Cartilha une assistência ao parto e dados sobre o nascer

Material do Unicef cataloga questões voltadas ao gestar, parir e nascer, além de reforçar a importância do parto normal

Da redação Publicado em 31.05.2022
Imagem mostra em destaque a barriga de uma mulher negra gestante. Ela segura sapatos de bebê em cima da barriga e apoia uma das mãos também na barriga. A imagem possui intervenções de rabiscos coloridos.
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Resumo

Como está o panorama de nascimentos no Brasil? Na publicação “Assistência ao parto e nascimento: uma agenda para o século 21”, o Unicef traz informações sobre o universo do parir e nascer.

Reunindo dados sobre pré-natal, nascimentos, cesarianas, partos normais, violência obstétrica e ações de doulas e parteiras, o documento “Assistência ao parto e nascimento: uma agenda para o século 21” foi elaborado pelo Unicef em parceria com a Rede pela Humanização do Parto e Nascimento (Rehuna). O objetivo é trazer evidências científicas, reflexões, boas práticas e recomendações em prol da garantia dos direitos à vida e ao respeito de mulheres gestantes, neonatos e crianças, especialmente as mais vulneráveis.

Qual é a sua concepção sobre o ato de parir?, questiona a publicação em sua introdução. A percepção da cultura ocidental segue a ideia de parir como um evento médico, que pode se tornar de alto risco e demandar procedimentos invasivos, ao invés de algo fisiológico, natural e essencial para a vida humana. 

O Brasil é o segundo país com mais cesarianas no mundo, atrás apenas da República Dominicana. Segundo os indicadores de atenção materna e neonatal, elaborados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), mais da metade dos partos realizados em redes privadas em 2019 foram cesarianas (69,97%), número extremamente elevado perto do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 10 a 15%. 

A OMS reforça que, apesar da cesariana ser uma cirurgia essencial que salva vidas, ela também pode colocar mulheres e bebês em risco desnecessário, podendo desencadear problemas de saúde em curto e longo prazo, se realizada quando não há necessidade médica. Em 2019, mais da metade das cesarianas da rede privada brasileira foi realizada antes do trabalho de parto, tornando urgente falar sobre o parir, autonomia de escolha e outras questões que envolvem os nascimentos do país.

Além dessas questões, o material traz informações sobre assistência obstétrica no Brasil; violações de direitos no parto e nascimento; ensino de obstetrícia; evidências científicas sobre parto normal e seus benefícios; cesarianas e consequências a curto, médio e longo prazo; políticas do Ministério da Saúde, movimentos sociais voltados à autonomia e respeito aos direitos no parto; e recomendações de organismos internacionais voltadas ao parir. 

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