‘Memorelas’: um jogo da memória para celebrar mulheres históricas

Idealizado pela educadora Joana Schossler, jogo da memória homenageia 15 brasileiras por meio do brincar

Eduarda Ramos Publicado em 18.03.2022
Na imagem, carta do jogo Memorelas: com fundo amarelo, a carta tem uma ilustração de Nísia Floresta, jornalista e escritora feminista. Nísia é uma mulher branca que veste uma camisa roxa na ilustração.
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Resumo

Em “Memorelas”, o brincar oferece a possibilidade de conhecer e se aproximar da trajetória de mulheres históricas.

Carolina Maria de Jesus, Virgínia Bicudo, Sonia Guajajara e Cecília Meireles: o que elas têm em comum? Seja na literatura, psicanálise ou na política, todas impactaram, impactam e seguirão impactando o Brasil de maneiras diferentes. Elas foram eternizadas em “Memorelas”, um jogo da memória voltado a preservar a importância feminina na história do país. 

Criado pela educadora e historiadora Joana Schossler e ilustrado por Joana Heck, o jogo foi lançado pela Cecerelê e é indicado para crianças a partir de 4 anos. Brincando em casa ou utilizando como material pedagógico na sala de aula, “Memorelas” é um excelente recurso para pensar em como mulheres de diferentes lugares do país têm suas histórias de vida mescladas à história do Brasil.

Construindo caminhos para a visibilidade

“Quem é a mulher brasileira que você admira e pensa que merece ser lembrada?” foi a pergunta que norteou o processo criativo de Joana. Durante a ideação do jogo, Joana se surpreendia com o fato de que muitos nunca tinham parado para pensar na questão, às vezes comentando nomes de homens ou de mulheres estrangeiras. Unindo a indignação com o apagamento feminino, liberdade criativa na escola em que trabalhava em 2017 e a vontade de ter um brinquedo que unisse estética e preocupação pedagógica feminista, o “Memorelas” chegou ao mundo em 2019.

Quinze mulheres brasileiras foram selecionadas para compor a atividade, de diferentes profissões, etnias e classes, em um jogo da memória divertido que tem três maneiras de jogar. Independente da ocupação exercida – cientistas, dançarinas, musicistas ou escritoras -, “as mulheres não tinham visibilidade, então comecei a pensar em profissões em que mulheres, mesmo estando nestes lugares, não eram vistas”, conta Joana, sobre o processo de escolha das homenageadas.

E como brinca?

Com 32 peças, “Memorelas” tem três possibilidades de jogo sugeridas pela autora, mas sinta-se livre para criar a sua.

  • Jogo da memória

Tradicional jogo da memória, em que se embaralham as cartas viradas para baixo. Cada jogador deve, na sua vez, virar duas peças. Caso as figuras sejam iguais, o jogador pontua e retira as peças do local, podendo jogar de novo. Caso sejam peças diferentes, as peças devem ser viradas para baixo novamente e passa a vez para outro jogador. 

  • “Mais ela”

Similar ao jogo do mico, os jogadores devem retirar uma carta, embaralhar as cartas e distribuir entre os participantes, sem sobrar nenhuma. Vão se formando pares de cartas entre as jogadas. Quem não conseguir fazer todos os pares, perde.

  • “Quem é ela?”

Descobrir quem são as 15 mulheres do “Memorelas” é a tarefa do dia: dê as características da mulher escolhida e faça com que os outros participantes tentem adivinhar.

 

Além das brincadeiras sugeridas, o jogo também acompanha um livro de anotações, folhetos que contam a trajetória de cada mulher e uma carta em branco para que a criança desenhe sua própria homenageada.

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