Brincar é para todos: 8 atividades inclusivas para as crianças

Ninguém precisa ficar de fora na hora da brincadeira: com adaptações, atividades variadas podem ser realizadas por todas as crianças

Da redação Publicado em 30.08.2022
Atividades inclusivas: foto de uma criança de pele clara que brinca com pigmentos de diversas cores em uma superfície de madeira.
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Resumo

Sabia que brincar é pra todo mundo? Listamos oito atividades inclusivas para não deixar ninguém de fora.

“Na brincadeira, crianças com e sem deficiência são todas iguais: sempre há interesses em comum. A criança é muito rápida para perceber a diferença do outro e encontrar uma forma de interagir com os recursos que ela já tem”, conta, em nota, Marina Zylberstajn. Ela é psicóloga e pedagoga no Instituto Serendipidade, voltado à inclusão de pessoas com deficiência intelectual. Se brincar é para todo mundo, não tem porque deixar pequenos com deficiência fora dessa: todo brincar pode ter atividades inclusivas, em que todas as crianças podem participar.

É no brincar que as crianças criam autonomia, estimulam a criatividade e aperfeiçoam a socialização. Mas, se precisar de um empurrãozinho na hora de pensar como brincar, o Lunetas selecionou oito atividades inclusivas, para que a hora da brincadeira também seja pautada pelas múltiplas infâncias. 

“Oferecer experiências lúdicas e divertidas que falem sobre inclusão permite que as crianças entendam os benefícios que o convívio com a diversidade oferece a todos”, Henri Zylberstajn, fundador do Instituto Serendipidade.

Atividades inclusivas para as crianças

  • 1. Adaptando o brincar

Para crianças com deficiência visual, revista os brinquedos com texturas ou use objetos que produzam sons. Usar cores fortes é estimulante para todos e ajuda quem tem baixa visão a perceber contrastes. Em brinquedos com escritos, faça as palavras também em braile. Nos casos de crianças com deficiência física, há algumas adaptações simples, como prender o brinquedo no braço, usar materiais que não deslizam facilmente e pedir a alguém que movimente a cadeira de rodas durante o brincar.

  • 2. Na cesta

Corte o fundo de um galão de água e, preservando a alça, transforme-o em uma cesta. Pinte-a para deixá-la bem colorida. A ideia é que uma ou mais crianças arremessem a bola, que deve ser apanhada por quem segura o objeto (use uma bola com guizo para as crianças com deficiência visual). Se alguém tiver mobilidade ou movimentos reduzidos, amarre a cesta à cadeira de rodas ou ao braço.

  • 3. Caixa dos sentidos

Faça dois buracos na lateral de uma caixa de papelão de forma que permita a entrada de mãos. Guarde um ou mais objetos e feche. O jogador precisa tatear, ouvir e até cheirar para adivinhar o que tem dentro. Ganha quem descobrir tudo. Importante deixar um tempo de contagem flexível, pois crianças com deficiência intelectual podem levar mais tempo para brincar.

  • 4. Cores e texturas

Em uma caixa, coloque objetos coloridos e com texturas instigantes, como bola de tênis, brinquedos que produzem sons ao serem apertados, bolas lisas ou com texturas, esponjas de banho. Os objetos estimulam os sentidos e podem desencadear histórias e brincadeiras. Ofereça tapetes ou colchonetes para que as crianças brinquem à vontade no chão (inclusive as que têm deficiência física).

  • 5. Piscina de bolinhas

Segundo o “Guia do brincar inclusivo”, as bolinhas coloridas e macias estimulam os sentidos e acalmam as crianças. Aquelas com deficiência física podem precisar da ajuda de um colega ou do educador para se acomodarem. É importante frisar que, nas brincadeiras em que é preciso tirar a criança da cadeira de rodas, peça sempre orientação de como fazer isso à família ou ao profissional de saúde que cuida da criança.

  • 6. Fui ao zoológico

Peça para que as crianças formem uma roda. Uma criança que anda no interior do círculo diz “Fui ao zoológico e vi uma girafa!” ou “Fui ao zoológico e vi um elefante!”. Em seguida, aponta para uma das crianças que, junto com os colegas ao lado, precisa “criar” o animal escolhido (elefante ou girafa). Para formar o elefante, por exemplo, a criança apontada estica um dos braços para frente, enquanto as duas ao seu lado abrem os braços curvados em sua direção, imitando as orelhas do animal.

Quem se atrapalhar na hora de criar o bicho e errar, entra na roda e passa a apontar. Se houver uma criança com deficiência auditiva, use pelúcias para que ela veja qual animal foi escolhido pelo colega. Se a criança tiver movimentação reduzida, um colega pode ajudá-la a mover os braços. No caso de haver uma criança com deficiência visual, quem aponta deve dizer o nome de quem foi apontado e todo mundo pode descrever o que está acontecendo.

  • 7. Hockey macio

Nesse jogo, os bastões são substituídos por macarrão utilizado em natação, pois o material é suave e macio. Use uma bola leve (com guizo, se for o caso) e improvise um gol, que pode ser um macarrão curvado fixado ao chão. No caso de crianças com mobilidade reduzida, prenda o macarrão em seu braço ou na cadeira de rodas. Peça que outro jogador empurre a cadeira do colega. O jogo pode ocorrer entre equipes ou individualmente (com obstáculos a serem ultrapassados para se chegar ao gol).

  • 8. Pintura

Sugira às crianças que pintem grandes painéis, em papel pardo colocado no chão. A tinta tem uma textura agradável e a experiência pode ser vivida também por crianças com deficiência visual. No caso de deficiência física, você pode prender o pincel na mão da criança, ou engrossar o cabo com borracha ou macarrão de natação fino. Varie o uso do pincel colocando a tinta em bisnagas de maionese.

*As atividades inclusivas e adaptações de brincadeiras são do “Guia do brincar inclusivo”, publicado pelo Unicef, e da organização Sesame Workshop, produtora audiovisual infantil.

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