Poemas de “Bicho? Que bicho?” propõem adivinhações às crianças

O livro é ao mesmo tempo um mapa e um jogo de adivinhar que pode render boas brincadeiras em família e estimular a imaginação dos pequenos

Renata Rossi Publicado em 23.02.2022
Num fundo azul escuro com rabiscos coloridos está a capa do livro, que é pink e traz o título Bicho? Que bicho? em letras brancas
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Resumo

Em formato alternativo, “Bicho? Que bicho?” é um mapa, um livro e um jogo de adivinhar. A obra reúne adivinhas de bichos que estimulam a curiosidade, abrindo possibilidades para brincadeiras com outras crianças ou um atrativo para reunir a família.

Ao abrir o livro “Bicho, que  bicho?”, o leitor logo se depara com um mapa a ser explorado, pouco a pouco, por quem topar brincar de adivinhar. Para começar a brincadeira, pegadas se espalham pelas ilustrações e pistas estão escondidas nos poemas, levando-nos a desvendar a que bicho se referem.

Essa experiência de leitura desafia até leitores mais experientes, com referências a livros infantis e autores como Clarice Lispector e Franz Kafka. Para os leitores mais novos, mesmo aqueles que ainda não sabem ler, não faltam pistas camufladas nas imagens para descobrir que bichos estão presentes nas páginas.

Mas, afinal, é um livro ou é um jogo? A autora Edith Chacon o define como um livro brincante. “É um livro-objeto que convida o leitor ao manuseio, ao experimento, à ludicidade, à descoberta, bem como contempla um jogo de palavras, de adivinhas e de imagens”, diz.

Capa do livro "Bicho? Que bicho?", de Edith Chacon. Algumas plantas estão distribuídas pela página pink. O título vem em branco.

“Bicho? Que bicho?”, Edith Chacon e Joana Velozo (Tigrito) Em formato alternativo, é um mapa, um livro e um jogo de adivinhar. Com a simplicidade dos melhores brinquedos, a obra reúne adivinhas de bichos que divertem e estimulam a curiosidade do leitor de diversas faixas etárias, abrindo possibilidades para brincadeiras com outras crianças ou um atrativo para reunir a família.

Uma infância em meio aos bichos e a poesia como companheira ao longo do percurso

Criança curiosa que foi, Edith adorava explorar os quintais que frequentava na infância, onde observava formigas, desenrolava tatu bola ou acompanhava o voo das borboletas. Quando começou a escrever, os animais passaram a habitar também seus versos. Já as rimas vieram da sua experiência de 44 anos como professora e das milhares de leituras com seus alunos, conta a autora.

No processo criativo de “Bicho? Que bicho?”, Edith queria brincar com adivinhas, instigando o leitor a descobrir qual animal estava sendo descrito nos poemas. “Fiz uma seleção de animais, pesquisei sobre eles e comecei a brincar com as palavras”, explica.

Para completar a brincadeira, pegadas se espalham pelo verso do mapa, que se abre para os poemas. Tudo em uma sucinta paleta de apenas quatro cores selecionadas pela ilustradora Joana Velozo, de forma que os animais ficassem ainda mais camuflados em tons nada óbvios entre as plantas. 

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Divulgação

Livro “Bicho? Que bicho?” propõe adivinhações às crianças a partir de seus poemas e animais camuflados nas ilustrações

“Sempre que possível, gosto de despertar o elemento surpresa no leitor, de romper com o convencional, com a linearidade. Isso foi possível pelo acolhimento e pela liberdade de diálogo com a editora, que já sabia do meu desejo de brincar com o formato do livro”, explica Edith sobre a nova parceria com Fran Junqueira, que já ilustrou alguns de seus livros, como “Farra no quintal” e “Festança”.

Aproximar as crianças dos livros dessa maneira é uma forma de fazê-las relacionar a leitura com momentos de prazer. Se a leitura for divertida, as chances de criar e cultivar um hábito bem-sucedido aumentam.

Agora, experimente ler esse poema em voz alta com as suas crianças!

Nado,
mas não sou peixe.
Salto,
mas não sou canguru.

Tenho o corpo cheio de bolinhas,
parecido com o modelito da joaninha.

Mordo sem dó.
E gosto de ficar só.
De mim,
ninguém escapa,
nem pra contar causos.

Pareço um gatinho, mas não sou de estimação.
Sou espécie em extinção.
E não gosto disso, não!

E aí? Conseguiram adivinhar a que bicho esse poema se refere?

Resposta: Onça

 

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