"Somos maior, nos basta só sonhar e seguir", diz a letra, que fala sobre motivação e resistência
A música "Levanta e anda", que fala sobre persistir e acreditar nos sonhos, ganhou uma nova versão dos artistas Emicida e Barbatuques, que acabam de lançar trabalhos focados no público infantil.
A música “Levanta e anda” é uma composição do rapper Emicida em parceria com cantor Rael. Agora, uma nova parceria dá uma nova vida à canção. Emicida se reuniu com o renomado grupo de percussão corporal Barbatuques para recriar a composição, que dessa vez ganha acompanhamento musical da sonoridade característica do grupo, que explora as potencialidades da sonoridade do corpo e da voz. A música já havia sido apresentada em alguns show dos artistas, e agora está disponível em todas as plataformas digitais – Spotify, iTunes, Music e Deezer. No vídeo abaixo, uma versão apresentada no show de 20 anos do Barbatuques:
É uma boa oportunidade de mergulhar na obra dos artistas, considerando que ambos acabam de lançar projetos para o público infantil. Emicida lançou recentemente o livro infantil “Amoras” (Companhia das Letrinhas), inspirado na música de mesmo mesmo que ele escreveu para a filha mais velha se empoderar de sua estética negra. Já o Barbatuques acaba de estrear seu segundo show infantil, o inédito “Só + um pouquinho“, que terá apresentação especial gratuita neste Dia das Crianças, 12 de outubro – clique aqui para saber mais.
“Nosso sorriso sereno hoje é o veneno pra quem trouxe tanto ódio”
Com 20 anos de trajetória, a proposta do Barbatuques é produzir música usando somente o corpo e as vocalizações. Por conta deste trabalho, o grupo é reconhecido internacionalmente como uma das principais referências em percussão corporal. Sua sonoridade mistura elementos de diversos estilos musicais, como baião, samba, rock, música africana e indígena, rap, funk, coco e muitas outras.
Cliqque aqui e dê o play na nova versão de “Levanta e anda”, e aproveita para conferir a letra, que pode funcionar como uma injeção de ânimo nos momentos conturbados, e inspirar força nos dias difíceis.
“Era um cômodo, incômodo, sujo como dragão de komodo
Úmido, eu homem da casa aos seis anos
Mofo no canto, todo, TV, engodo, pronto pro lodo
Tímido, porra, somos reis, mano
Olhos são eletrodos, sério, topo, trombo corvos
Num cemitério de sonhos, graças a leis, planos
Troco de jogo, vendo roubos, pus a cabeça a prêmio
Ingênuo, colhi sorrisos e falei — vamos!
É um novo tempo, momento pro novo, ao sabor do vento
Me movo pelo solo onde reinamos
Pondo pontos finais na dor, como Doril, Anador
Somos a luz do Senhor, pode crer, tamo
Construindo, suponho não, creio, meto a mão
Em meio à escuridão, pronto, acertamos
Nosso sorriso sereno hoje é o veneno
pra quem trouxe tanto ódio pr’onde deitamos
Quem costuma vir de onde eu sou
Às vezes não tem motivos pra
Seguir
Levanta e anda, vai
Mas eu sei que vai, que o sonho te traz
Coisas que te faz
Prosseguir
Levanta e anda, vai
Eu sei, cansa
Quem morre ao fim do mês, nossa grana ou nossa esperança?
Delírio é
Equilíbrio entre nosso martírio e nossa fé
Foi foda contar migalha nos escombros
Lona preta esticada, as enxada no ombro e nada vim
Nada enfim, recria
Sozim, com alma cheia de mágoa e as panela vazia
Sonho imundo
Só água na geladeira e eu querendo salvar o mundo
No fundo é tipo David Blaine, mãe assume, pai some
de costume, no máximo é um sobrenome
Sou terror dos clone
Esses boy conhece Marx, nóiz conhece a fome
então cerre os punhos, sorria
e jamais volte pra sua quebrada de mão e mente vazia
Quem costuma vir de onde eu sou
Às vezes não tem motivos pra
Seguir
Levanta e anda, vai
Mas eu sei que vai, que o sonho te traz
Coisas que te faz
Prosseguir
Levanta e anda, vai
Somos maior, nos basta só
Sonhar, seguir!”