Mostra de cinema “Ciranda de filmes” homenageia Paulo Freire

Confira a programação audiovisual e de conversas da “Ciranda de filmes”, mostra cinematográfica que homenageia Paulo Freire em sua sétima edição

Da redação Publicado em 25.11.2021
Na foto, reprodução do filme Fonemas da Liberdade, onde o educador Paulo Freire mostra um livro com desenhos.
OUVIR

Realizada em parceria com o Itaú Cultural, a sétima edição da “Ciranda de filmes” chega nas telinhas no dia 26 de novembro, com programação que se estende até 10 de dezembro. O homenageado Paulo Freire tem seu legado repercutido entre as diversas atividades do festival.

Neste ano, além das produções criadas por profissionais do audiovisual, a novidade é a estreia da 1ª Mostra Escola Cirandeira, que convida professores e educadores, de diferentes lugares do Brasil, a exibirem vídeos que revelam seus olhares e práticas sobre infância, juventude, ensino e aprendizagem.

Além dos filmes, a Ciranda tem uma programação paralela com cinco rodas de conversa e uma oficina para crianças e adolescentes, contando com a participação de profissionais da educação e da cultura para gerar debates sobre produção cinematográfica e o legado freiriano. 

Confira a programação!

7ª “Ciranda de filmes”

Os filmes estão disponíveis na plataforma Itaú Cultural Play. Com exceção de “Fonemas da liberdade”, dirigido pela estadunidense Catherine Murphy, todos as produções são brasileiras.

“5 vezes Chico – o velho e sua gente” (2015, 90 minutos)
Cinco diretores de estilos cinematográficos completamente diferentes fazem uma jornada afetiva por cada um dos cinco estados banhados pelo Rio São Francisco.

“A quem interessa a ignorância?” (2021, 76 minutos)
A quem interessa a ignorância? Quem se beneficia com o silêncio de um povo? Três jovens brasileiros, recém-graduados, viajam pelo Brasil refletindo sobre a desigualdade no acesso à informação no nosso país e em busca de uma resposta: quais caminhos e estratégias podem ser traçados como resistência?

“A Sússia” (2018, 17 minutos)
Ao som de caixas, pandeiros e bumbos, mulheres e homens de todas as idades cantam, tocam, batem palmas, dançam, recriam as tradições e recontam suas próprias histórias na Comunidade Quilombola Lagoa da Pedra.

“Atravessa a vida” (2020, 83 min)
Enquanto alunos do 3º ano do ensino médio de uma escola pública no interior de Sergipe se preparam para o Enem, o documentário retrata as angústias e os prazeres da adolescência através de seus gestos, inquietações e conquistas.

“Augusto Boal e o teatro do oprimido” (2010, 62 min)
O filme narra a trajetória do teatrólogo Augusto Boal desde o início de sua carreira até os dias de hoje. Em paralelo, o filme mostra a evolução do teatro do oprimido que está em plena atividade em 72 países desde a década de 1970. A filosofia de trabalho consiste em romper a barreira entre o ator e o público, propondo uma ação política libertadora.

“Central do Brasil” (1998, 115 minutos)
Dora escreve cartas na estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro, para pessoas analfabetas. Quando volta para casa, relê as cartas com sua amiga Irene, e juntas decidem se elas merecem ou não ser enviadas aos destinatários. Quando uma de suas clientes é atropelada, seu filho Josué, de nove anos, fica perdido na estação. A contragosto, Dora acolhe o menino e o leva aos confins do Nordeste, à procura do pai. Os dois, tão diferentes entre si, se aproximam à medida que viajam país adentro.
Disponível a partir das 19h de 4/12 até 19h de 5/12

“Chão” (2021, 110 minutos)
“Chão” vivencia a ocupação das terras de uma usina de cana-de-açúcar em processo de falência. A despeito da estagnação jurídica e da aridez do agronegócio no sul de Goiás, o gesto da ocupação se firma em resistência e reinvenção de uma paisagem em disputa.
Disponível a partir das 19h de 3/12 até 19h de 8/12

“Entremarés” (2018, 20 minutos)
No chão de lama, mulheres compartilham os seus vínculos e vivências com a maré, a pesca e a Ilha de Deus.

“Eu preciso destas palavras escrita” (2017, 17 minutos)
O passado de Arthur Bispo do Rosário é praticamente desconhecido. Sabe-se apenas que era negro, marinheiro e pugilista. Em 1938, foi internado na Colônia Juliano Moreira após um delírio místico. Com diagnóstico de esquizofrenia paranóide, foi ali iniciada sua peregrinação em busca do divino e da catalogação do universo.

“Filho de boi” (2019, 91 minutos)
João tem 13 anos e mora no sertão baiano. O vínculo com seu pai foi rompido e ele não tem amigos. O garoto quer fugir daquele lugar, e essa oportunidade surge quando um pequeno circo chega à cidade. A obra lança luz sobre um Brasil atual, revelando um universo de masculinidade e preconceito onde é urgente se reinventar.
Disponível a partir das 9h de 27/11 até 19h de 28/11

“Fonemas da liberdade” (2021, 28 minutos)
Documentário sobre os primeiros trabalhos de Paulo Freire no Nordeste do Brasil na década de 1960, contado em primeira pessoa por seus colaboradores mais próximos e ex-alunos da experiência em Angicos, Rio Grande do Norte.

“Infância falada” (2018, 53 minutos)
O documentário visita projetos sociais no Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará, Pernambuco e Minas Gerais, para descobrir como é possível fazer com que crianças sejam agentes transformadores em um cenário de violência. O filme nasce a partir do resultado da pesquisa “Infância e violência: cotidiano de crianças pequenas em favelas do Rio de Janeiro, Recife e São Paulo”, coordenada pelo professor Hermílio Santos.

“Meu nome é Daniel” (2018, 83 minutos)
Daniel Gonçalves nasceu com uma deficiência que nenhum médico foi capaz de diagnosticar. Em um documentário pessoal, Daniel  traça o caminho de sua vida para tentar compreender sua condição.

“Mutum” (2007, 95 minutos)
“Mutum” quer dizer mudo. Mutum é uma ave negra que só canta à noite. E Mutum é também o nome de um lugar isolado no sertão de Minas Gerais, onde vivem Thiago e sua família. Thiago tem dez anos e é um menino diferente dos outros. É através do seu olhar que enxergamos o mundo nebuloso dos adultos, com suas traições, violências e silêncios. Ao lado de Felipe, seu irmão e único amigo, Thiago será confrontado com este mundo, descobrindo-o ao mesmo tempo em que terá de aprender a deixá-lo.

“O menino que engoliu o sol” (2020, 22 minutos)
Em três capítulos, conhecemos Manoel: um pouco menino, um pouco pássaro. Quando o dia acordava, ele pulava do ninho direto para o quintal. O filme convida a conhecer os encantos do cotidiano do menino-pássaro, que gosta de voar fora da asa e encurtar o Rio que fica de costas para o Quintal.

“Pro dia nascer feliz” (2005, 89 minutos)
Definido pelo próprio diretor como “um diário de observação da vida do adolescente no Brasil em seis escolas”, “Pro dia nascer feliz” flagra o dia a dia e adentra a subjetividade de alunos e professores de Pernambuco, São Paulo e Rio de Janeiro.

“Utopia distopia” (2020, 72 minutos)
O diretor Jorge Bodanzky recorre às suas memórias afetivas do período em que cursou a Universidade de Brasília, nos anos 1960. Passamos por seus sonhos, expectativas, crises e projetos interrompidos com o Golpe Militar de 1964.

“Você não sabia de mim” (2021, 78 minutos)
Rejane, Armandinho, Fátima, Paulo, Pedro, Eduardo, Fabiano e seus companheiros preparam-se para criar seus próprios filmes. Eles vão construindo suas narrativas ao percorrerem memórias, reflexões sobre si e relações sobre o mundo. Transitando entre seus espaços comuns e íntimos, “Você não sabia de mim” tece um relato sobre loucura, amor, solidão e desafios que a vida nos impõe.

“Yaõkwa: imagem e memória” (2020, 21 minutos)
O filme mostra o reencontro dos indígenas Enauwene e Nawe com imagens suas registradas em um grande ritual, há 30 anos. Os velhos se veem novos. Os adultos, crianças. As crianças, por sua vez, conhecem seus avós que já não estão entre elas.

Rodas de conversa

Transmitidas pelo canal do YouTube da “Ciranda de filmes”

Imagem e imaginário no cinepoesia “O menino que engoliu o sol”
26/11 (sexta-feira), às 19h30 | com Patricia Alves Dias, Joel Pizzini e Paulo Brandão

Ser jovem hoje: educação, sonhos e angústias a partir da lente de João Jardim
2/12 (quinta-feira), às 19h30 | com João Jardim, Lourdes Atié e Vilma Guimarães

Afeto e poesia nos espaços de aprendizagem
3/12 (sexta-feira), às 19h30 | com Beatriz Goulart e Stela Barbieri

Infâncias indígenas, por que olhar para elas, o que aprender com elas?
4/12 (sábado), às 17h30 | com Kurt Shaw e Rita de Cácia Oenning da Silva

1ª Mostra Escola Cirandeira: o esperançar ativo e coletivo nos processos artísticos e criativos dos espaços de aprendizagem
5/12, domingo, às 17h30 | com Fernanda Heinz Figueiredo, Patrícia Durães, Andréia dos Santos de Jesus, Naime Silva, Renata Meirelles, Roseli Novak, Shirley Oliveira e Soraia Chung Saur

Comunicar erro
Comentários 1 Comentários Mostrar comentários
REPORTAGENS RELACIONADAS