Bebês a partir de 6 meses podem ser vacinados contra a covid-19

Vacina da Pfizer foi aprovada pela Anvisa na sexta (16); próximos passos passam pela inserção da vacina no Plano Nacional de Imunização e definir calendário

Da redação Publicado em 19.09.2022
Imagem que mostra um bebê negro recebendo uma vacina no braço. Uma mulher negra o segura, sorridente, enquanto ele recebe a vacina. A imagem possui intervenções de rabiscos coloridos.
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Resumo

Foi liberado o uso do imunizante da Pfizer contra covid-19 para crianças a partir de seis meses de idade. Não há previsão de início da vacinação.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) liberou a vacinação de bebês com o imunizante da Pfizer para crianças entre seis meses e quatro anos de idade nesta sexta (16). Até o momento, a vacinação infantil era realizada com a CoronaVac (Butantan) para crianças a partir de três anos, enquanto o imunizante da Pfizer era utilizado em crianças a partir dos cinco anos de idade. Não há previsão de início da vacinação e de compra das vacinas voltadas para a nova faixa etária no Brasil.

Ainda em junho, o FDA (Food and Drug Administration), agência reguladora dos Estados Unidos, aprovou o uso do imunizante da Pfizer e da Moderna voltado à faixa etária.

A vacina aprovada para a faixa etária possui dosagem e concentração diferentes das que já são aplicadas a partir dos cinco anos – inclusive a cor das tampas visa evitar que sejam aplicadas vacinas voltadas a crianças mais velhas. Segundo o Ministério da Saúde, o imunizante deverá ser aplicado em três doses de 0,2 mL (equivalente a 3 microgramas). As duas doses iniciais devem ser administradas com três semanas de intervalo, seguidas por uma terceira dose administrada pelo menos oito semanas após a segunda dose.

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Ministério da Saúde (Anvisa)

Gráfico elaborado pela Anvisa mostrando informações da vacina Comirnaty (Pfizer) para cada faixa etária do público infantil

Segundo o boletim InfoGripe (Fiocruz), crianças de zero a quatro anos são as que mais apresentam risco de desenvolverem Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causada por covid-19. Dos óbitos notificados de SRAG no país nas últimas quatro semanas, 93,4% foram causados pelo SARS-CoV-2. Até junho de 2022, dados coletados pelo Unicef em 91 países mostram que a covid-19 foi a causa básica de óbito de 5.376 crianças menores de cinco anos no mundo. O Brasil responde por cerca de 1 em cada 5 dessas mortes.

Cenário da vacinação no Brasil

A vacina da Pfizer está registrada no Brasil desde o dia 23 de fevereiro de 2021; crianças a partir de cinco anos podem receber o imunizante desde dezembro daquele ano. Em agosto deste ano, a farmacêutica apresentou à Anvisa pedidos de ampliação do uso da vacina voltada a crianças a partir de seis meses e uma nova vacina específica para o combate da cepa ômicron, para a faixa etária acima de 12 anos.

O imunizante do Butantan foi aprovado para uso emergencial em crianças a partir de três anos em julho, mas a vacinação passou por períodos de suspensão e atrasos, devido à falta de insumos para produção no país. Hoje (19), foram entregues 1 milhão de doses da CoronaVac para o Ministério da Saúde, voltadas a crianças entre três e cinco anos.

Segundo dados do consórcio de veículos de imprensa, até o dia 16 de setembro, 53,23% das crianças de três a 11 anos se vacinaram com a primeira dose dos imunizantes disponíveis para a faixa etária – Pfizer e CoronaVac. As crianças que estão totalmente imunizadas nesta faixa de idade são 9.476.480, o que corresponde a 35,86% da população deste grupo.

* Com informações de Fiocruz.

** Especialistas da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI) e Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) foram responsáveis pela avaliação do imunizante junto à Anvisa.

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