O que leva a criança a precisar de um adulto para dormir junto?

A psicoterapeuta Patrícia Grinfeld fala sobre essa dificuldade das crianças, e propõe caminhos para os pais lidarem com a questão

Da redação Publicado em 10.10.2017
Dormir junto: foto de homem e mulher deitados na cama, que dormem junto com duas crianças.
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Resumo

Muitas vezes, a criança se sente insegura, estressada ou com medo, e só consegue adormecer com os pais por perto. Veja como lidar com isso.

Não são poucos os pais que sofrem com o sono da criança e a necessidade de dormir junto. Passado aquele primeiro período, de muitas noites em claro, à medida que o pequeno cresce, episódios de medo e insegurança podem fazer com que ele acione os pais e não consiga dormir sem um adulto por perto. Mas por que isso acontece?

Em artigo publicado pelo Ninguém Cresce Sozinho, a psicoterapeuta Patrícia Grinfeld fala sobre essa dificuldade e propõe caminhos para os pais lidarem com o desafio.

Por que a criança tem dificuldade de dormir?

De acordo com ela, essa dificuldade da criança em adormecer e ficar sozinha pode se dar por alterações corporais. Dentre elas, frio, calor, fome ou dor, ou por questões psíquicas, como temor, estresse ou pesadelo. Nesses momentos, os pais criam toda forma de estratégia para ajudar o filho a recuperar o sono: pegam no colo, ligam a TV, dão um leite etc. É importante entender, contudo, as sensações que se colocam nesse cenário.

“Como dormir é um momento de extrema solidão – psiquicamente ficamos sós, nós com nós mesmos – ficar só pode ser deveras perturbador”

“É por isso que acolher fisicamente a criança costuma ‘funcionar’. No entanto, apenas acolhê-la corporalmente, dando colo ou a mão, dormindo junto, ficando no quarto, entre outros, nem sempre é o suficiente para fornecer os recursos necessários para a criança conseguir adormecer e ou dormir sozinha a longo prazo”, esclarece.

Como auxiliar sem dormir junto?

A autora explica, então, que o mais importante é ajudar a criança a fazer a transição do estado de vigília para o sono. E prestar atenção às falhas ambientais, que, se forem percebidas como rupturas pela criança, podem aumentar a sensação de insegurança.

O conforto físico pode fazer muita diferença nesse contexto, mas não deve substituir palavras de conforto. “Sei que você não queria se separar da mamãe, mas enquanto você dorme, vou fazer tais e tais coisas. Assim você descansa e quando acordar vamos brincar juntos”. Com esse tipo de comunicação, a criança entende que a mãe seguirá existindo quando ela acordar.

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