquedo. Invista em brinquedos com texturas diferenciadas, para estimular o tato e a percepção de diferentes objetos.
Dê objetos à criança nomeando-os e relacionando às possíveis ações que poderão ser feitas com este item. Exemplo: “A bola. Pegue a bola. Chute a bola. Jogue a bola para cima”.
Procure usar brinquedos contrastantes, coloridos, luminosos, de diversas texturas e tamanhos.
Propiciar momentos em que a criança manipule e crie espontaneamente jogos a partir da exploração de objetos concretos.
Elas possibilitam que a criança tenha uma melhor compreensão de objetos muito grandes ou impossíveis de serem alcançados (casinha com telhado, elefante, caminhão, avião, fogão, geladeira, entre outros).
Vale incentivar brincadeiras infantis com o uso das mãos, como dedo mindinho, seu vizinho; passa anel.
Se não for possível ter uma bola com guizo, envolva a bola com saco plástico, assim ela fará barulho enquanto se desloca.
Com a criança agachada, segure em suas mãos e peça para ela se levantar ”bem forte e bem alto”, ajudando com um leve “puxão“ para cima.
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