Para brincar de roda, não é preciso muita coisa, basta dar as mãos, cantar e girar.
 Um compilado de cantigas folclóricas para brincar de roda para desenvolver os movimentos e a linguagem oral e também contribuir para a iniciação musical dos pequenos.
A roda é uma das brincadeiras mais presentes na infância de muitas crianças de diversas regiões e culturas, e que povoa o brincar, tanto na escola, quanto em casa ou na rua, ao longo de muitas décadas.
Para brincar de roda, não é preciso muita coisa, basta dar as mãos, cantar e girar. Em geral, a brincadeira é acompanhada por uma cantiga folclórica, um tipo de canção popular.
Feita pela e para a criança, a música tradicional da infância a embala desde o nascimento e percorre todos os seus passos até a idade adulta. “Carrega os ritmos e molejos da música brasileira; a beleza da nossa poesia popular; os gestos, movimentos e desafios imprescindíveis ao seu desenvolvimento, e a nossa diversidade cultural”, afirma a pesquisadora Lucilene Silva.
Nesta matéria conversamos com a pesquisadora Lucilene Silva que estuda música brasileira desde a adolescência. Ela é mestre e doutoranda em música na Unicamp – Universidade Estadual de Campinas – e seu objeto de estudo é a música tradicional da infância. Veja a entrevista completa.
Ficou com vontade de brincar? Confira a seguir uma lista com 45 cantigas folclóricas para ensinar às crianças:
Os escravos de Jó
 Jogavam caxangá
 Tira, põe,
 Deixa o zabelê ficar
 Guerreiros com guerreiros
 Fazem ziguezigue zá
 Guerreiros com guerreiros
 Fazem ziguezigue zá.
Ai, eu entrei na roda
 Ai, eu não sei como se dança
 Ai, eu entrei na “rodadança”
 Ai, eu não sei dançar
Sete e sete são quatorze, com mais sete, vinte e um
 Tenho sete namorados só posso casar com um
Namorei um garotinho do colégio militar
 O diabo do garoto, só queria me beijar
Todo mundo se admira da macaca fazer renda
 Eu já vi uma perua ser caixeira de uma venda.
Fui no Tororó beber água não achei
 Achei linda Morena
 Que no Tororó deixei
 Aproveita minha gente
 Que uma noite não é nada
 Se não dormir agora
 Dormirá de madrugada
Oh! Dona Maria,
 Oh! Mariazinha, entra nesta roda
 Ou ficarás sozinha!
Marcha Soldado
 Cabeça de Papel
 Se não marchar direito
 Vai preso pro quartel
O quartel pegou fogo
 A polícia deu sinal
 Acorda acorda acorda
 A bandeira nacional
Oi, marinheiro, marinheiro,
 Marinheiro só
 Quem te ensinou a navegar?
 Marinheiro só
 Foi o balanço do navio,
 Marinheiro só
 Foi o balanço do mar
 Marinheiro só.
Meu limão, meu limoeiro,
 Meu pé de jacarandá,
 Uma vez, tindolelê,
 Outra vez, tindolalá.
Como pode o peixe vivo
 Viver fora d’água fria?
 Como pode o peixe vivo
 Viver fora d’água fria?
Como poderei viver,
 Como poderei viver,
 Sem a tua, sem a tua,
 Sem a tua companhia?
Os pastores desta aldeia
 Já me fazem zombaria
 Os pastores desta aldeia
 Já me fazem zombaria
 Por me ver assim chorando
 Sem a tua, sem a tua companhia.
(Essa cantiga também é uma broncadeira. O Pai Francisco fica fora da
 roda enquanto todos cantam:)
Pai Francisco entrou na roda
 Tocando seu violão!
 Da…ra…rão! Dão!
 Vem de lá seu delegado
 E Pai Francisco foi pra prisão.
(Pai Francisco se aproxima da
 roda, requebrando, e escolhe
 um companheiro para substituí-lo.)
 Como ele vem
 Todo requebrado
 Parece um boneco
 Desengonçado.
A barata diz que tem sete saias de filó
 É mentira da barata, ela tem é uma só
 Ah ra ra, iá ro ró, ela tem é uma só
A Barata diz que tem um sapato de veludo
 É mentira da barata, o pé dela é peludo
 Ah ra ra, Iu ru ru, o pé dela é peludo!
A Barata diz que tem uma cama de marfim
 É mentira da barata, ela tem é de capim
 Ah ra ra, rim rim rim, ela tem é de capim
A canoa virou
 Por deixá-la virar,
 Foi por causa da Maria
 Que não soube remar
Siriri pra cá,
 Siriri pra lá,
 Maria é velha
 E quer casar
Se eu fosse um peixinho
 E soubesse nadar,
 Eu tirava a Maria
 Lá do fundo do mar
Alecrim, alecrim dourado
 Que nasceu no campo
 Sem ser semeado
Oi, meu amor,
 Quem te disse assim,
 Que a flor do campo
 É o alecrim?
Alecrim, alecrim aos molhos,
 Por causa de ti
 Choram os meus olhos
Alecrim do meu coração
 Que nasceu no campo
 Com esta canção
A minha gatinha parda, que em Janeiro me fugiu
 Onde está minha gatinha,
 Você sabe, você sabe, você viu ?
Eu não vi sua gatinha, mas ouvi o seu miau
 Quem roubou sua gatinha
 Foi a bruxa, foi a bruxa pica-pau
Olha a Rosa amarela, Rosa
 Tão Formosa, tão bela, Rosa
 Olha a Rosa amarela, Rosa
 Tão Formosa, tão bela, Rosa
Iá-iá meu lenço, ô Iá-iá
 Para me enxugar, ô Iá-iá
 Esta despedida, ô Iá-iá
 Já me fez chorar, ô Iá-iá
Se esta rua,
 Se esta rua fosse minha,
 Eu mandava,
 Eu mandava ladrilhar,
Com pedrinhas,
 Com pedrinhas de diamantes,
 Só pra ver, só pra ver
 Meu bem passar
Nesta rua, nesta rua tem um bosque
 Que se chama, que se chama solidão
 Dentro dele, dentro dele mora um anjo
 Que roubou, que roubou meu coração
Se eu roubei, se eu roubei teu coração,
 Tu roubaste, tu roubaste o meu também
 Se eu roubei, se eu roubei teu coração,
 É porque, é porque te quero bem
Eu queria se balaio, balaio eu queria ser
 Pra ficar dependurado, na cintura de “ocê”
Balaio meu bem, balaio sinhá
 Balaio do coração
 Moça que não tem balaio, sinhá
 Bota a costura no chão
Eu mandei fazer balaio, pra guardar meu algodão
 Balaio saiu pequeno, não quero balaio não
Balaio meu bem, balaio sinhá
 Balaio do coração
Eu mandei fazer um laço do couro do jacaré
 Pra laçar o boi barroso, num cavalo pangaré
Meu Boi Barroso, meu Boi Pitanga
 O teu lugar, ai, é lá na cana
 Adeus menina, eu vou me embora
 Não sou daqui,ai, sou lá de fora
Meu bonito Boi Barroso,que eu já dava por perdido
 Deixando rastro na areia logo foi reconhecido
Boi, boi, boi
 Boi da cara preta
 Pega esta criança que tem medo de careta
Não , não , não
 Não pega ele não
 Ele é bonitinho, ele chora coitadinho.
Cachorrinho está latindo lá no fundo do quintal
 Cala a boca, Cachorrinho, deixa o meu benzinho entrar
Ó Crioula lá! Ó Crioula lá, lá!
 Ó Crioula lá! Não sou eu quem caio lá!
Atirei um cravo n’água de pesado foi ao fundo
 Os peixinhos responderam, viva D Pedro Segundo.
Cai cai balão, cai cai balão
 Na rua do sabão
 Não Cai não, não cai não, não cai não
 Cai aqui na minha mão!
Cai cai balão, cai cai balão
 Aqui na minha mão
 Não vou lá, não vou lá, não vou lá
 Tenho medo de apanhar!
Capelinha de Melão é de São João
 É de Cravo é de Rosa é de Manjericão
 São João está dormindo
 Não acorda não!
 Acordai, acordai, acordai, João!
Ciranda, cirandinha,
 Vamos todos cirandar,
 Vamos dar a meia volta,
 Volta e meia vamos dar
O anel que tu me deste
 Era vidro e se quebrou,
 O amor que tu me tinhas
 Era pouco e se acabou.
Vem, vem, vem sinhazinha
 Vem, vem, vem Sinhazinha
 Vem, vem para provar
 Vem, vem, vem Sinhazinha
 Na barraquinha comprar
 Pé de moleque queimado
 Cana, aipim, batatinha
 Ó quanta coisa gostosa
 Para você Sinhazinha.
Sou mineira de Minas,
 Mineira de Minas Gerais
Rebola bola você diz que dá que dá
 Você diz que dá na bola, na bola você não dá!
Sou carioca da gema,
 Carioca da gema do ovo
Rebola bola você diz que dá que dá
 Você diz que dá na bola, na bola você não dá!
Na Bahia tem, tem tem tem
 Coco de vintém, ô Ia-iá
 Na Bahia tem!
Na beira da praia
 Na beira da praia
 Eu vou, eu quero ver
 Na beira da praia,
 Só me caso com você
Na beira da praia
 Você diz que não, que não,
 Você mesmo há de ser
Água tanto deu na pedra,
 Que até fez amolecer,
 Na beira da praia.
Foi na loja do Mestre André
 Que eu comprei um pianinho,
 Plim, plim, plim, um pianinho
 Ai olé, ai olé!
 Foi na loja do Mestre André!
Foi na loja do Mestre André
Que eu comprei um violão,
 Dão,dão,dão, um violão
 Plim, plim, plim, um pianinho
 Ai olé, ai olé!
 Foi na loja do Mestre André!
Foi na loja do Mestre André
 Que eu comprei uma flautinha,
 Flá, flá, flá, uma flautinha
 Dão,dão,dão, um violão
 Plim, plim, plim, um pianinho
Ai olé, ai olé!
 Foi na loja do Mestre André!
Foi na loja do Mestre André
 Que eu comprei um tamborzinho,
 Dum, dum, dum, um tamborzinho
 Flá, flá, flá, uma flautinha
 Dão, dão, dão, um violão
 Plim, plim, plim, um pianinho
 Ai olé, ai olé!
 Foi na loja do Mestre André!
O cravo brigou com a rosa
 Debaixo de uma sacada
 O cravo saiu ferido
 E a rosa, despedaçada
O cravo ficou doente
 A rosa foi visitar
 O cravo teve um desmaio,
 A rosa pôs-se a chorar.
O meu boi morreu
 O que será de mim
 Mande buscar outro, oh Morena
 Lá no Piauí
O meu boi morreu
 O que será da vaca
 Pinga com limão, oh Morena
 Cura urucubaca.
Há três noites que eu não durmo, ola lá!
 Pois perdi o meu galinho, ola lá!
 Coitadinho, ola lá! Pobrezinho, ola lá!
 Eu perdi lá no jardim
Ele é branco e amarelo, ola lá!
 Tem a crista vermelhinha, ola lá!
 Bate as asas, ola lá! Abre o bico, ola lá!
 Ele faz qui-ri-qui-qui
Já rodei em Mato Grosso, ola lá!
 Amazonas e Pará, ola lá!
 Encontrei, ola lá!Meu galinho, ola lá!
 No sertão do Ceará!
Minha Mãe acorde, de tanto dormir
 Venha ver o cego, Vida Minha, cantar e pedir
 Se ele canta e pede, de-lhe pão e vinho
 Mande o pobre cego, Vida Minha, seguir seu caminho
 Não quero teu pão, nem também teu vinho
 Quero só que a minha vida, Vida Minha, me ensine o caminho
 Anda mais Aninha, mais um bocadinho,
 Eu sou pobre cego, Vida Minha, não vejo o caminho.
Quem me ensinou a nadar
 Quem me ensinou a nadar
 Foi, foi, marinheiro
 Foi os peixinhos do mar.
Ai bota aqui
 Ai bota aqui o seu pezinho
 Seu pezinho bem juntinho com o meu
 E depois não vá dizer
 Que você se arrependeu!
Pirulito que bate bate
 Pirulito que já bateu
 Quem gosta de mim é ela
 Quem gosta dela sou eu
Pirulito que bate bate
 Pirulito que já bateu
 A menina que eu gostava
 Não gostava como eu.
Que é de Valentim ? Valentim Trás Trás
 Que é de Valentim ? É um bom rapaz
 Que é de Valentim ? Valentim sou eu!
 Deixa a moreninha, que esse par é meu!
O Pião entrou na roda, ó pião!
 Roda pião, bambeia pião!
 Sapateia no terreiro, ó pião!
 Mostra a tua figura, ó pião!
 Faça uma cortesia, ó pião!
 Atira a tua fieira, ó pião!
 Entrega o chapéu ao outro, ó pião!
Samba Lelê está doente
 Está com a cabeça quebrada
 Samba Lelê precisava
 De umas dezoito lambadas
Samba, samba, Samba ô Lelê
 Pisa na barra da saia ô Lalá
 Ó Morena bonita,
 Como é que se namora ?
Põe o lencinho no bolso
 Deixa a pontinha de fora.
São João Da Ra Rão
 Tem uma gaita-ra-rai-ta
 Que quando toca-ra-roca
 Bate nela
Todos os anja-ra-ran-jos
 Tocam gaita-ra-rai-ta
 Tocam gaita-ra-rai-ta
 Aqui na terra
Maria tu vais ao baile, tu “leva” o xale
 Que vai chover
 E depois de madrugada, toda molhada
 Tu vais morrer
Maria tu vais “casares”, eu vou te “dares”
 Eu vou te “dares” os parabéns
 Vou te “dartes” uma prenda
 Saia de renda e dois vinténs.
Sapo Jururu na beira do rio
 Quando o sapo grita, ó Maninha, diz que está com frio
 A mulher do sapo, é quem está la dentro
 Fazendo rendinha, ó Maninha, pro seu casamento.
Teresinha de Jesus deu uma queda
 Foi ao chão
 Acudiram três cavalheiros
 Todos de chapéu na mão
O primeiro foi seu pai
 O segundo seu irmão
 O terceiro foi aquele
 Que a Teresa deu a mão
Teresinha levantou-se
 Levantou-se lá do chão
 E sorrindo disse ao noivo
 Eu te dou meu coração
Dá laranja quero um gomo
 Do limão quero um pedaço
 Da morena mais bonita
 Quero um beijo e um abraço.
Tutu Marambá não venhas mais cá
 Que o pai do menino te manda matar
Durma neném, que a Cuca logo vem
 Papai está na roça e Mamãezinha em Belém
Tutu Marambá não venhas mais cá
 Que o pai do menino te manda matar.
Vai abóbora vai melão de melão vai melancia
 Vai jambo sinhá, vai jambo sinhá, vai doce, vai cocadinha
 Quem quiser aprender a dançar, vai na casa do Juquinha
 Ele pula, ele dança, ele faz requebradinha .
Vamos Maninha vamos,
 Lá na praia passear
 Vamos ver a barca nova que do céu caiu do mar
Nossa Senhora esta dentro,
 Os anjinhos a remar
 Rema rema remador, que este barco é do Senhor
O barquinho já vai longe
 E os anjinhos a remar
 Rema rema remador, que este barco é do Senhor (bis).
Você gosta de mim, ó menina?
 Eu também de você, ó menina
 Vou pedir a seu pai, ó menina,
 Para casar com você, ó menina
Se ele disser que sim, ó menina,
 Tratarei dos papéis, ó menina,
 Se ele disser que não, ó menina,
 Morrerei de paixão.
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