História de Abou, menino africano encontrado em mala, vira peça

"Quando eu morrer vou contar tudo a Deus" conta a história de Abou, menino de 8 anos que em 2015 virou manchete ao ser encontrado dentro de uma mala

Da redação Publicado em 29.04.2019

Abou é um menino africano de oito anos da Costa do Marfim. Em 2015, ele foi encontrado dentro de uma mala, tentando entrar no continente europeu. Seu corpo foi identificado na máquina de raio-X de um posto de controle na fronteira entre o Marcos e Ceuta. Na época, a história chamou a atenção da imprensa internacional e virou manchete em diversos portais e jornais ao redor do globo – clique aqui para ler.

Com texto assinado pela dramaturga baiana Maria Shu, que pesquisa a dramaturgia como cura para as mazelas sociais, o espetáculo infantil “Quando eu morrer vou contar tudo a Deus“, do Coletivo O Bonde, transpõe a difícil jornada de Abou para os palcos, em um espetáculo voltado para o público infantil, com classificação etária livre. Após sucesso de público e crítico, a segunda temporada da peça reestreia no Sesc Bom Retiro, no centro de São Paulo, entre os dias 5 de maio a 16 de junho – sempre aos domingos, das 12h às 13h. Os ingressos custam de R$ 5 a R$ 17; crianças de até doze anos não pagam ingresso.

Com classificação livre, a peça fala com sensibilidade sobre uma questão sensível nos tempos de hoje: a situação de refúgio infantil, e a condição das famílias que se veem obrigadas a submeter suas crianças a situações desumanas. Na história, assim como a vida real de Abou, seu pai – que chegou a ser preso pelos agentes de imigração por tráfico de pessoas – inventava histórias de fantasia para diminuir a dor da migração, criando um personagem para a mala onde ele ficaria até passar pela fronteira, que chama a se chamar Ilê, nome do cachorro que o menino sonhava em ter.

Delicada e poética, a montagem conta com música ao vivo, com artistas que fazem a sonoplastia da história em tempo real. Ao som de tambores e violão, quatro atores-narradores contam a história de Abou. A direção musical é do contador de histórias Cristiano Gouveia, que interpretada Teobaldo, do Quintal da Cultura.

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