Daniel Munduruku e autores contam histórias indígenas no Sesc

A atividade faz parte da programação do Abril Indígena, que acontece durante todo o mês de abril em diversas unidades do Sesc São Paulo

Da redação Publicado em 08.04.2019

A tradição oral dos povos indígenas passa conhecimento e histórias de boca em boca. Pensando, o Sesc 24 de Maio, no centro de São Paulo, oferece, até o dia 27 de abril – sempre aos sábados, das 15h às 16h -, a vivência “Contando histórias indígenas“. A programação faz parte do Abril Indígena, que o Sesc São Paulo realiza durante todo o mês de abril, para celebrar a cultura indígena.

Voltada as crianças e também adultos interessados em literatura e ancestralidade, a atividade reúne narrativas que marcaram diferentes gerações, e conta com quatro autores indígenas, Daniel Munduruku, Cristino Wapichana, Auritha Tabajara e Roni Wasiry.

Ao narrar essas histórias, os artistas contribuem para modificar uma visão estereotipada sobre seus povos e, ao mesmo tempo, valorizam a mais antiga fórmula de ensino/aprendizagem que existe e que passa pela oralidade. Ainda, pretendem mostrar alguns valores que ainda regem a vida indígena, como o respeito aos mais velhos e o pertencimento ao meio ambiente.

A participação é gratuita, e a classificação etária livre. Confira as histórias que farão parte da programação, e inspire-se para levar o seu pequeno para esse passeio repleto de História também com letra maiúscula.

  • “As serpentes que roubaram a noite” (Daniel Munduruku)

A história conta como os Munduruku resgataram a noite que havia sido roubada pelo terrível cobra grande, um ser das trevas que a havia sequestrado para conseguir uma forma de se defender dos humanos. Ela conta como as serpentes trocaram a noite pelo veneno que até hoje possuem.

  • “Como surgiram os cães” (Daniel Munduruku)

Os cães domésticos não são originários do Brasil. Foram trazidos nas caravelas pelos europeus. No entanto, a população Munduruku se afeiçoou tanto ao animal que criou uma história para torná-los parte do seu povo. É uma história de encantamento e determinação, cuja lição é o respeito e a tolerância pelo diferente.

  • “Sapatos trocados” (Cristino Wapichana)

O povo Wapichana conta que antigamente o tatu não tinha grandes garras, mas andava com sapatos mágicos que lhe foram presenteados pelo Grande Criador. Um dia, o compadre Jabuti promoveu uma festança para todos os seres da floresta e, nessa ocasião, houve uma grande confusão em que os sapatos mágicos foram parar nos pés de outro ser. O que será que aconteceu? A história, cheia de mistério e suspense, traz uma lição importante de humildade e solidariedade.

  • “O caso da cobra que foi pega pelos pés” (Roni Wasiry)

Já imaginou o que aconteceria no caso de uma história mal contada? É exatamente disso que trata a história que será narrada neste encontro. Tudo será confuso, mas com um final muito surpreendente porque ensina sobre a verdade, a justiça e a honestidade.

  • “A pedra sagrada encanta”(Auritha Tabajara)

Essa história aconteceu no nordeste brasileiro, num tempo muito antigo, e até hoje se acredita verdade. Ela traz um enredo recheado de suspense porque lida com seres mágicos que deixam suas marcas pelas pedras da região do Ceará. É uma história de pertencimento, de crença e de amor.

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