Ocupação Lydia Hortélio resgata o valor dos acalantos na infância

O visitante da exposição será convidado a percorrer sensorialmente os acalantos coletados pela pesquisadora ao longo do trabalho de Lydia Hortélio

Da redação Publicado em 15.07.2019

Quem se interessa pelo tema primeira infância, certamente tem como uma das principais referências o nome de Lydia Hortélio. A pesquisadora dedicou grande parte da sua trajetória profissional a estudar os acalantos, as brincadeiras e os jogos que fazem parte das primeiras referências de afeto e segurança emocional da criança. A boa notícia é que o Itaú Cultural, em parceria com o Instituto Alana, inaugura, no dia 20 de julho (sábado), às 11h, a Ocupação Lydia Hortélio.

A exposição-instalação ficará em cartaz até o dia 8 de setembro, com entrada gratuita e atividades paralelas voltadas para professores e demais interessados no assunto. A classificação etária é livre, com uma parte da programação dedicada às crianças (veja abaixo).

“Dificilmente, um adulto sairá de lá sem relembrar ou resgatar sua criança interior e os ‘pequenos’ também não ficarão indiferentes a este espaço”, diz a descrição da Ocupação

A equipe do Itaú Cultural, formada pelos núcleos de Música e de Memória e Pesquisa, assina esta curadoria ao lado de Gandhy Piorski e Adelsin Murta. Além de artista plástico e teólogo, Piorski é pesquisador nas áreas de cultura e produção simbólica, antropologia do imaginário e filosofias da imaginação. O visitante da exposição será convidado a percorrer sensorialmente os acalantos coletados pela pesquisadora ao longo do trabalho de Lydia Hortélio.

Lydia defende a cultura da criança e a liberdade conquistada pelo ser humano, pequeno ou grande, que brinca e entoa cantigas. Com esse espírito, ela construiu a sua obra no mundo da educação, pesquisa e música étnica, como se vê na Ocupação em sua homenagem. O maior interesse da pesquisa de Lydia é o mundo dos bebês e das crianças em desenvolvimento. O que ela busca é compreender como os brinquedos e as brincadeiras interferem na formação da identidade de um sujeito, da primeira infância até a vida adulta.

Para Lydia, brincar e ouvir ou cantarolar as músicas do brincar são a origem da formação da identidade das pessoas e, em consequência, da cultura nacional

Programação cultural

A programação que acompanha a Ocupação Lydia Hortélio se antecipa à abertura da exposição e traz no dia 18, quinta-feira, às 20h, a apresentação de Elisa Goritzki em Alma Brasileira, toda calcada no Choro. No dia seguinte, sexta-feira, 19, no mesmo horário, é a vez do cantor, compositor e violeiro Pereira da Viola, cuja música é permeada pela ampla leitura da riqueza poética, melódica e da diversidade rítmica da música de raiz e da cultura popular.

No sábado, dia 20, às 14h, logo após a abertura da exposição é realizada a Narração de Histórias e Ilustrações com Stela Barbieri e Fernando Vilela. Ela narra contos da tradição oral de vários povos e alguns de autoria própria. Ele a acompanha desenhando as histórias narradas em um grande painel.

Na noite desse mesmo dia, Regina Machado se apresenta às 20h em Régua e Compasso. Histórias para bela Lydia, e entoa contos e cantos de tradição oral. Encerrando a série musical ligada à exposição, às 17h do domingo tem a performance Si Colomi construída a partir do diálogo entre brincadeiras da tradição brasileira, música e dança (veja mais informações sobre esta programação no release anexo).

Um dia de debates, também está programado em sinergia com a mostra. Na terça-feira, 23 de julho, às 10h e às 18h30, será realizado Cultura da Criança – Significados e Importância, que trata da educação, as relações construídas no brincar, a música para as crianças, o movimento do corpo, os desafios para um desenvolvimento autônomo nesse período da vida e o valor do contato com a natureza. Os participantes do debate são a própria Lydia, os curadores Piorski e Adelsin, a pesquisadora, cantora e brincante Lucilene Silva e a pedagoga, sócia fundadora da Escola Experimental Vera Cruz, Maria Amélia Pereira, a Peo.

Para os pequenos

O tradicional espaço dedicado às crianças todos os finais de semana no Itaú Cultural, o Cantinho da Leitura e Feirinha de Troca, oferece toda a sua programação até setembro em sinergia com a obra de Lydia – as contações de histórias e as obras destinadas à troca, permeiam o universo de pesquisa da homenageada.

Em agosto e até o 1º de setembro, o Núcleo de Educação e Relacionamento, faz a Gincana: Amarelinhas, que, inspirada na pesquisa de Lydia Hortélio, será realizada todos os domingos em frente ao instituto, às 14h. Essa brincadeira auxilia no desenvolvimento cognitivo, equilíbrio e coordenação motora. Além de promover a integração entre as crianças, auxilia no desenvolvimento da competitividade sadia.

Para os sábados, estão programadas duas oficinas: Crie seu Brinquedo, atividade em que, acompanhadas da equipe do Educativo, as crianças criarão os itens necessários para a brincadeira das cinco pedrinhas. A outra é Crie seu Brinquedo, em que os pequenos criarão seus próprios barquinhos, que depois apostarão corrida.

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