Praticar um olhar inclusivo em nossas relações – em casa, na escola, na cidade – passa por nos provocar diariamente com uma questão: onde está a deficiência? Onde estão as crianças com deficiência? O que falta na rua, nos espaços comuns de convívio e de cultura, e no território como um todo, para que todos e cada um possa exercer sua liberdade de ser, estar, ir e vir?
Com este cuidado em mente, podemos praticar verdadeiramente a inclusão, entendendo que é preciso refletir constantemente sobre as barreiras pelas quais passa uma pessoa com deficiência, e assim lutar para que elas sejam eliminadas ou, ao menos, minimizadas. O Lunetas preparou uma lista com 23 livros sobre crianças com deficiência: é nas nossas diferenças onde moram nossas riquezas.
Conheça 23 livros sobre crianças com deficiência
Quando Daniel perde a audição, aos sete anos, ele precisa aprender a se comunicar com as mãos. Seus pais e o irmão mais novo dão o maior apoio durante essa adaptação, e o matriculam em uma escola especializada em educação para surdos, onde ele aprende a Libras, a Língua Brasileira de Sinais. É assim que ele e a família se comunicam. Depois de um tempo, Daniel passa a frequentar simultaneamente uma escola comum. Nesta, porém, ele sofre bullying e não consegue interagir com os colegas, pois ninguém compreende a língua de sinais. Tudo muda quando o garoto por pouco não sofre um grave acidente devido à surdez. A cena é presenciada por uma colega de classe que, naquele instante, entende o que é ser surdo. A partir daí surge a solidariedade. Os colegas descobrem que falar com as mãos pode ser divertido e ganham um amigo esperto e inteligente.
China, um menininho com síndrome de Down, percebeu que não era igual às outras crianças. Tico, seu irmão mais velho, é a principal figura que começa a entender o mundinho de China, e, juntos, criam um sentimento de cumplicidade que move barreiras.
O nome Lúcia é uma variação de Luzia, do grego Loukia, feminino de Lúcio, do latim Lucius. Essa palavra significa “luminoso ou iluminado” e é derivada de Lux, ou luz. Nesse livro, Lúcia é uma menina muito inteligente e que adora brincar. Alegre e carinhosa com os pais e os avós, ela não pode enxergar, pois sofre de cegueira congênita. No entanto, descobre uma maneira divertida de perceber as cores no mundo à sua volta. Ela sabe usar como ninguém a audição, o olfato, o paladar e o tato, sentidos aguçados que lhe permitem superar a deficiência visual. Com belas ilustrações e escrita em prosa poética, a história convida o leitor a superar preconceitos, a vencer dificuldades e a descobrir o quanto a vida pode ser uma festa.
Este é um livro-pássaro com toda a delicadeza que o seu tema pede. Assim devemos abrir suas asas (as orelhas) ao início e ao final da leitura, pois elas contêm recados quase invisíveis. Nas ilustrações, Tom é um menino transparente que está sempre envolto de pássaros que ora o perpassam, ora o habitam por dentro, ora estão ao seu redor. Quem nos fala sobre Tom é o seu irmãozinho. Ele nos conta as suas perguntas, as suas percepções sobre Tom e os esforços da família no sentido de alcançar Tom, que parece viver num mundo distante e desconhecido por eles. Mas nós conheceremos um pouquinho do universo particular de Tom quando com um “vem” ele chama o irmão para experimentar de dentro o seu silêncio. A beleza e a sensibilidade das ilustrações são complementadas pela poesia do texto em tom esverdeado.
A arraia também é um peixe, mas porque, olhando para si mesma, não conseguia se ver nos outros peixes? Em “Tudo bem não ser igual”, aceitação, empatia e singularidade são alguns dos tópicos da trajetória da nossa querida arraia, ao ver que é nas nossas diferenças que moram nossas riquezas.
No livro, Joca é um menino neurotípico tímido e não tem muitos amigos. Artista, suas atividades favoritas são pintura e leitura no sossego do seu cantinho. Já Dado, que tem síndrome de Down, é cheio de energia: cantarolar e interagir com todas as pessoas é o que faz seu cotidiano ser do jeitinho que é. Ao se tornarem amigos, os meninos têm muitas trocas e aprendem juntos. Quando Joca descobre sobre a síndrome de Down do amigo, um novo mundo se abre: lá, ser diferente não é um motivo de preocupação.
A menina que protagoniza o livro sonha, durante a noite, que pode tudo. Mas todos os dias, ao acordar, volta a se deparar com as limitações que o mundo ao seu redor impõe. Cansada dessa situação, ela pede a heróis e heroínas, seres das galáxias, das revistas em quadrinhos, da televisão, dos sonhos de outras crianças, da internet, dos livros e das histórias que seu avô contava para que revelem o segredo de fazer os sonhos da noite não morrerem durante o dia.
Yunis, um garotinho com síndrome de Down, é um cozinheiro de mão cheia: doces e bolos maravilhosos são preparados por ele. Distribuindo seus quitutes pela vizinhança, ninguém sabe quem é o responsável pelas comidas. Quando descobrem, qual será a reação delas?
João é um menino cheio de imaginação que conversa com seus brinquedos. Diante de uma nova realidade em sua vida, conta com o apoio desses e de outros personagens para lidar com os desafios. A obra aborda a influência transformadora dos professores e a importância do apoio familiar.
Já pensou que crianças com síndrome de Down são apenas… crianças? Além das particularidades, são amorosas, fazem travessuras, ficam felizes em alguns momentos e tristes em outros, assim como qualquer pequeno. Em “Não somos anjinhos”, algumas crenças bastante difundidas sobre as crianças com síndrome de Down são desmentidas. Anjinhos? Não!
Quem é Inaê? Menina ou sereia? Menina-sereia? Em que mundo vive, na terra, no mar? “Serei sereia?” é a história de Inaê, uma menina que já nasceu com o grande desafio de não poder andar. Nessa narrativa mágica, Inaê, como todas as crianças, passa por momentos de tristeza, alegria, conflito e tranquilidade. A bordo de sua cadeira de rodas, enfrenta obstáculos e, aos poucos, com o apoio de sua mãe, descobre que pode construir sua própria história.
Pode uma baleia, um animal imenso, caber dentro de um garotinho? Em “Menino baleia”, somos apresentados aos medos, alegrias e afetos de Roger, um menino autista. No mar de sentimentos que Roger leva dentro de si, é no encontro de mares que nos fortalecemos, nos acalmamos e partilhamos as pequenas coisas do cotidiano.
Uma festa de aniversário nos dá a oportunidade de inventar novos mundos: ficção, fantasia, magia, extraterrestres e dragões são algumas das figuras que a imaginação pode trazer à tona. No aniversário de Luara, um mundo diverso e cooperativo é a regra: comemorar a vida e cultivar as amizades é construir um futuro feliz.
Sorridente, brincalhona e divertida: esta é Lalá, uma menina de seis anos diagnosticada com ambliopia – condição na qual um dos olhos “enxerga” menos do que o outro. Por sofrer bullying devido à sua condição, ela se sente tão magoada que foge para um mundo encantado. O livro aborda o tema com leveza e ludicidade, auxiliando pais e educadores a enxergarem sinais de que as crianças não estão sendo bem tratadas.
Jota, um garotinho com síndrome de Down, descobre que é diferente de seu primo Chico, uma criança neurotípica. Chico o acompanha nesse processo de descoberta, de forma empática e carinhosa. Com acessibilidade digital, “Jota e Chico” é uma obra com vários formatos e possibilidades de consumo: tem músicas, Libras, audiolivro e realidade aumentada no aplicativo (que pode ser baixado na Google Play ou Apple Store).
E se a gente conseguir ser igual ao outro e diferente ao mesmo tempo? As pessoas estão prontas para lidar com a diversidade? Escrito a partir de uma história real, “Por que Heloísa?” aborda a trajetória de uma menina com paralisia cerebral e nos mostra que modificar nossa forma de olhar as questões relacionadas à deficiência e à existência humana pode tornar o mundo melhor para todos.
Um passarinho muito simpático pula para todo o lado, tendo apenas uma perninha. Apesar da sua limitação, ele conseguiu criar uma linda orquestra na floresta – além de receber uma prótese feita pelos colegas.
Baseado em peça de teatro, o livro conta a história de quatro amigos que querem aproveitar a companhia uns dos outros, independente das diferenças que possuem. Trazendo à tona a importância de manter os laços afetivos e as amizades por perto, as personagens dividem sonhos, medos e vontades por meio da dança.
Petit é um cachorro pequeno que cresceu, contrariando o nome. Alice é uma garota muito inteligente, que adora brincar no seu próprio mundo e desenhar. Junto da irmã mais velha Olívia, os três vivem aventuras no cotidiano que tratam sobre autismo, dificuldade de socialização e bullying, além da importância da inclusão e do apoio às crianças com deficiência.
Mãe de trigêmeas com paralisia cerebral, Laís Palma escreve para a primeira infância sobre a diversidade e a beleza que há em ser diferente Afinal, ninguém é igual a ninguém. E está tudo bem!
“Diferentes, parecidos, mas nunca iguais”: é no nosso corpo que respiramos, refletimos e fazemos nossa vida extraordinária todos os dias. Neste livro, os autores trazem um manifesto de positividade corporal, alegre e inclusivo, com muita cor e acolhimento pelos corpos que nos fazem existir por aí.
Em uma cidade, todos os seus habitantes só poderiam ter o mesmo tamanho, cor e formato. No entanto, um círculo vermelho se incomodou com essa regra e quis mudar. Para isso, ele tomou a atitude de mostrar a todos o seu verdadeiro eu. Com essa atitude, ele conseguiu transformar a sua cidade. Por meio dessa narrativa, o livro aborda a diversidade e o respeito diante das diferenças.
Por meio do personagem Pascoal, a médica geneticista e escritora Michele Migliavacca aborda temáticas como autoestima, diversidade e inclusão. Ao longo do enredo, o personagem se depara com situações em que trabalha a admiração e o afeto pelo próximo, além da aceitação e o respeito principalmente em relação a quem nós somos.
*As descrições foram elaboradas a partir de materiais enviados pelas editoras, pelo parceiro Centro de Referências em Educação Integral e pelo Mais Diferenças.
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