‘Meu filho não aceita perder. Como lidar?’ O Tempojunto responde

Não tratar a criança como incapaz de competir (o famoso "café com leite") é importante nesse processo, e tem a ver com o ganho de autonomia dos pequenos

Tempojunto Publicado em 27.08.2015
Não aceita perder: foto de duas crianças que jogam cartas, um menino olha para as cartas da menina ao seu lado.
OUVIR

Resumo

"Meu filho não aceita perder". Se você se identifica com essa afirmação, confira as dicas da Patrícia Camargo, fundadora do nosso parceiro Tempojunto.

É bastante comum nas brincadeiras em grupo ou em família que as crianças maiores comecem a “fraudar” ou burlar algumas regras. Ou ainda não se conformarem em perder se atividade envolver algum desafio. O Lunetas conversou com a jornalista Patrícia Camargo, sócia do portal Tempojunto, para entender como os pais podem agir quando o filho não aceita perder durante um jogo.

Patricia é mãe de três filhos, não é especialista em educação infantil, mas trabalha com crianças há mais de 10 anos. Para ela, os jogos em geral são uma excelente maneira de mostrar para a criança como lidar com regras e com perder e ganhar. Faz parte da vida lidar com estas situações e quando a criança tem a oportunidade de aprender com a brincadeira e em um ambiente seguro (com os pais, a família) é muito mais fácil para, no futuro, ela compreender seus sentimentos e reagir de uma maneira segura frente à situação.

“Então, jogos competitivos (que são diferentes de competições) são saudáveis e importantes para o desenvolvimento da criança”.  Ela lista premissas importantes para os jogos em família.

O que fazer quando a criança não aceita perder?

  • Escolher um jogo que a criança tenha condições de ganhar também;
  • Não “facilitar” para a criança só para ela poder ganhar;
  • Não tratar a criança como incapaz de jogar ou competir, fazendo-a de “café-com-leite”.

Outro ponto importante apontado por Patrícia é que se explique antecipadamente o que vai acontecer e quais são as possibilidades do jogo. “Ou seja, que o jogo tem regras, que é possível que se ganhe e que se perca”, diz.

Feito isso, é jogar. Se a criança reagir mal a perder ou a ganhar (porque é preciso educar para as duas situações) o jogo é o momento de parar, perguntar sobre o sentimento da criança e explicar como ela pode expressar este sentimento sem magoar a outra pessoa. “Porque não adianta dizer: ‘você não pode sentir isso. Porque todos nós sentimos’. Mas mostrar formas de comunicação diferentes da pura explosão de raiva”, aconselha a jornalista.

E as regras?

Pode ser importante explicar que as regras combinadas devem ser cumpridas. E pode haver momentos em que as regras podem ser flexíveis. “Afinal, a vida também é assim, não é mesmo”?

O que é importante que os pais saibam é que na hora do jogo, pode ser que existam pausas para o ensinamento, pode ser que o jogo pare, pode ser que o jogo precise ser adiado. “Então, nada de estressar por causa disso. O objetivo aqui é o meio do processo e não o fim”, finaliza.

Leia mais

Comunicar erro
Comentários 1 Comentários Mostrar comentários
REPORTAGENS RELACIONADAS