Prezar por uma escola antirracista não é um compromisso apenas jurídico, mas também político, pedagógico e ético
Em “Recriar a escola sob a perspectiva das relações étnico-raciais”, educadores recebem apoio e orientações para um novo modelo de escola que respeite e acolha alunos negros e indígenas.
As escolas são ambientes de transformação e trocas, mas também podem ser locais onde crianças negras e indígenas sofrem as primeiras experiências de racismo. Com bases curriculares pautadas em histórias que violentam populações racializadas e não evidenciam o seu melhor, é urgente repensar os modelos de escola que seguimos e fazer com que escolas antirracistas de verdade saiam do papel.
Para apoiar educadores, a publicação “Recriar a escola sob a perspectiva das relações étnico-raciais” fornece subsídios para formação a partir de reflexões e práticas pedagógicas voltadas à promoção da educação para relações étnico-raciais e antirracista nas escolas.
Apesar dos marcos legais 10.639/03 e 11.645/08 instituírem o ensino obrigatório de história afro-brasileira e indígena, a efetivação das leis vai além de um compromisso legal e jurídico: deve ser um compromisso político, pedagógico e ético. Conversar, debater e refletir sobre o racismo e suas consequências no contexto escolar é prezar pela construção de uma escola que faça sentido em um país onde 56% da população é negra (valor considerando a soma de autodeclarados pretos e pardos).
Trazendo reflexões e experiências pedagógicas de escolas de diferentes níveis de ensino e regiões do Brasil, o material disponibiliza ferramentas de autoavaliação e avaliação do currículo e dos recursos pedagógicos das escolas, e uma curadoria de conteúdos adicionais, como livros e filmes voltados à ampliação de repertório e à continuidade do processo formativo dos educadores.
Alguns dos conteúdos na publicação que auxiliam na escolha de materiais para a escola:
Promover escolas antirracistas é um caminho não apenas para reconstruir a escola, mas para melhorar a vida de todos. Sendo a escola um dos locais onde crianças e adolescentes passam grande parte da vida, é essencial que eles se sintam seguros, respeitados e valorizados em suas diversidades. Uma educação para as relações étnico-raciais deve enfrentar as desigualdades e combater as violências sofridas pela população afro-brasileira e por todas as pessoas que são parte de grupos que sofrem processos de opressão, exclusão e marginalização, como indígenas, mulheres e integrantes da comunidade LGBTQI+.
“Sem democracia não há igualdade racial, e sem igualdade racial não há democracia” – Nilma Lino Gomes
* O material de apoio à educação antirracista foi desenvolvido a partir da jornada formativa gratuita ‘No Chão da Escola’ e contou com a parceria do Porvir.
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