Clássico “Pinóquio” ganha releitura de Alexandre Rampazo

E se ele pudesse ser um outro alguém? “Pinóquio: o livro das pequenas verdades”, de Alexandre Rampazo, explora identidade, autoestima e a descoberta de si

Da redação Publicado em 12.07.2019
Ilustração de Pinóquio com um homem cujos dois estão com boneco de madeira em mãos
OUVIR

Resumo

Uma "mentirinha que faz o nariz crescer" não define ninguém. Em "Pinóquio: o livro das pequenas verdades", Alexandre Rampazo derruba julgamentos e traz à tona temas como identidade, descoberta de si e aceitação.

O famoso personagem do italiano Carlo Collodi está de volta, em uma releitura que oferece nova oportunidade de apresentar a história para as crianças. E, desta vez, mais de um século depois de nascer na literatura infantil, o boneco de madeira ganha uma belíssima existência ilustrada no livro de Alexandre Rampazo. A obra “Pinóquio: o livro das pequenas verdades”, recém-lançada pela Editora Boitatá, explora diálogos e possibilidades com o espelho. O que ele vê? E se ele pudesse ser um outro alguém? Quem ele seria?

No presente, “é” boneco de madeira. Mas já “foi”, num pretérito perfeito, apenas uma ideia na cabeça de seu criador Gepeto. Talvez se sinta pressionado a ser um menino de verdade pelo imperativo alheio, aquilo que outros querem que ele “seja”. Mas o que “será”, cabe a ele imaginar.

Ainda bem que o “ser” assume tantas possibilidades de conjugação. Isso a literatura já sabe de cor, mas para o Pinóquio de Alexandre Rampazo, dois desafios são lançados: a descoberta da identidade e a aceitação de si.

Imagem da capa do livro Pinóquio, de Alexandre Rampazo. Uma menino sentado no chão, com os braços abertos e seu nariz grande

Sobre o autor Alexandre Rampazo nasceu e vive em São Paulo. Formou-se em design e foi diretor de arte. Pinóquio: o livro das pequenas verdades é seu décimo primeiro livro ilustrado autoral. Também ilustrou por volta de sessenta títulos para outros autores. Recebeu importantes prêmios literários como o Prêmio Jabuti, Prêmio FNLIJ, entre outros. Foi selecionado para a 26th Biennial of Illustrations Bratislava e tem obras selecionadas para o catálogo IBBY/FNLIJ’s Selection Bologna Children’s Book Fair. (Fonte: Editora Boitempo)

“Olha o nariz crescendo.” Quem nunca ouviu essa frase dos pais ou de amigos depois daquela mentirinha? E nem por isso essa se tornou a característica mais marcante de uma personalidade. Para o boneco, que virou até nome de síndrome, o livro “das pequenas verdades” é mais uma oportunidade de dizer ao mundo que a mentira não define a narrativa de 2019, nem a obra original. Além da qualidade literária, imagética e estética, a obra também faz um convite ao leitor, uma chance de refletir sobre a existência e sonhar outros caminhos.

O Lunetas já teve a oportunidade de bater um papo com Alexandre Rampazo sobre a obra “A cor da Coraline” (editora Rocco). Ao colocar uma criança negra para questionar qual lápis é de fato “cor de pele”, o autor propõe uma reflexão sobre identidade, representatividade e empatia. “A cor da pele é só uma?”, reflete a pequena. Confira a nossa entrevista completa!

Leia mais

Comunicar erro
Comentários 1 Comentários Mostrar comentários
REPORTAGENS RELACIONADAS