INCA defende restringir publicidade infantil contra a obesidade

Segundo o INCA, a publicidade infantil apela para o emocional, os brinquedos e os personagens para chamar a atenção da criança

Da redação Publicado em 30.08.2017

Resumo

O Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva divulgou um documento com medidas para combater a obesidade infantil e as incidências de câncer.

A infância é um período de máximo cuidado, por isso é fundamental, nessa fase, promover uma alimentação variada e de qualidade, além de uma rotina rica em atividades físicas e ao ar livre. Tudo isso não só favorece o desenvolvimento saudável da criança como também ajuda a combater a obesidade infantil. Mas, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), há outras medidas importantes, como restringir a publicidade infantil.

O instituto abordou o tema em um documento acerca do sobrepeso e da obesidade, fundamental para a organização, já que essas condições estão associadas a um aumento do risco de desenvolver vários tipos de câncer – o documento menciona que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 13 em cada 100 casos de câncer no Brasil são atribuídos ao sobrepeso e obesidade.

É importante destacar ainda que, de acordo com o documento, mais de 82 milhões de brasileiros com mais de 18 anos estão acima do peso

Entre os adolescentes, enquanto em 1975, cerca de 4% dos meninos e 8% das meninas tinham sobrepeso, em 2009, esses números chegaram a 22% para os meninos e 19% para as meninas.

Para o INCA, uma alimentação baseada em alimentos processados e ultraprocessados, bebidas açucaradas e fast-food é uma das principais razões para a obesidade. E este consumo, segundo afirma o documento, é incentivado por ações como a publicidade infantil

“Ela adiciona o apelo emocional, os brinquedos, os personagens favoritos, o entretenimento, para chamar a atenção das crianças e estimular o consumo habitual de produtos ultraprocessados”

Diante desse cenário, o instituto defende ser “imprescindível reconhecer a vulnerabilidade da criança e protegê-la de práticas abusivas que induzem à cultura do consumo”.

O documento também reforça a posição da OMS de utilizar medidas fiscais para melhorar a alimentação, como tributação e subsídios. Iniciativas como essas fazem parte do Plano de Ação Global para Doenças Não Transmissíveis da OMS, que aponta que impostos e subsídios que buscam mudar o comportamento do consumidor, principalmente quando aplicados a bebidas açucaradas, contribuem efetivamente. Confira o documento na íntegra aqui.

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