Aumento de casos é maior na faixa de 0 a 4 anos; razões para aumento passam pela baixa cobertura vacinal contra covid-19 e vírus causador de pneumonia
Casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em crianças aumentam em fevereiro; causas são baixa cobertura vacinal contra covid-19 e vírus causador de pneumonia.
Apesar dos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) estarem em queda na população geral, o boletim epidemiológico Infogripe indica aumento de crianças com a condição no mês de fevereiro. A publicação é realizada pela Fiocruz, com dados até 7 de março.
Dados laboratoriais preliminares sugerem que, nos grupos de 0 a 4 anos e 5 a 11 anos, os vírus de maior incidência são, respectivamente, o sincicial respiratório (VSR), que causa bronquiolite e pneumonia, e o Sars-CoV-2, coronavírus causador da covid-19.
Segundo a Fiocruz, é relevante considerar que o aumento de casos durante o período de predomínio da variante ômicron resultou na maior incidência registrada entre crianças de 0 a 4 anos e 5 a 11 anos desde o início da epidemia. Até o início de fevereiro, crianças de 0 a 4 anos apresentavam a maior incidência entre a população abaixo de 40 anos, entre as faixas etárias analisadas. O aumento de casos pode estar relacionado à cobertura vacinal reduzida da faixa etária: considerando que a vacinação para este público começou em janeiro, apenas 30,8% das crianças de 5 a 11 anos haviam tomado pelo menos uma dose de vacina até o dia 16 de fevereiro, de acordo com dados do consórcio de veículos de imprensa.
O vírus sincicial respiratório (VSR) é um pneumovírus, principal responsável pelo aparecimento de bronquiolite aguda (inflamação dos bronquíolos), também responsável por causar pneumonia, especialmente em bebês prematuros e crianças com até um ano de vida.
A infecção pelo VSR pode ser assintomática ou ter sintomas similares aos do resfriado comum, como secreção nasal, espirros, tosse seca, febre baixa, dor de garganta e dor de cabeça. Sintomas como febre alta, muita tosse e/ou dificuldade para respirar devem receber atenção médica prioritária.
Segundo o Unicef, casos graves de pneumonia afetam cerca de 4,2 milhões de crianças com menos de cinco anos, matando mais de 800 mil crianças (incluindo mais de 153 mil recém-nascidos) anualmente. “Muitas mortes também ocorrem por erro alimentar, falta de vacinação e de cuidados adequados e/ou procura tardia pelo médico”, conta, em nota, Teresa Cristina Traldi Spinola, médica pediatra do Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim (CEJAM).
“Nos bebês, por exemplo, algo que costuma atrapalhar na identificação dos sintomas é a falta de verbalização das crianças, já que eles não costumam ser muito perceptíveis. Por isso, é necessário que os pais e responsáveis estejam sempre atentos”, completa.
“O respeito às vacinas, a amamentação com leite materno, a lavagem das mãos e o sono regular também são essenciais”
Assista ao episódio do Famílias em Pauta, vinculado ao projeto “Pediatria para Famílias”, da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), em que especialistas tiram as principais dúvidas sobre a vacinação de crianças contra covid-19: efeitos colaterais, impacto das vacinas a longo prazo, motivos para a demora na vacinação, complicações provocadas pela covid-19, entre outros.
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