5 boas notícias que 2025 trouxe para a infância 

O Lunetas relembra notícias importantes para a proteção de crianças e adolescentes com um convite para olhar o ano de 2025 com otimismo para as infâncias

Da redação Publicado em 22.12.2025
Imagem de capa para matéria sobre boas notícias de 2025 mostra um mosaico de fotos. Uma criança negra sorrindo, uma mulher segurando uma boneca, um homem dando colo a um recém-nascido, um grupo de pessoas comemorando e um grupo de crianças na COP30.
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Resumo

Cuidar de crianças e adolescentes é uma missão que também envolve estar bem informado. E como nem sempre as notícias são boas, pedimos licença para olhar 2025 com otimismo, lembrando assuntos e histórias positivas para todas as infâncias.

Quando janeiro começou, as escolas já esperavam a proibição do celular em sala de aula. No meio do ano, as discussões em torno da licença-paternidade estendida e da proteção das crianças no mundo virtual também ganharam força com mais projetos de lei em pauta. Depois, vieram o ECA digital, a Política Nacional de Cuidados, voltada para mães e avós cuidadoras, e a participação ativa de meninos e meninas na COP30.

Entre tantas outras notícias, 2025 foi um ano movimentado para os assuntos que impactam diretamente as infâncias. Nesse cenário, o Lunetas se dedicou a ampliar as lentes para os direitos de crianças, adolescentes e famílias, levando informação e contando histórias inspiradoras.

Sabemos que nem sempre as notícias são boas, mas a missão de cuidar das múltiplas infâncias requer uma dose de otimismo. Por isso, preparamos uma breve retrospectiva de boas notícias.

1- Menos celular e mais interação nas escolas

Enquanto a lei que proíbe o uso de celulares em sala de aula ainda era um projeto, muitas escolas já se preparavam, como mostramos em janeiro. No mesmo mês, houve a sanção e as adaptações em todo o país. Celulares desligados, dentro das mochilas ou guardados em caixinhas em cada sala de aula. A permissão para o uso, conforme a lei, inclui a finalidade pedagógica (com autorização da direção) e de acessibilidade em casos de estudantes com deficiência.

O resultado foi um ano letivo com mais interação e concentração, segundo a pesquisa da Frente Parlamentar Mista da Educação. Entre os estudantes do ensino médio, 70% disseram que as mudanças foram positivas e mais de 80% dos estudantes afirmam prestar mais atenção nas aulas. O estudo também mostrou que 65% dos professores relataram diminuição do bullying virtual dentro das escolas.

2- Políticas de serviços de cuidado para acolher mulheres sobrecarregadas

Cuidotecas, cozinhas comunitárias, lavanderias coletivas e restaurantes populares são ações previstas no projeto “Brasil que cuida”, do Plano Nacional de Cuidados. A ação faz parte da lei sancionada ainda em 2024 e que foi regulamentada este ano. Iniciativas piloto já funcionam em espaços públicos como na Universidade Federal Fluminense, em Niterói (RJ), que acolhe e cuida de crianças de 3 a 10 anos enquanto pais e mães assistem aulas no período noturno.

Segundo o Ministério das Mulheres, o projeto deve beneficiar principalmente mães e avós que cuidam de crianças e do lar. Em entrevista ao Lunetas, a diretora de Economia do Cuidado do Governo Federal, Luana Pinheiro, afirmou que a inspiração veio de países da América Latina que já adotaram políticas voltadas para mulheres. “É um grande passo que a gente dá. O cuidado nunca foi objeto de política pública. Então, olhar para quem demanda o cuidado ao mesmo tempo que a gente olha para quem cuida é uma inovação muito importante.”

3- ECA digital aprovado e o combate à adultização

Pais e mães passaram a entender melhor o termo “adultização” após o vídeo do influenciador Felca com denúncias de exploração de crianças e adolescentes em conteúdos nas redes sociais. Além da sexualização precoce, a “adultização” está no estímulo ao consumo exagerado, à exposição de conteúdos inadequados e no acesso às apostas online.

Em meio ao debate público sobre o tema, as bigtechs cancelaram contas de influenciadores envolvidos em esquemas de exploração infantil. Além disso, a justiça executou prisões e os usuários de redes sociais se movimentaram para além da internet. Nesse cenário, a pressão para a aprovação do ECA digital aumentou e, em setembro, a lei foi sancionada. Agora, o país tem suas próprias regras para proteger menores de idade nas redes sociais, nos aplicativos, nos jogos eletrônicos e no streaming.

4- Licença paternidade estendida e vínculo maior entre pais e bebês

Em 2025, a Câmara e o Senado aprovaram o projeto de lei que amplia a licença-paternidade no país. O PL voltou ao plenário para votação em regime de urgência. A notícia é um passo importante para todas as famílias, especialmente para as crianças. Segundo especialistas ouvidos pelo Lunetas, a licença-paternidade estendida não é apenas um privilégio para os pais, mas uma medida essencial de cuidado e equidade.

Pela lei, a partir de janeiro de 2027, a licença aumentará gradativamente: 10 dias nos dois primeiros anos de lei, 15 dias no terceiro ano, e 20 dias a partir do quarto ano. A proposta inicial era de 30 dias mas não houve consenso entre os parlamentares.

Entre os principais benefícios para as famílias estão a criação de vínculos afetivos com o bebê, a divisão justa de tarefas com as mães no puerpério e o fortalecimento da parentalidade responsável desde o início da vida dos filhos.

5- Crianças e mães protagonizam discussões climáticas na COP30

A COP30 na Amazônia ficou marcada pela participação popular e por um ativismo infantojuvenil que movimentou o evento. Isso porque as crianças estiveram nas ruas, nas rodas de conversa, nas reuniões e imprimiram seus pedidos na Carta das Infâncias, apresentada na Cúpula dos Povos, com um manifesto para olhar e ouvir as novas gerações.

A participação histórica de crianças e adolescentes na conferência é fruto de uma mobilização de organizações sociais e do interesse juvenil e das famílias. Desde a confirmação do Brasil como sede, meninos e meninas participaram de diversas programações. O Lunetas acompanhou as miniCOPs idealizadas pelo Instituto Alana, mostrou como as escolas engajaram os estudantes, quais eram as pautas das mães ativistas e como foi a participação dos adolescentes premiados no Criativos Escolas + Natureza.

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