‘O mundo de Tayó’: orgulho e negritude em tirinhas infantis

A escritora e pesquisadora Kiusam de Oliveira transformou as histórias do livro "O mundo no black power de Tayó" em uma série de tirinhas infantis

Da redação Publicado em 12.02.2019
Ilustração de uma menina negra com uma coroa de ouro em cima do seus cabelos, com um pássaro dourado
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Resumo

Para reafirmar a potência das histórias na construção de referenciais positivos para as crianças se formarem se colocarem no mundo, a autora Kiusam de Oliveira agora transforma a menina Tayó em protagonista de uma série de tirinhas sobre cultura negra.

Tayó é uma menina negra de seis anos que tem orgulho do cabelo crespo com penteado black power, enfeitando-o das mais diversas formas. Esse é o mote do livro “O mundo no black power de Tayó“, da escritora e pesquisadora Kiusam de Oliveira, que também é autora dos livros “Omo-oba: histórias de princesas” e “O mar que banha a ilha de Goré”.

Para reafirmar a potência das histórias na construção de referenciais positivos para as crianças se formarem se colocarem no mundo, a autora agora transforma Tayó em protagonista de uma série de tirinhas sobre cultura negra.

Nas histórias, a menina interage em situações que colocam em jogo a sua capacidade de autoperceber como uma mulher negra em formação em uma sociedade estruturalmente racista. Nos diálogos, a autora chama a atenção para o papel do adulto no sentido de proporcionar o empoderamento infantil para a construção de uma identidade plena e autoconfiante.

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Reprodução/Texto: Kiusam de Oliveira/Ilustrações: Amora Amoreira

Kiusam de Oliveira é autora de “O Mar que banha a Ilha de Goré” (Ed. Peirópolis, 2015), “Omo Oba Histórias de Princesas” (Ed.Mazza, 2009), “O mundo black power de Tayó” (Ed. Peirópolis, 2013)

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Reprodução/Texto: Kiusam de Oliveira/Ilustrações: Amora Amoreira

O material conta com enfoque inclusivo. “Pensar e atuar na inclusão não somente de negras e negros na sociedade, mas também vivenciar, formas dignas de convívio onde as diferenças sejam celebradas, são para mim caminhos trilhados na vida”, afirma a autora

Tirinhas como recurso didático

Tayó é potência e como ela, desejo ver outras crianças negras brasileiras da mesma forma. A opção pelo gênero textual tirinha, é pela sua eficácia em termos de comunicação direta e ágil para adultos e crianças. Como sou professora, questões focadas no letramento e alfabetização me preocupam”, explica Kiusam.

“As tirinhas vêm também para servir como mais um recurso didático à disposição dos educadores pois além de formar são capazes de informar e divertir”

Em um dos quadrinhos, por exemplo, Tayó chega da escola contando para a mãe o que acabou de aprender, que os negros são descendentes de escravos. A mãe aponta para a parede, onde constam vários quadros de personalidades históricas negras, e pergunta para a menina “O que você vê?”. Assim, a própria garota se dá conta da força da resistência negra feminina, e brinca “A professora se enganou, né, mãe?”.

De hoje até o dia 15 de fevereiro (terça a quinta-feira), as tirinhas serão lançadas em uma programação cultural especialmente pensada para as crianças, nas Fábricas de Cultura de São Paulo. Ao todo, serão cinco tirinhas. A direção e direção são assinadas por Kiusam de Oliveira, e as ilustrações de Amora Moreira.

Confira a programação:

Entrada gratuita e classificação livre

  • 12/02 às 10hs – Fábrica de Cultura Capão Redondo (Rua Bacia de São Francisco S/n – fone: 11 58225240)
  • 12/02 às 14h30 – Fábrica de Cultura Jardim São Luis (Rua Antônio Ramos Rosa, 651)
  • 13/02 às 10hs – Fábrica de Cultura Brasilândia (Av. Inajar de Souza, 7001)
  • 13/02 às 14h30 – Fábrica de Cultura Vila Nova Cachoeirinha (R: Franklin do Amara, 1575 – f:11 22339270)
  • 14/02 às 14h30 – Fábrica de Cultura Jaçanã (R: Raimundo Eduardo da Silva, 138)
  • 15/02 às 10hs – Fábrica de Cultura Diadema (R: Vereador Gustavo Sonnewend Netto, 135 Centro)

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