‘Sementes’: a voz do Palavra Cantada contra o trabalho infantil

Canção original de Emicida e Drik Barbosa ganha versão com os músicos do Palavra Cantada, além de um clipe com cenas do filme “O menino e o mundo”

Da redação Publicado em 20.07.2022
Na foto, Sandra Peres e Paulo Tahit na gravação da música Sementes. Os dois possuem pele clara e estão cantando na frente de um microfone.
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Resumo

Original de Emicida e Drik Barbosa, “Sementes” ganha nova versão na voz da dupla Palavra Cantada em campanha do Ministério Público do Trabalho para combater o trabalho infantil.

“Quebra-cabeça, boneca, peteca, botão, pega-pega, papel, papelão”: essas e outras brincadeiras estão em “Criança não trabalha”, canção do Palavra Cantada que caiu no gosto popular desde 1998. Duas décadas depois, a dupla lança um clipe para a música “Sementes”, com cenas do filme “O menino e o mundo”, em campanha nacional realizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) para combater o trabalho infantil

A música “Sementes”, original de Emicida e Drik Barbosa, é pela terceira vez a trilha sonora das ações realizadas pelo MPT voltadas ao combate do trabalho infantil. Com o slogan “Proteção social para acabar com o trabalho infantil”, a ação é apoiada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), pelo Fórum Nacional de Prevenção, Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI) e pelo Programa de Combate ao Trabalho Infantil e Estímulo à Aprendizagem da Justiça do Trabalho. 

“Dignidade é dignidade, não se negocia
Por que essa troca leva infância, devolve apatia”

Histórico

Embora tenha ocorrido uma redução significativa do trabalho infantil nas últimas duas décadas, o progresso estagnou entre 2016 e 2020. No início de 2020, 160 milhões de crianças estavam em situação de trabalho infantil no mundo. Sem estratégias de prevenção e redução, o número de crianças em situação de trabalho infantil poderá aumentar em 8,9 milhões até o final de 2022, devido ao crescimento da pobreza e vulnerabilidade acentuada pela pandemia.

No Brasil, cerca de 1,8 milhão de crianças e adolescentes com idades entre 5 e 17 anos estavam em situação de trabalho infantil em 2019, antes da pandemia, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, os números não consideram trabalho no tráfico de drogas e exploração sexual de crianças e adolescentes.

“Para além do fomento ao trabalho decente e ao acesso à educação de qualidade, o incremento da proteção social para famílias em vulnerabilidade ou risco social é mandatório”, destaca, em nota, Ana Maria Villa Real, coordenadora nacional de Combate à Exploração do Trabalho da Crianças e do Adolescente (Coordinfância) do MPT. Combater o trabalho infantil é também ir de encontro com o tópico 8.7 da Agenda 2030 de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU.

O que diz o tópico 8.7?
Tomar medidas imediatas e eficazes para erradicar o trabalho forçado, acabar com a escravidão moderna e o tráfico de pessoas, e assegurar a proibição e eliminação das piores formas de trabalho infantil, incluindo recrutamento e utilização de crianças-soldado, e até 2025 acabar com o trabalho infantil em todas as suas formas.

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