Aprendizagem escolar: como minimizar os impactos da pandemia

Em documento, entidades parceiras abordam temas como calendário escolar, registro de atividades e avaliação dos alunos

Da redação Publicado em 17.02.2021
Foto de um menino usando máscara, debruçado em uma mesa, onde estão um caderno, um computador e lápis de cor
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Resumo

Documento elaborado por especialistas na área de educação visa debater temas relacionados à volta às aulas para organizar as novas possibilidades de ensino e minimizar os impactos da pandemia.

O documento “Dimensões do diálogo: como minimizar os impactos da pandemia de covid-19 na aprendizagem escolar?” busca apoiar e incentivar trocas entre lideranças educacionais a fim de mitigar os danos causados pela pandemia à aprendizagem escolar de alunos de todo o país.

Elaborado a partir de entrevistas, representantes de conselhos de educação, redes de ensino e especialistas nacionais e internacionais abordaram temas sensíveis no contexto educacional nesse período, como calendário escolar, registro de atividades e avaliação dos alunos. 

Ao apresentar casos de sucesso, a publicação possibilita apoio a gestores educacionais na elaboração de estratégias possíveis, sugere boas práticas na garantia de aprendizagem em situações tanto de ensino remoto quanto híbrido, e busca fortalecer o debate público qualificado acerca da adoção de políticas educacionais mais equânimes que possam minimizar os impactos da pandemia na aprendizagem escolar dos estudantes brasileiros.

Entre as recomendações para um planejamento de gestão de redes de ensino do Brasil, estão:

  • Definição de habilidades e competências prioritárias para reorganizar metas curriculares, o que inclui a relevância para cada componente curricular, a possibilidade de ser desenvolvida em um tempo de aula reduzido, a não necessidade de condições físicas para trabalhar com o aluno, a conexão com os demais componentes curriculares e sua relação com os marcos de desenvolvimento da aprendizagem.
  • Oferta de atividades pedagógicas não presenciais, mediadas ou não por tecnologia, considerando a disponibilidade de recursos (material impresso, digital, TV, rádio), a realização de campanhas de doação de dispositivos eletrônicos a estudantes em situação socioeconômica vulnerável e a priorização dos alunos que não tiverem acesso.
  • Registro das atividades pedagógicas não presenciais, para que a escola produza evidências do cumprimento da carga horária mínima prevista, com a utilização do diário de classe eletrônico, a regulamentação da forma de realização dos registros de atividades não presenciais, e o registro qualificado de atividades não presenciais, levando em conta frequência e engajamento dos alunos.
  • Reorganização do calendário escolar por meio de um continuum curricular, pois, devido à emergência sanitária, houve dificuldades para o cumprimento das agendas dos diversos sistemas e redes de ensino do país. Agora, é preciso ajustar um tempo mínimo destinado à aprendizagem dos alunos, adaptando a obrigatoriedade legal do cumprimento dos 200 dias letivos definidos pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. A carga horária elencada por meio do calendário deve ser uma organização dos objetivos de aprendizagem.
  • Ressignificação da avaliação, segundo especialistas e representatividades de conselhos das instâncias municipal e estadual que concordam com a não penalização dos alunos na sua trajetória escolar, independentemente da avaliação do seu processo de aprendizagem nesse período. A partir da concepção de não encorajamento à reprovação no contexto pandêmico, é possível pensar o processo da avaliação sob a vertente diagnóstica, com o intuito de promover avaliações periódicas, e a estratégica, para fins de recuperação de estudos.

Para Luiz Miguel Martins Garcia, presidente da Undime e Dirigente Municipal de Educação da cidade de Sud Mennucci (SP), o documento permite esperanças e novas possibilidades. “Mais do que nunca estamos num momento de grande união em torno da educação como ferramenta e solução para o processo de retomada das aulas com segurança sanitária e pedagógica, para permitir que, de fato, a educação seja instrumento estratégico de transformação de vidas e realidades fazendo a esperança voltar a brilhar nos olhos de cada estudante e das famílias brasileiras.”

* O documento foi produzido pelo Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ceipe), em parceria com a União dos Dirigentes Municipais de Educação SP (Undime), Fundação Lemann e Instituto Natura.

** Na ocasião de seu lançamento – um webinário realizado em 4/2 -, participaram o presidente da Undime, Luiz Miguel Martins Garcia; Cláudia Costin, diretora do FGV Ceipe; Maria Slemenson, gerente de Articulação do Instituto Natura; Daniel de Bonis, diretor de Políticas Educacionais da Fundação Lemann; Letícia Côrtes, consultora técnica e redatora do documento; e Izabella Cavalcante Martins, assessora na Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais.

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