Quando começar? Quais alimentos oferecer? O medo de engasgar faz sentido? O guia se resume em uma proposta: comer junto, e não dar de comer
O guia orienta os pais sobre alimentação complementar e desvenda os principais mitos sobre os métodos BLW e BLISS, como o medo de o bebê engasgar.
Introdução alimentar. Eis um assunto que pode causar inúmeras dúvidas e insegurança nos pais. A partir de que idade a criança já pode comer os mesmos alimentos que o restante da família?
A Sociedade Brasileira de Pediatria acaba de lançar um guia sobre alimentação complementar (transição de sólidos após a amamentação exclusiva) e BLW, o Guia Prático de Atualização – A Alimentação Complementar e o Método BLW, do Departamento Científico de Nutrologia.
Para quem tem dúvidas sobre introdução alimentar, o documento pode ser usado como um norte confiável, uma vez que desvenda os principais mitos que cercam o assunto. Lembrando que a OMS – Organização Mundial de Saúde – recomenda que a introdução alimentar comece a partir dos seis meses, idade em que a criança está apta a comer alimentos sólidos, ao término do aleitamento materno exclusivo. Confira alguns dos principais pontos do guia:
Uma frase pode ser o resumo deste guia: “Comer junto, e não dar de comer”
As publicações sobre o BLW contêm ampla defesa para o uso de alimentos in natura, desencorajando a alimentação do lactente realizada na forma tradicional como papinha ou purês.
• Continuar com o leite materno ou a fórmula infantil;
• Posicionar o lactente sempre sentado para alimentar;
• Permitir que o lactente se suje e interaja durante as refeições;
• Oferecer variedade de alimentos, evitando a monotonia;
• Interagir com o lactente quando ele estiver comendo junto, durante as refeições;
• Dar o tempo necessário para a refeição sem pressionar.
“O importante é ressaltar que não há evidências de que o método tradicional com colher seja menos estimulante ou menos importante, desde que sejam seguidas as orientações da SBP, do MS e da OMS, tanto do ponto de vista nutricional como comportamental”
(FONTE: Guia Prático de Atualização da SBP – A Alimentação Complementar e o Método BLW (Baby-Led Weaning)
Nos primeiros seis meses de vida, o aleitamento materno será a fonte ideal do ponto de vista nutricional, emocional e de estímulo motor. Após essa idade, o bebê saudável já senta sem apoio, sustenta a cabeça e o tronco e segura objetos com as mãos. Confira os sinais que os pais devem ficar de olho para ver se as crianças já podem iniciar a introdução de alimentos sólidos:
Um dos maiores medos de quem não conhece a técnica, ou quer começar a aplicá-la, é em relação ao risco de o bebê engasgar ao se alimentar sozinho. No entanto, tanto as mães quanto os especialistas dizem que o bebê passa a entender o mecanismo do engasgo e tenta, por conta própria, evitá-lo. E, é claro, um cuidado é fundamental: estimular a autonomia não é sinônimo de deixar a criança sozinha, a alimentação BLW deve ser sempre monitorada por um adulto responsável.
O Departamento de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria diz que não há evidências e trabalhos publicados para afirmar que os métodos BLW ou BLISS sejam as únicas formas corretas de introdução alimentar.
As orientações são coerentes com o desenvolvimento infantil, mas limitar o processo da alimentação complementar a essas duas abordagens pode não ser prático para muitas famílias. Por isso, os pais não devem ver esses métodos como a única forma de alimentação infantil.
O Guia de Atualização – Alimentação complementar e o método BLW – está disponível online para consulta e download gratuito.
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O método BLW (“Baby Led Weaning“, desmame que o bebê lidera, em uma tradução livre) defende a autonomia dos bebês na hora se alimentar. Ou seja, é a criança comer com as próprias mãos, de modo a desenvolver sua independência.