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Educadores relatam aumento de violência nas escolas. O que fazer?

Uma menina está sentada no chão de uma sala de aula, escondendo o rosto com as mãos. A imagem está em preto e branco e possui rabiscos vermelhos.

Sete em cada dez professores relatam um aumento de violência nas escolas, especialmente entre os próprios alunos. Entre os fatores para a agressividade observada na volta às aulas presenciais, os entrevistados destacam o aumento de transtornos mentais e o empobrecimento das famílias durante a pandemia, por exemplo.

Nesta amostra, quase 80% trabalha em escolas com histórico de violência por parte dos alunos, enquanto 15% relatam a violência como um problema diário. Apesar disso, mais da metade nunca recebeu orientações sobre como lidar com a violência em sala de aula e já terem sofrido violência verbal em algum momento. Violência psicológica também foi reportada por 23% dos educadores, além de uma parcela significativa temer pela integridade física caso repreenda alunos em sala de aula (44%).

Os dados são da pesquisa “Violência nas escolas”, realizada pela Nova Escola, a partir das respostas de 5.305 educadores. A maioria da amostra é composta por mulheres (82%); trabalha na rede pública municipal de ensino (52%); atua no ensino fundamental 2 (42%); e possui entre 41 e 50 anos (37%).

O que os educadores relatam?

Apesar da maioria ter sofrido agressões verbais e psicológicas, a violência física representa 88% dos casos. 50% alegam que os principais agressores são os estudantes, seguidos dos pais de alunos (25,65%), dos gestores das escolas (11,4%) e de outros professores ou colegas (9%). Mais de 99% gostaria de receber orientações sobre como agir em casos de violência em sala de aula, e 97,79% acreditam que a violência interfere no aprendizado dos alunos.

Para os educadores, quais as razões para a violência na retomada?

Foram validadas 3.541 respostas:

Em nota, a educadora Karina Moura diz que os educadores sentiram um aumento de tensões e problemas de convivência, e acabaram realizando uma comissão em que os próprios alunos sugerem formas de lidar com os conflitos. “Eles estão aprendendo a se desculpar e dialogar com mais respeito”, conta a professora, que leciona na rede pública de São Paulo.

Existem soluções?

Os educadores sugeriram algumas soluções para o problema:

Para Ana Lígia Scachetti, pedagoga e diretora de Educação da Nova Escola, as soluções envolvem um preceito básico: cuidar de quem cuida. “Os professores precisam ser acolhidos e cuidados, para que possam cuidar dos alunos”, diz, em nota. Mas o peso da pandemia também deve ser considerado, visto que “todos sofreram muito com o isolamento e as pessoas precisam sentir que têm um espaço seguro para expor seus problemas e superá-los”, completa.

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