Cordão de girassóis permite identificar deficiências ocultas

Reconhecido por lei federal, o uso voluntário do acessório por crianças e adultos sinaliza a necessidade de atendimentos especializados

Da redação Publicado em 21.07.2023
Mulher branca de óculos e cabelos presos posa ao lado de menino branco usando o cordão de fita de girassóis e carteirinha.
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Resumo

Lei 14.624 oficializa o uso da fita de girassóis, que identifica crianças e adultos com deficiências não aparentes, garantindo-lhes um atendimento com mais empatia e respeito.

Crianças e adultos que têm alguma deficiência ou condição não aparente, como surdez e autismo, por exemplo, podem ser identificados por um colar de fita com desenhos de girassóis. O uso, facultativo e voluntário, garante suporte no caso de atendimento prioritário e emergencial, dispensando a necessidade de se expor e evitando possíveis constrangimentos no dia a dia.

Além de sinalizar o cuidado com mais empatia na prestação de serviços para quem precisa, o cordão indica que aquela pessoa “pode precisar de ajuda, compreensão ou mais tempo nas lojas, no trabalho, no transporte, ou em espaços públicos”, diz o Hidden Disabilities Sunflower (HD Sunflower).

Com o objetivo de incluir e conscientizar sobre condições que não são percebidas de imediato, o direito ao uso do acessório por pessoas com deficiências ocultas foi reconhecido oficialmente esta semana. O texto da Lei 14.624 explica que a fita é opcional e não substitui a apresentação de um documento que comprove a deficiência, caso solicitado, como carteirinhas ou laudos.

O símbolo dos girassóis é utilizado em mais de 30 países para indicar a prática do respeito e da empatia. A iniciativa partiu do HD Sunflower (em português, “Girassol Deficiências Ocultas”), que promove treinamentos para o atendimento especializado a pessoas com deficiência. Segundo a entidade, 32% das pessoas usam o cordão de girassol principalmente quando fazem compras e 21% quando viajam para o exterior.

Entre municípios e estados brasileiros que já tinham leis próprias sobre o assunto, o Amapá foi um dos primeiros a aderir a iniciativa. Desde janeiro de 2021, quando garantiu o acesso ao cordão com a estampa de girassóis e a bandeira do estado. A secretaria de saúde e Unidades Básicas de Saúde (UBS) oferecem gratuitamente o cordão em Juiz de Fora (MG) e Sorocaba (SP), respectivamente.

Quem pode usar o cordão de girassóis?

A fita de girassóis pode identificar deficiências ocultas como:

Autismo

TDAH 

Síndrome de Tourette 

Demência 

Esquizofrenia

Deficiências auditiva e visual

Paralisia cerebral 

Esclerose múltipla 

Lúpus

Fibromialgia

De acordo com o HD Sunflower, 40% das pessoas que usam o cordão de girassol têm problemas de neurodesenvolvimento ou de saúde mental. Estima-se que 1,3 bilhão de pessoas no mundo tenha algum tipo de deficiência. Isso representa 16% da população mundial ou 1 a cada 6 pessoas. No Brasil, o IBGE estima que mais de 45 milhões de pessoas possuem alguma deficiência, o que representa 24% da população.

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