O que as pequenas corrupções do dia a dia ensinam às crianças?

Produtos falsificados, sinal de TV a cabo clandestina, compras sem notas fiscais. O que tudo isso transmite aos pequenos?

Da redação Publicado em 05.04.2016
Um menino olha desconfiado para fora do quadro, fundo em preto e branco.

Resumo

A CGU (Controladoria Geral da União)  lançou uma campanha chamada “Pequenas Corrupções, diga não!”, que viralizou. Quando veem adultos furarem a fila do supermercado ou de uma escada rolante, as crianças aprendem que levar vantagem sobre os outros é certo.

A infância é um período de grande aprendizado para as crianças. E elas aprendem muito observando e absorvendo as informações a partir, principalmente, do comportamento dos adultos que convivem com ela, na família, em casa e na escola. E não são só os bons exemplos com os quais as crianças aprendem e os quais elas imitam. Assim, as chamadas “corrupções do dia a dia” – aparentemente inofensivas – também estão incluídas aqui.

Há alguns meses, a CGU (Controladoria Geral da União)  lançou uma campanha chamada “Pequenas Corrupções, diga não!” nas redes sociais e incrivelmente ela viralizou.

“É impressionante como as pessoas se indignam e concordam que é preciso combater todo tipo de corrupção, seja ela de que tamanho for, pois por trás há valores e princípios bastante semelhantes, sejam elas pequenas ou grandes”, diz o texto do nosso parceiro Toda Criança Pode Aprender sobre o assunto.

“Ao conviverem com “pequenas corrupções”, as crianças vão construir um repertório de informações que podem dirigir suas ações no dia a dia”

Assim, quando veem seus pais ou adultos de sua convivência furarem a fila do supermercado, a fila de uma escada rolante ou a fila de carros em um congestionamento entendem que levar vantagem sobre os outros, se achando esperto e ganhando tempo em detrimento do outro, é o mais importante.

Ou ainda quando ouve o garçom perguntar se a nota fiscal a ser emitida é do valor do gasto realizado, a criança pode entender que é possível mudar o valor e que isso é até sinal de educação e gentileza daquele que nos atende no restaurante.

Quando vivencia a compra de produtos falsificados, o sinal de TV a cabo clandestina, as compras sem notas fiscais para diminuir o custo em casa… isso tudo corrobora para que compreenda que o sistema certo é o errado e cada um precisa garantir para que possa ter – quase como um direito – algo que não avalia ser justo de se pagar.

“Ensinar as crianças que elas podem não concordar com o que há disponível e têm de lutar legalmente contra elas pode ser complexo e demorado”

Mas acima de tudo, trata-se de transmitir valores, princípios e normas que regulam a convivência ética, e isso é que pode fazer com que essas crianças vivam em um mundo melhor e possam continuar a melhorá-lo sempre.

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