Unicef lança publicação com caminhos para a busca ativa escolar

Diversas áreas devem atuar em conjunto para fazer crianças e adolescentes voltarem para a escola

Da redação Publicado em 24.08.2022
Uma menina negra sorri enquanto escreve em um caderno, acompanhada de uma professora, de pele clara, que também sorri.
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Resumo

Na publicação “Busca ativa escolar e o trabalho em rede”, o Unicef reforça que o combate à evasão escolar demanda um esforço coletivo, que vai além da atuação da escola.

Trabalho infantil, gravidez na adolescência, violência doméstica e fugas de casa são só algumas das causas que podem levar crianças e adolescentes de todo o país à evasão escolar. Garantir o acesso e a permanência das crianças na escola demanda uma rede de proteção integral, mas como se organizar para isso? Para auxiliar nesta missão, o Unicef lançou a publicação “Busca ativa escolar e o trabalho em rede”, com orientações que visam fortalecer os direitos da infância e juventude no Brasil.

O acesso à educação viabiliza o acesso a uma série de outros direitos e a informações fundamentais para que crianças e adolescentes possam crescer e se desenvolver em todo o seu potencial. Também pode ser decisivo para romper com a perpetuação de violências, além de ser fundamental no desenvolvimento de habilidades para uma vida autônoma, para o autocuidado e para a autoproteção. 

“Para garantir o direito à educação, não basta estar matriculado(a). É preciso estar na escola e aprendendo”

O enfrentamento do abandono nas escolas não deve ser compromisso apenas da escola: na maioria das vezes, é uma missão de todos – da saúde ao conselho tutelar. Afinal,toda criança e todo adolescente têm o direito de aprender.

O cenário da exclusão escolar no Brasil

“O cenário da exclusão escolar no Brasil” é o primeiro de três capítulos que organizam o relatório, seguido de “A força da atuação em rede pelo direito à educação” e “Como as diferentes políticas podem se integrar às etapas da busca ativa escolar”. Antes da pandemia, 1.096.468 crianças e adolescentes em idade escolar estavam fora da escola no Brasil – as faixas etária de 4 e 5 anos e 15 a 17 anos dominavam essa estatística. Meninas e meninos pretos, pardos e indígenas somam mais de 70% entre os que estão fora da escola. 

No final do primeiro ano de pandemia, 5.075.294 crianças e adolescentes de 6 a 17 anos estavam fora da escola ou sem atividades escolares, número que corresponde a 13,9% dessa parcela da população em todo o Brasil. Desses, mais de 40% eram crianças de 6 a 10 anos, faixa etária em que a educação estava praticamente universalizada antes da pandemia.

E como eu posso ajudar?
Se você se encaixar em um dos grupos listados pela plataforma Busca Ativa Escolar, a publicação oferece caminhos de apoio para os seguintes motivos de abandono escolar: 

  • Estudante acha a escola desinteressante
  • Mudança de domicílio, viagem ou deslocamento frequentes
  • Falta de documentação da criança ou do(a) adolescente
  • Gravidez na adolescência
  • Criança ou adolescente com deficiência
  • Adolescente autor(a) de ato infracional
  • Violência contra crianças e adolescentes em geral
  • Trabalho infantil
  • Falta de infraestrutura escolar
  • Falta de transporte escolar
  • Crianças ou adolescentes migrantes e refugiados(as)
  • Doenças que impeçam ou dificultem a frequência à escola
  • Uso, abuso ou dependência de substâncias psicoativas
  • Criança ou adolescente em abrigo
  • Violência nos territórios
  • Violência na escola, preconceito ou discriminação racial
  • Situação de rua

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