Varíola do macaco em crianças: o que precisamos saber?

Primeiros casos em crianças foram reportados em São Paulo em julho

Da redação Publicado em 01.08.2022 Atualizado em 13.09.2022
Um menino branco tem o braço coçado pelo pai.
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Resumo

Os primeiros casos de varíola do macaco em crianças foram reportados em São Paulo. Até o momento, mais de três mil casos (entre crianças, adolescentes e adultos) foram registrados no país.

os 3.896 casos confirmados de varíola do macaco no país, 34 são em crianças de zero a nove anos. Os primeiros casos em bebês foram reportados ontem (23), em uma criança de dez meses que vive em São Paulo, e outra de dois meses, que vive em Conceição do Jacuípe (BA). Apesar de ser uma pequena porcentagem do número de pessoas infectadas, a doença em crianças pede maior atenção por poder causar mais danos nos pequenos, em gestantes e em pessoas com imunodeficiências. 

A varíola do macaco foi decretada como emergência de saúde pública pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no dia 23 de julho. A doença é causada por um vírus do subgrupo orthopoxvírus, assim como a varíola bovina e a varíola humana (erradicada em 1980 com a vacinação). Segundo a OMS, o surto da doença ainda pode ser controlado e o risco de transmissão é baixo. 

Sintomas

Em nota, o dermatologista Werick França, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica que “a doença começa, quase sempre, com uma febre súbita, forte e intensa”, além dos pacientes também relatarem dor de cabeça, náusea, exaustão e cansaço. O aparecimento de gânglios (inchaços popularmente conhecidos como “ínguas”), que podem acontecer tanto na região do pescoço, na região axilar ou na região perigenital, também marcam os sintomas da varíola do macaco. A aparição de pústulas (bolhas) na pele, de forma aguda e inexplicável, é o principal sintoma registrado pela OMS até o momento, aparecendo de 1 a 5 dias após o início do estado febril.

É possível confundir a doença com catapora?
Apesar de ambas terem erupções cutâneas, as bolhas na varíola do macaco aparecem de uma vez só, com um padrão similar. Na catapora, as bolhas não possuem padrão e aparecem em fases distintas da doença.

Como se transmite?

A transmissão de humano para humano acontece por meio de contato físico entre pessoas com casos sintomáticos. Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão pode ocorrer através de contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama. Até que caiam totalmente, as casquinhas das bolhas cutâneas possuem material infeccioso, sendo necessário aguardar a total cicatrização da pele.

É importante frisar que a varíola do macaco não é transmitida exclusivamente por via sexual. França explica que a manifestação na pele é chamada de papulovesicular uniforme: feridas ou lesões pelo corpo que atingem uma totalidade de pessoas, independentemente de sua orientação sexual. 

Como é feito o tratamento?

Não há tratamento específico para a infecção pelo vírus da doença. Os sintomas costumam desaparecer espontaneamente, sem necessidade de tratamento – a atenção clínica é voltada para o alívio de sintomas e prevenção de sequelas. A OMS recomenda reforçar as medidas de higiene, proteger as erupções cutâneas e evitar tocar em feridas na boca ou nos olhos.

A vacinação contra a varíola tradicional também é eficaz para combater a varíola dos macacos, porém atualmente não existe imunizante no país para a doença, devido à erradicação da condição em 1980. A chegada das vacinas no Brasil está prevista para setembro.

* Conteúdo produzido com informações do Ministério da Saúde, Organização Mundial da Saúde e Agência Brasil.

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